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Inflação americana e mais guerra entre BC e governo derrubam Ibovespa: -0,91%

Aumento dos preços se mostra resistente nos EUA; por aqui, Campos Neto tenta levantar bandeira branca, mas a novela está longe de acabar.

Por Bruno Carbinatto
14 fev 2023, 18h49
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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O dia começou com tentativa de bandeira branca: Roberto Campos Neto tentou buscar a paz entre o Banco Central e o novo governo ontem em sua entrevista no Roda Viva, e reafirmou sua postura em evento do BTG nesta terça-feira. As bolsas até ensaiaram um tom otimista com o clima um pouco mais ameno – mas, no fim, o pregão não foi de trégua.

Lula em si não chegou a falar novamente sobre a novela dos juros, mas a notícia que mais chacoalhou os ânimos foi a de que o presidente iria sim insistir nessa batalha: segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o petista buscaria uma elevação de 1 ponto percentual da meta de inflação (atualmente em 3,25%) e queria ver Selic nos 12% até o fim do ano (dos 13,75% hoje).

O dólar foi às máximas e os juros dispararam com a divulgação da informação, no meio da tarde. Foi quase no fim do pregão que uma outra nota, dessa vez da Bloomberg, acalmou um pouco os ânimos: a notícia de que Lula não teria batido o martelo ainda sobre a meta de inflação e de que não havia ordenado a tal alta de 1 p.p em 2023. Os juros futuros aliviaram, mas o dólar já tinha fechado em alta.

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Mesmo assim, a guerra não dá sinais de acabar. O PT aprovou ontem uma resolução que apoia a convocação de Campos Neto ao Congresso Nacional para explicar a política de juros. Vários políticos do partido, incluindo ministros, seguem atacando o patamar atual da taxa. Hoje foi a vez da própria Gleisi Hoffmann, presidente da sigla: “A meta de inflação é inexequível: 3,25%, 3%, nenhum país do mundo tem inflação dessa”. A deputada, porém, disse que o partido ainda não debateu qual deve ser a nova meta nem se há consenso entre todos os integrantes do governo para mudá-la.

Nos últimos minutos do pregão, o ministro Haddad também confirmou que a meta de inflação não está na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional, nesta quinta-feira. O colegiado reúne os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e o próprio Roberto Campos Neto. O temor do mercado era que o governo forçasse uma revisão da meta já neste encontro, o que não deve acontecer.

Mesmo assim, a mensagem que o mercado absorve é de que a guerra está longe de acabar. E não há nada de otimista num cenário em que o banco central e o governo vivem em pé de guerra. O Ibovespa fechou em queda de 0,91%, aos 107.848 pontos. O dólar avançou 0,42%, a R$ 5,1984.

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Inflação americana

Não foram só as pautas brasileiras que concentraram as atenções do mercado nesta terça-feira. O CPI, índice de preços ao consumidor dos EUA, foi divulgado hoje seguindo grandes expectativas. O viés otimista parecia dominar o mercado nos últimos dias quando o assunto era inflação, já que o próprio Powell, presidente do Fed, afirmou que a desinflação ganhou gás nos EUA.

Os novos dados poderiam confirmar essa visão – ou jogar tudo por água baixo, mostrando que o aumento dos preços segue resistente. No fim, o resultado foi um pouco dos dois.

O CPI subiu 0,5% em janeiro ante a dezembro, exatamente o número esperado pelas previsões. O problema é que, na comparação anual, a inflação ficou em 6,4% – acima dos 6,2% previstos pelos analistas.

Copo meio cheio ou copo meio vazio? Nem os investidores souberam responder. As bolsas americanas tiveram um dia de pregão bastante instável, e até no fechamento não houve consenso. O Dow caiu (-0,46%), o S&P 500 ficou estável (-0,03%) e o Nasdaq subiu (0,57%).

Aparentemente, Wall Street vai entrar no modo indecisão até que Powell resolva voltar a dar as caras. A ver.

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Até amanhã.

Maiores altas

Carrefour (CRFB3): 2,92%

Banco do Brasil (BBAS3): 2,34%

Sabesp (SBSP3): 1,87%

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Tim (TIMS3): 1,56%

Embraer (EMBR3): 1,50%

Maiores baixas

Méliuz (CASH3): -7,45%

Raízen (RAIZ4): -7,45%

CVC Brasil (CVCB3): -6,72%

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BRF (BRFS3): -6,51%

Yduqs (YDUQ3): -6,41%

Ibovespa: -0,91%, aos 107.848 pontos

Em Nova York

S&P 500: -0,03%, aos 4.136 pontos

Nasdaq: 0,57%, aos 11.960 pontos

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Dow Jones: -0,46%, aos 34.089 pontos

Dólar: 0,42%, a R$ 5,1984

Petróleo

Brent: -1,19%, a US$ 85,58

WTI: -1,35%, a US$ 79,06 

Minério de ferro: 0,41%, negociado a US$ 125,72 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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