Investidores se contentam com pouco e começam abril fazendo festa
Bolsas europeias sobem, e índices americanos também indicam dia positivo. Cortesia de um petróleo mais comportado.
É uma espécie de dilema de Tostines. Estamos ao mesmo tempo começando um mês e terminando uma semana nesta sexta-feira, 1º de abril. Questões conceituais à parte, o que importa é o tom mais positivo no mercado financeiro.
Investidores se contentaram com a liberação do petróleo das reservas americanas, anunciada por Joe Biden para tentar dar um sossega leão na inflação de lá. Os preços tombaram ontem, como contamos aqui, e hoje estão rondando a estabilidade.
Depois dos americanos, outros países ligados à associação internacional do petróleo discutem medidas semelhantes.
Faz sentido, a alta de preços é disseminada. A inflação da Zona do Euro atingiu a máxima de 7,5% em março, acima dos 5,9% de fevereiro. O estrago foi causado pelos preços de energia, que saltaram 44,7%.
Seria uma notícia negativa, mas as bolsas europeias sustentam uma alta robusta.
Com a trégua do petróleo, investidores esperam dados do mercado de trabalho americano. Economistas ouvidos pelo The Wall Street Journal estimaram a criação de 490 mil postos de trabalho em março. Se confirmado, será a primeira vez desde o início da série histórica, em 1939, que a economia americana terá criado mais de 400 mil empregos por mês durante onze meses consecutivos.
O que nos traz de volta ao problema da inflação. Com tanta gente empregada – e ganhando mais –, a espiral inflacionária continua se acelerando. A medida de Biden é paliativa. O que deve ajudar mesmo é o começo da alta de juros, pelo Fed (o BC americano) em maio. Cada dado positivo da economia reforça que o próximo aumento será de 0,50 ponto percentual.
O que os investidores estão dizendo, com o bom humor de hoje, é que tá tudo sob controle. Bom final de semana.
Futuros S&P 500: 0,51%
Futuros Nasdaq: 0,59%
Futuros Dow: 0,50%
*às 7h44
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,71%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,24%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,49%
Bolsa de Paris (CAC): 0.56%
*às 7h43
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,27%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,56%
Hong Kong (Hang Seng): 0,19%
Brent: 0,10%, a US$ 104,81*
Minério de ferro: 0,73%, a US$ 160,80 por tonelada, na bolsa de Cingapura
*às 7h43
9h – IBGE divulga os dados da produção industrial de fevereiro.
9h30 – Departamento do Trabalho dos EUA divulga o payroll, com os dados sobre emprego em março.
Novo Airbus no Brasil
A Airbus vai trazer ao Brasil, para testes, o seu Airbus A220. Trata-se de um jato comercial com capacidade para 150 passageiros, considerado o maior concorrente do E2, da Embraer. A aeronave é resultado de uma parceria entre a Airbus, o governo do Quebec e a canadense Bombardier, que pulou fora do negócio há dois anos. A demonstração será oferecida às companhias Gol, Latam e Azul – esta última, cliente da Embraer. Os testes já estavam previstos desde 2020, mas foram adiados por causa da pandemia.
Olha o golpe
É de praxe que a Justiça peça às empresas de tecnologia dados de usuários para colaborar com investigações. Só que esse recurso virou alvo de criminosos. Uma investigação descobriu que Apple e Meta (ex-Facebook) forneceram informações em resposta a pedidos forjados por hackers. Os dados teriam sido usados em campanhas de assédio, mas também serviriam para facilitar fraudes financeiras. Leia na Bloomberg.
Esperar para ver
Segundo o Folha de S. Paulo, o clima na Faria Lima quanto às eleições de outubro é de neutralidade. Bolsonaro e seu posto Ipiranga, Paulo Guedes, não foram abandonados, mas gestores ouvidos pelo jornal já admitem um terceiro mandato de Lula e sem qualquer pânico em relação à eventual política econômica. Outro ponto comum é a descrença quanto à terceira via. Leia aqui.