Ibovespa sobe 1,23% com trégua no petróleo e BC tranquilo com inflação

Relatório trimestral de inflação apontou para um cenário econômico com PIB em alta e inflação em queda. Varejistas comemoraram: ASAI3 5,35%; ARZZ3 4,21%.

Por Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h20 - Publicado em 28 set 2023, 18h11
-
 (Cristielle Luise/Fotos: Getty Images/Você S/A)
Continua após publicidade

O Ibovespa começou a semana em queda e, na terça-feira, alcançou sua pior marca do mês, a 114.193 pontos. De lá, vem tentando dar a volta por cima: ontem subiu tímidos 0,12%; hoje pisou no acelerador, em alta de 1,23%. Se mantiver o ritmo amanhã, o índice consegue fechar setembro no verde – por ora, ele recua 0,01% na comparação mensal. 

Pela manhã, o BC divulgou seu relatório trimestral de inflação, que ajuda a entender o que está por trás das decisões de política monetária da instituição. O documento aponta para um cenário econômico positivo: o crescimento vem surpreendendo positivamente – no segundo tri, a alta de 0,9% no PIB foi bem acima do esperado, o que motivou a revisão do crescimento para o fim de 2023 de 2,0% para 2,9%. Já o núcleo da inflação, que descarta preços de combustíveis e alimentos, mais voláteis, segue em trajetória de queda. 

Mais: segundo o relatório, a adoção do regime de metas contínuas (e não mais anuais) ajuda na missão de desinflação, já que dá mais previsibilidade à política monetária. 

O cenário de desinflação fez cair juros de curto e longo prazos. Bom para as ações do varejo, que são super-sensíveis às taxas de juros (já que o consumo das famílias é o seu grande motor de receita). Nas maiores altas do dia, prevalência do setor: ASAI3 saltou 5,35%, ARZZ3 subiu 4,21%, e LREN3, 4,03%. 

Petróleo em queda

Hoje foi um dia de trégua para o petróleo. Em alta de 11% em agosto, a commodity do tipo brent fechou em baixa de 1,34%, a US$ 93,10. Isso depois da disparada de 2% ontem, quando dados dos EUA mostraram que as reservas do petróleo no país diminuíram em 22 milhões de barris – o que indica uma oferta menor. 

Mais cedo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que é cedo para pensar em mexer nos preços dos combustíveis, apesar da disparada internacional do petróleo. O último reajuste rolou em agosto, quando a estatal aumentou em R$ 0,41 o preço da gasolina e em R$ 0,78 o diesel. 

Continua após a publicidade

Para Prates, a empresa consegue manter os preços dos combustíveis no patamar atual por mais tempo sem comprometer sua rentabilidade. Ele considera que a marca de US$ 100 por barril é “barreira psicológica importante”. 

Desde que aboliu o regime de paridade internacional, em maio, a Petrobras não tem mais o compromisso de acompanhar a oscilação lá fora. A Abicom, Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, calcula que o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras está defasado em 7% em relação ao mercado internacional; o diesel, 12%. 

Em alta de 3,17% ontem, a Petrobras recuou -0,20% hoje. RRRP3 (-0,92%) e PRIO3 (-2,19%) também caíram. A Petroreconcavo (RECV3), novata no Ibovespa, se safou: +0,64%. 

Nos EUA

O governo americano divulgou a terceira (e última) leitura do PIB do segundo semestre. O resultado se manteve inalterado em relação à leitura anterior: entre abril e junho, a economia dos EUA cresceu 2,1%. Trata-se de uma leve desaceleração em relação ao primeiro trimestre, que registrou crescimento de 2,2%. 

Continua após a publicidade

Também divulgado hoje, o relatório de pedidos de auxílio desemprego registrou 204 mil novas solicitações nesta semana, uma alta tímida de 2 mil em relação à semana anterior. Foi menos do que o esperado: economistas consultados pela FactSet estimavam 215 mil. 

Sem surpresas no PIB e um dado forte no mercado de trabalho, a interpretação que prevaleceu em Wall Street foi a seguinte: o país tem conseguido combater a inflação sem causar grandes danos à economia – cenário conhecido como soft landing. Isso sustenta a aposta de que o Fed vai manter a taxa de juros no patamar de 5,50% na próxima reunião, que rola em 1° de novembro. Segundo dados do CME, 80,7% dos agentes do mercado apostam na manutenção. As apostas majoritárias têm apontado para um novo aumento em dezembro.

Para ajudar, uma fala dovish de Austan Goolsbee, do Fed de Chicago: segundo ele, o BC americano corre o risco de exagerar na alta dos juros se assumir que, para a inflação cair, são necessárias perdas acentuadas de empregos. Tom Barkin, do Fed de Richmond, também disse que ainda é cedo para saber se serão necessárias novas altas de juros. 

Com a dose de otimismo, Wall Street também ganhou um fôlego: o S&P 500 subiu 0,59%; o Nasdaq, 0,83%. 

Mais pistas sobre o futuro dos juros americanos virão amanhã, quando é divulgado o PCE de agosto – a métrica de inflação preferida do Fed para calibrar suas decisões de política monetária.

Continua após a publicidade

Até amanhã!

MAIORES ALTAS

CVC (CVCB3): 7,29%

Assaí (ASAI3): 5,35%

Arezzo (ARZZ3): 4,21%

Continua após a publicidade

Lojas Renner (LREN3): 4,03%

Yduqs (YDUQ3): 3,87%

MAIORES BAIXAS

Natura (NTCO3): -2,87%

Prio (PRIO3): -2,19%

Continua após a publicidade

Klabin (KLBN11): -0,80%

3R Petroleum (RRRP3): -0,92%

Petrobras (PETR3): -0,50%

Ibovespa: 1,23%, a 115.730 pontos

Em Nova York

Dow Jones: 0,35%, a 33.666 pontos

S&P 500: 0,59%, a 4.299 pontos

Nasdaq: 0,83%, a 13.201 pontos

Dólar: -0,16%, a R$ 5,04

Petróleo

Brent: -1,34%, a US$ 93,10 por barril

WTI: -2,10%, a US$ 91,71 por barril

Minério de ferro: 0,89%, a US$ 116,64 por tonelada na bolsa de Dalian.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.