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Ibovespa cai 0,08% e interrompe sequência de cinco altas

Discurso de Powell não traz novas pistas sobre o futuro dos juros americanos, e deixa as bolsas sem direção. PETR4 recua 2% com queda de 2,6% do petróleo

Por Jasmine Olga
8 nov 2023, 18h41
 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Desde a última sexta, quando o payroll mostrou sinais de fragilidade no mercado de trabalho americano, o mercado só pensa naquilo: quando o Fed começará a cortar os juros. 

É bem verdade que o BC dos EUA ainda nem descartou a possibilidade de que os juros de 5,50% ao ano precisem subir ainda mais para levar a inflação de volta aos 2% ao ano, mas os dados mais fracos do que o esperado passaram a alimentar a esperança de que não só o ciclo de alta chegou ao fim, mas que logo a taxa básica voltará a cair. 

Nos últimos dias, vários dirigentes do Fed tiveram o microfone em suas mãos, mas o quadro geral segue inconclusivo. Por isso, as expectativas hoje estavam em Jerome Powell, que teve a sua primeira fala pública desde que o relatório de empregos foi divulgado.

O palco estava montado, os holofotes do mercado financeiro voltados para o chefe do Fed e então… nada. Powell preferiu não comentar sobre política monetária no evento desta quarta-feira. 

A visão dos integrantes do Fed segue dividida, mas Powell terá outra chance de comentar o cenário atual amanhã. Ou seja: as expectativas foram apenas atrasadas em um dia. 

Sem uma definição mais clara sobre o que deve acontecer com a taxa de juros americana, as bolsas globais ficaram sem rumo. Em Nova York, o S&P 500 e a Nasdaq tiveram ganhos tímidos: 0,10% e 0,08%, respectivamente. 

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No Brasil, foi dia de embolsar os ganhos recentes. O Ibovespa interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas e encerrou no vermelho: -0,08%, aos 119.176 pontos. 

A forte queda do petróleo — e, por tabela, da Petrobras (PETR4, –2,15%) — ajudou a pressionar o índice. Se nos últimos meses os cortes de produção feitos por Arábia Saudita e Rússia, mais a guerra entre Israel e Hamas, levaram o preço do barril às alturas, incertezas sobre a oferta e a demanda global têm pressionado as cotações para baixo. Hoje o Brent caiu 2,53%, a US$ 79,54 – desde julho o barril não caía abaixo dos US$ 80. 

Ontem, a preocupação era com os dados desfavoráveis da economia chinesa, já que uma economia mais fraca poderia desencadear um menor nível de importação da commodity. Hoje, dados do estoque de petróleo dos EUA mostraram um salto de 11,9 milhões de barris na semana passada, alimentando o temor de que a maior economia do mundo também possa estar em apuros com relação à demanda. 

Aqui, a meta fiscal e a reforma tributária continuam no radar. Enquanto o Senado ainda discute o texto em primeiro turno, Roberto Campos Neto voltou a dizer que o custo de alterar a meta fiscal é muito maior que o eventual benefício. 

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Temporada de balanços em foco

E a temporada de balanços segue a todo vapor. Foi ela que comandou as maiores altas e quedas do dia. De um lado, a Totvs (TOTV3) liderou os ganhos do Ibovespa ao subir 5,65%. Do outro, a decepção do mercado com os números da Dexco (DXCO3) fez com que a companhia amargasse o pior desempenho do índice: -12,19%. 

No caso da Dexco, o lucro líquido deu um salto de 97%, mas uma série de outras linhas do balanço contam uma história diferente. 

O lucro líquido recorrente (aquele que exclui eventos isolados) caiu 41,8%, a R$ 94,8 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) encolheu 30,7%, a R$ 287,9 milhões. A receita também minguou para R$ 1,7 bilhão— queda de 18,2% —, enquanto o endividamento medido pela dívida líquida/Ebitda saltou a 3,47x. No ano passado, o múltiplo era de 1,96x. 

A companhia também destacou que, embora a conjuntura macroeconômica começa a mostrar sinais de melhora — com a queda da Selic e aumento nos índices de confiança do consumidor —, os segmentos de atuação da empresa seguem impactados, principalmente a divisão de acabamentos para a construção civil. 

Já a Totvs vai bem, obrigada. O lucro líquido aos acionistas cresceu 185%, atingindo R$ 428 milhões, e a receita foi 18% maior do que a do terceiro trimestre de 2022 — R$ 1,15 bi. O anúncio de um programa de recompra de até 3% do total de ações em circulação também agradou. 

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Operações como essa costumam ser bem avaliadas pelo mercado por indicar que a companhia acredita em uma eventual valorização dos papéis – e também pelo potencial de aumentar a remuneração aos acionistas, já que menos papéis em circulação aumentam a parcela de dividendos que cada um tem a receber. 

Jerome Powell pode até tentar monopolizar as atenções amanhã, mas com pelo menos 15 companhias marcadas para divulgar os seus números após o fechamento do mercado, o noticiário corporativo deve seguir com fôlego nos próximos dias. 

Até amanhã. 

MAIORES ALTAS 

Totvs (TOTS3): 5,65%

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Tim (TIMS3): 4,04%

Embraer (EMBR3): 3,92%

Vivo (VIVT3): 3,18%

Santander (SANB11): 2,87%

MAIORES BAIXAS

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Dexco (DXCO3): -12,19%

BRF (BRFS3): -9,05%

Raízen (RAIZ4): -4,76%

Arezzo (ARZZ3): -4,70%

PetroReconcavo (RECV3): -4,48%

Ibovespa: -0,08%, aos 119.176,67 pontos

Em Nova York

S&P 500: 0,10%, aos 4.383 pontos

Nasdaq: 0,08%, aos 13.650 pontos

Dow Jones:  -0,12%, aos 34.112 pontos

Dólar: 0,66%, a R$ 4,90

Petróleo 

Brent: -2,53%, a US$ 79,54 por barril

WTI: -2,63%, a US$ 75,33 por barril

Minério de ferro: 1,03%, cotado a US$ 128,40 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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