Investidores esperam dados de emprego nos EUA e reunião ministerial de Lula
Inflação na Europa fica abaixo dos dois dígitos pela primeira vez desde agosto, e dá esperança para futuros cautelosos em Wall Street.
Bom dia!
O primeiro sextou de 2023 é um combo de alívio com expectativa. A Zona do Euro anunciou que a inflação por lá deu uma boa trégua, reflexo de um inverno absurdamente ameno (a Alemanha não registra temperaturas negativas há mais de duas semanas), comedimento nos preços do petróleo e controle nos preços do gás.
Os preços caíram de 10,1%, em novembro, para ainda salgados 9,2%. É a primeira vez desde agosto que a inflação de lá fica abaixo de dois dígitos. Dados de Alemanha e França, divulgados ao longo da semana, já mostravam a virada de chave.
Com o problema que a inflação “core”, que exclui preços de energia e alimentos, mais voláteis, continua subindo. Está no recorde de 5,2%.
Na melhor vibe “pelo menos tem notícia positiva”, a novidade vai ajudando a segurar a peteca de parte do mercado europeu e dos futuros de S&P 500 e Dow Jones.
Em Wall Street, todas as atenções estão no payroll. Por lá, a inflação já cedeu a 7,1% em novembro, com expectativa de que continue baixando. A preocupação, porém, é que o mercado de trabalho segue sólido, e os salários estão sendo corrigidos (mais ou menos) pela inflação. Dados da ADP, a pesquisa que precede o payroll, mostraram reajustes de 7,3%. Essa diferença embute uma dificuldade maior de combater o aumento de preços, já que repõe a capacidade de consumo das famílias.
A consequência é que investidores ficam mais ansiosos sobre a possibilidade de o Fed ter que subir mais os juros por lá, para causar recessão e aí sim baixar a inflação na porrada.
No Brasil, os ministros de Lula não tem hora pra “sextar”. Hoje ocorre a primeira reunião ministerial. Segundo o presidente, o encontro só tem hora para começar. Para a Faria Lima, tudo indica que será um dia mais tranquilo, sem declarações bombásticas – prontas para serem desmentidas. Com minério e petróleo em alta, um bom sinal para o Ibovespa. Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,03%
Futuros Dow: 0,09%
Futuros Nasdaq: -0,21%
Oi, recuperação judicial pt. 2: o inimigo agora é outro
Menos de um mês depois de finalizar o seu processo de recuperação judicial, a Oi estuda uma nova forma de renegociar sua dívida de R$ 22 bilhões sem depender da aprovação dos credores. Na prática, isso poderia significar um segundo pedido de recuperação judicial, ou uma recuperação extra-judicial. A decisão definitiva sobre os rumos da reestruturação deve ser tomada entre seis e oito semanas, segundo apurou o Valor Econômico.
A empresa iniciou o seu processo de recuperação – o maior da história do Brasil – em 2016, quando acumulava uma dívida de R$ 65,38 bilhões. Seis anos depois, apesar de ter encerrado o processo com a Justiça do Rio de Janeiro, a Oi continua tendo dificuldade em gerar caixa para quitar o que restou dos débitos. A expectativa era que as ações voltassem a subir quando a recuperação fosse finalizada. Mas não rolou. Ontem, as ações da OIBR3 fecharam a R$ 0,16.
9h30 Lula faz sua primeira reunião ministerial, no Palácio do Planalto
10h Anfavea divulga produção de veículos de dezembro
10h30 EUA publicam relatório mensal de empregos (payroll) de dezembro
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,63%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,30%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,01%
Bolsa de Paris (CAC): 0,23%
*às 8h05
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,31%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,59%
Hong Kong (Hang Seng): -0,29%
Brent*: 0,64%, a US$ 79,19
Minério de ferro: 1,85%, a US$ 124,59 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h05
O duro processo de divórcio entre Apple e China
Em 2022, a produção de novos aparelhos da Apple foi comprometida por uma série de fatores geopolíticos e sanitários da China: protestos por direitos trabalhistas, alta nas infecções por Covid e imposição de isolamento social para combater a doença. Desde então, a empresa vem tentando se tornar menos dependente de sua matriz chinesa para a fabricação dos produtos. Para isso, ela abriu e expandiu fábricas em outros países asiáticos, como Índia e Vietnã. Mas especialistas argumentam que ela ainda está longe de se tornar independente da terra de Xi Jinping. O Wall Street Journal explica o porquê neste vídeo.
O comeback do Minha Casa, Minha Vida
Se há setores da economia apreensivos com as sinalizações do novo governo, a construção civil não é um deles. Jader Barbalho Filho, o novo ministro das Cidades, prometeu começar a trabalhar prontamente na reconstrução do Minha Casa, Minha Vida, política habitacional para a população de baixa renda, e afirmou ter R$ 10 bilhões reservados para o programa em 2023. A fala foi uma injeção de ânimo no setor, que espera começar a sentir os efeitos práticos da política a partir de 2024. A Folha conversou com representantes da construção civil para entender quais são as expectativas.