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Ibovespa ignora NY e cai 0,73% com Orçamento de 2024 no radar

Mas surpresa mesmo foi a alta da CVC: 24% com a iminente saída de cena da concorrente 123 Milhas.

Por Jasmine Olga
Atualizado em 21 out 2024, 10h22 - Publicado em 30 ago 2023, 17h56
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 (Kauan Machado/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Depois de acumular alta de mais de 2% em dois pregões, o Ibovespa enfiou o pé no freio nesta quarta-feira: queda de 0,73%, descolando do exterior – o S&P 500 fechou no azul, 0,39%.

O dia começou ameno, mas foi na parte da tarde que a B3 selou o seu destino. Isso porque as falas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre o Orçamento de 2024 trouxeram preocupação. 

Ao contrário do que chegou a ser noticiado ontem, Tebet diz que segue de mãos dadas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em defesa da perseguição da meta de déficit público zero em 2024. Segundo ela, o projeto prevê um aumento de 2,43% nas receitas. Com isso, as despesas da União devem crescer 1,70% — o que levaria o limite de gastos para R$ 129 bilhões. 

A incerteza com as contas públicas têm tido idas e vindas nos últimos dias. Se por um lado o projeto de taxação de fundos exclusivos e offshores trouxe alívio pelo seu potencial impacto positivo nos cofres da União, a necessidade de R$ 168 milhões em receitas extras para chegar ao déficit zero preocupa. 

A pulga atrás da orelha só cresce, principalmente após o governo ter alcançado um déficit de  R$ 35,9 bilhões — cifra bem mais salgada que os R$ 31,9 bilhões esperados para julho. 

Se no início do dia dados piores do que o esperado da economia dos Estados Unidos enfraqueceram a moeda americana frente ao real, a elevação do risco fiscal voltou a pressionar o câmbio na segunda metade do pregão. Com isso, o dólar à vista fechou o dia com ganhos de o,30%, a R$ 4,86. 

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No Ibovespa, a pressão negativa veio principalmente do setor bancário: ITUB4 (-1,91%), BBDC4 (-2,13), BBSA3 (-1,44%) e SANB11 (-1,36%) devolveram parte dos fortes ganhos vistos no início da semana. 

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Em Nova York

A agenda de indicadores nos EUA está cheia, e os dados que saíram até agora dão fôlego para Wall Street. 

Primeiro, o relatório Jolts (uma espécie de prévia do payroll) mostrou um recuo maior que o esperado na criação de novas vagas em julho. Hoje, o Departamento do Comércio informou que o Produto Interno Bruto do segundo trimestre subiu 2,1% e não 2,4% como tinha mostrado a primeira prévia. A inflação também foi corrigida para baixo: alta de 2,5% e não de 2,6% como anteriormente divulgado. 

Para o mercado, a leitura que fica é que a economia americana está desacelerando mais do que o Fed tem colocado na conta na hora de decidir os próximos passos da política monetária. Com isso, crescem as projeções para uma pausa na elevação de juros. 

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Mas ainda não dá para colocar a champagne no gelo. Até sexta-feira os investidores ainda terão que repercutir os números da inflação dos gastos com consumo (o PCE,  termômetro favorito do Fed para as altas dos preços) e os dados mais importantes do mercado de trabalho, com o payroll. 

CVCB3 decola: 23,98%

O pedido de recuperação judicial da problemática 123 Milhas jogou as ações da agência de turismo CVC nas alturas: alta de 23,98%, o maior ganho do dia no Ibovespa. 

Nesta terça-feira, a empresa — que ganhou terreno vendendo pacotes promocionais bem abaixo do preço de mercado — entrou com o pedido de proteção contra seus credores na Justiça e declarou dívidas de R$ 2,3 bilhões. Isso após uma crise que se estendeu por 10 dias, na qual a empresa não honrou com a sua promessa de emissão de passagens para as viagens adquiridas por seus clientes. 

Com a 123 Milhas fora de cena (dada a possibilidade de falência), a CVC deixa de ter uma concorrente de peso. Boa notícia para a empresa, mas ainda longe de ser a solução. Ela ainda luta para se recuperar do baque deixado pela pandemia no setor de turismo e passa por uma reestruturação operacional. Mesmo com a forte alta desta quarta-feira, os papéis CVCB3 ainda acumulam uma queda de 35% no ano. 

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CMIN3: 2,84%

Por hoje, a cautela com relação ao futuro da demanda chinesa por minério de ferro e aço ficou em segundo plano para a CSN Mineração, que terminar o dia em forte alta: 2,84%

As tentativas do governo da China de continuar estimulando a roda da economia parece estar surtindo efeito, levando o minério de ferro a registrar mais um dia de recuperação: alta de 1,97% na bolsa de Dalian.

As dúvidas sobre a efetividade das medidas adotadas nas últimas semanas ainda persiste, mas alguns rumores parecem apaziguar o coração dos investidores — como a de que a demanda chinesa por aço para ferrovias foi a maior em dez anos no primeiro semestre. 

Em relatório divulgado ontem, analistas do BTG Pactual apontaram que, apesar do pessimismo generalizado recente com relação à economia chinesa, existem sinais de que o mercado de matérias-primas opera de forma mais normalizada do que os cálculos do mercado e as mineradoras seguem com uma boa carteira de pedidos no país, além dos estoques de aço permanecerem em níveis inferiores aos vistos nos anos anteriores, indicando que o consumo de aço continua em patamares aceitáveis.

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A Vale, porém, não respondeu nesta quarta: leve alta de 0,1% – aparentemente, cansou um pouco depois de ter subido 4,67% nos últimos dois pregões. 

Até amanhã !

 

MAIORES ALTAS

CVC (CVCB3): 23,98%

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Dexco (DXCO3): 4,04%

CSN Mineração (CMIN3): 4,04%

Cemig (CMIG4): 2,02%

Embraer (EMBR3): 1,42%

MAIORES BAIXAS

Via (VIIA3): -7,64%

IRB (IRBR3): -5,20%

Alpargatas (ALPA4): -6,25%

Minerva (BEFF3): -6,11%

Rede D’Or (RDOR3): -3,11%

Ibovespa:0,73%, aos 117.535 pontos

Em Nova York:

S&P 500: 0,39%, aos 4.515 pontos

Nasdaq: 0,54%, aos 14.019 pontos

Dow Jones: 0,11%, aos 34.890 pontos

Dólar: 0,30%, a R$ 4,86

Petróleo

Brent: 0,38%, a US$ 85,24 por barril

WTI: 0,57%, a US$ 81,63 por barril 

Minério de ferro:  1,97%, a US$ 113,68 por tonelada em Dalian

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