Inflação no Brasil e nos EUA monopoliza atenção de investidores
Na quinta, CMN pode elevar a meta brasileira. Nos EUA, receio é de que preços voltem a subir.
Bom dia!
Como se 2022 ainda não tivesse terminado, o assunto desta semana pré-carnaval é um só: inflação. Por aqui, investidores querem saber a agenda da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O colegiado formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reúne na quinta-feira.
Depois de uma semana de pressão do presidente Lula e de integrantes do PT, há a expectativa de que a meta seja elevada. O alvo para o IPCA deste ano é de 3,25%. Para 2024, 3%. Ambas, nas condições atuais de temperatura e pressão, são inexequíveis – a não ser que a economia brasileira morra de inanição.
Nos EUA, a ansiedade se encerra antes, com a divulgação do CPI (o IPCA deles) já nesta terça-feira. O problema, porém, é que economistas começam a ver a possibilidade de um repique nos preços, após meses de baixa. Inflação resiliente é sinônimo, afinal, de juros mais altos por lá – e de bolsas para baixo.
Por enquanto, nada que esteja assustando (muito) os investidores. Os futuros do S&P 500 vão tentando se firmar no positivo nesta manhã, o mesmo sinal do Nasdaq. Isso enquanto o Dow Jones caminha no negativo.
Aqui, uma consequência da baixa nos preços do petróleo. Na semana passada, o barril disparou com a notícia de que a Rússia quer cortar a sua produção para retaliar o ocidente, ainda na disputa por causa da Guerra na Ucrânia. Hoje, no entanto, os preços vão se reacomodando.
Sinal negativo para o Ibovespa, que depende da commodity para subir com convicção. Tudo indica que será uma longa semana à espera do feriadão. Bons negócios.
Futuros do S&P 500: 0,08%
Futuros do Dow Jones: -0,07%
Futuros do Nasdaq: 0,39%
*às 8h15
Comemoração precoce
A inflação dos EUA alcançou o pico em junho de 2022, a 9,1%. Desde então, ela vem caindo e fechou dezembro em 6,5%. Nessa, os investidores se animaram com a possibilidade de o Fed encerrar o ciclo de aperto monetário em breve – afinal, com a inflação sob controle, não tem porque deixar os juros nas alturas.
Em uma entrevista à Bloomberg, o ex-secretário do Tesouro americano Lawrence Summers alertou que os agentes do mercado norte-americano estão cantando vitória contra a inflação cedo demais: “mesmo depois das reduções que vimos, a inflação hoje está em níveis que seriam inimagináveis há 2 anos. (…) Ainda não temos tudo sob controle”.
Além disso, ele afirma que fatores que colaboraram para a queda da inflação nos últimos meses podem se reverter. Prova disso é que, por lá, o preço de carros usados e gasolina tem voltado a subir.
8h25: Boletim Focus
10h: Roberto Campos Neto se reúne com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e os presidentes dos três maiores bancos privados do País, Octavio de Lazari (Bradesco), Milton Maluhy (Itaú) e Mario Leão (Santander)
22h: Roberto Campos Neto participa do Roda Viva
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,49%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,31%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,26%
Bolsa de Paris (CAC): 0,61%
*às 8h15
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,91%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,88%
Hong Kong (Hang Seng): -0,12%
Brent*: -0,91%, a US$ 85,60
Minério de ferro: -2,21%, a US$ 123,24 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h14
Hannah Montana de Wall Street
David Solomon, o CEO do Goldman Sachs, vive uma vida dupla no estilo Hannah Montana. Em horário comercial, ele lidera o maior banco de investimentos dos Estados Unidos – tarefa espinhosa, já que a instituição tem tido problemas com seu desempenho e divulgou uma perda de quase US$ 3 bilhões. Mas Solomon consegue conciliar essa tarefa com sua persona artística: como DJ, ele acumula 500 mil ouvintes mensais no Spotify e já até performou no festival Lollapalooza dos EUA. Esta reportagem do NYT conta como as barreiras entre o Solomon-CEO e o Solomon-DJ são tênues – e por que isso pode ser um problema para o Goldman Sachs.
A hora certa de realizar o prejuízo
Não é preciso um escândalo como o da Americanas para um investimento em ações dar errado. Às vezes a economia muda ou um competidor novo aparece para bagunçar o coreto. Nesta reportagem da Você S/A, veja quando pode ser a hora de desistir e partir para a próxima.
Antes da abertura: BTG Pactual
Após o fechamento: Banco do Brasil, Jalles Machado e São Martinho