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Ibovespa enfrenta nesta sexta os estragos da quinta sangrenta e da alta de juros

Investidores também se preparam para provável reajuste nos combustíveis.

Por Júlia Moura, Tássia Kastner
Atualizado em 18 out 2024, 14h16 - Publicado em 17 jun 2022, 08h31
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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O feriado de Corpus Christi foi um respiro não só para o trabalhador brasileiro. A bolsa local escapou de mais uma forte sangria no mercado financeiro por conta dos temores a uma possível recessão. Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 3,25% na quinta, enquanto as ADRs brasileiras negociadas em Nova York levaram um tombo de 4,48%.

Segundo o JP Morgan, a queda das ações americanas indicam uma probabilidade de 85% de uma recessão nos EUA, com base em análises do S&P 500 nas últimas 11 recessões. 

Uma resposta do mercado brasileiro para o aumento da Selic também foi adiada para esta sexta. Na última quarta, o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, de 12,75% a 13,25%. O Banco Central ainda indicou que deve vir uma elevação semelhante, ou de 0,25 p.p., em agosto.

O objetivo da autoridade monetária é controlar a inflação que segue em disparada mundo afora. No Brasil, deve vir mais um aumento de preços nos combustíveis, o que pressiona os preços como um todo. 

Ontem, o conselho de administração da Petrobras se reuniu para preparar novos aumentos no diesel e na gasolina, que não sobem há um tempo, apesar das altas nos preços internacionais.

No caso da gasolina, são quase 100 dias sem aumentos. Este é o maior período de estabilidade de preço nas refinarias desde 2016, quando o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o então presidente da companhia inauguraram a política de paridade internacional dos preços que, em tese, vigora até hoje.

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Por pressão do governo – que quer evitar novas escaladas nas bombas em ano eleitoral – o preço da gasolina já está 14% abaixo da cotação internacional. O diesel está com uma defasagem de 18%. Os dados são da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores e Combustíveis). Mesmo com protestos em Brasília, a Petrobras deve anunciar novos preços para os combustíveis, segundo apuração do Valor Econômico.

Porém, nem tudo conspira contra o mercado de renda variável local. Os futuros de ações operam no azul nesta manhã, em um sinal de alívio ao fim de uma semana tensa para as bolsas.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros S&P 500: 0,82%

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Futuros Nasdaq: 1,11%

Futuros Dow: 0,62%

*8h15

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,43%

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Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,83%

Bolsa de Frankfurt (Dax): feriado

Bolsa de Paris (CAC): 1,22%

*às 8h20

Fechamento na Ásia

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Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,39%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,77%

Hong Kong (Hang Seng): 1,10

 

Commodities

Brent*: 0,09%, a US$ 119,92

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Minério de ferro: -5,03%, a US$ 119,90 na bolsa de Singapura

*às 8h22

 

Agenda

Petrobras deve anunciar reajuste dos combustíveis

9h45 Jerome Powell fala após maior alta de juros nos EUA desde 1994

10h15 Produção industrial dos EUA de maio

 

market facts

Mudança de rota

As ações da Natura (NTCO3) subiram 8,08% depois que a companhia anunciou a troca de presidente, na quarta-feira. A mudança no comando veio acompanhada de dois objetivos: reduzir os custos operacionais da holding (que congrega Natura, Avon, ASOP e The Body Shop. A Natura já vinha entregando resultados abaixo do esperado pelo mercado, reflexo da disparada da inflação, que levou a uma redução da demanda dos produtos ligados à própria Natura e Avon. Mas o alerta vermelho veio quando a companhia tentou preparar o mercado financeiro para resultados ruins – vazando parte do balanço antes da divulgação oficial. No ano, as ações acumulam queda de 46%.

Vale a pena ler:

Círculo vicioso

A edição desta semana da The Economist traz uma série de reportagens especiais sobre a repetição de padrões de países da América Latina que mantém a região economicamente estagnada. Aqui.

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