IPCA-15 vem em -0,07%, melhor do que as expectativas
Índice reforça aposta em cortes mais agressivos na Selic. Lá fora, minério opera em alta.
O IPCA-15 veio melhor do que a encomenda: -0,07%. A mediana das projeções apuradas pelo Broadcast apontava para -0,03%. É a primeira deflação no índice desde setembro de 2022 – ele mede as altas nos preços nas últimas quatro semanas até o dia 15 do mês corrente, e serve como prévia do IPCA.
O índice vem 0,11 pp abaixo do de junho (0,04%) e reduz a alta em 12 meses para 3,19%, versus 3,40% no mês anterior.
O setor Habitação puxou a queda, com -0,94%, seguido de Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência, ambos com -0,40%. A maior alta entre os nove setores que o IBGE pesquisa ficou com Transportes, 0,63%.
O IPCA-15 é o último indicador de inflação antes da próxima reunião do Copom, que rola na semana que vem, entre os dias 1 e 2 de agosto. Como veio abaixo do esperado, reforça as apostas (ainda um tanto arrojadas) de que o primeiro corte na Selic possa vir em 0,50 pp, em vez de 0,25 pp.
A ver como o Banco Central lerá o resultado.
Minério em alta
Ontem, o governo chinês prometeu “medidas anticíclicas” para conter a crise do setor imobiliário no país, que já se arrasta por dois anos. A construção civil responde por 20% do PIB chinês e é consumidora voraz de aço. O aço é o produto final do minério de ferro, nosso terceiro maior item de exportação (atrás da soja e do petróleo). Daí, claro, a importância do setor imobiliário chinês para a vida de quem investe por aqui.
“Medida anticíclica” significa gastos públicos em tempos de desaceleração, para subir à força o giro do motor econômico. A notícia já tinha dado um gás para a Vale ontem – alta de 3%. E pode dar mais um empurrão hoje, já que o minério opera 1,36% no positivo, a US$ 119,88 a tonelada na bolsa de Dalian.
Os números das bolsas asiáticas também servem de bom agouro. O índice CSI 300, da China, fechou em 2,89%. O Hang Seng, de Hong Kong, 4,10%.
Alphabet e Microsoft
Hoje, após o fechamento de mercado, saem os balanços de duas das top 5 do S&P 500 em valor de mercado: Microsoft (MSFT34), a segunda colocada nesse quesito, e Alphabet, formerly known as Google, que ocupa a quinta posição (e carrega o nome clássico no ticker, GOGL34). As outras são Apple, Amazon e Nvidia, que adentrou o clube das cinco mais após o início da corrida pela inteligência artificial.
Nesta manhã, os futuros da Nasdaq operavam em alta de 0,33% com a expectativa pelos resultados das gigantes.
Outra peso-pesado – não da tecnologia, mas do consumo – divulgou seus resultados mais cedo. Foi a britânica Unilever (ULEV34), dona dos sabonetes Dove, dos sorvetes Magnum e mais um exército de marcas que chegam a todas as prateleiras da Terra. Ela anunciou um lucro de 5,27 bilhões de libras “na primeira metade do ano” (a companhia apresenta seus resultados em termos semestrais).
É uma alta de 21% na comparação com os 4,36 bilhões do mesmo período do ano passado. Nesta manhã, a ação passava por uma forte alta de 4,5% na bolsa de Londres. Dada a imensidão dos tentáculos da empresa, seu balanço serve como um termômetro para a saúde da economia global – e ajuda a deixar cada vez mais para trás os temores de recessão que assombravam o mercado financeiro.
Bons negócios!
Futuros S&P 500: 0,11%
Futuros Nasdaq: 0,33%
Futuros Dow Jones: 0,05%
*às 8h41
Viveo anuncia follow-on; decisão pode diluir acionistas em até 17,5%
A Viveo (VVEO3), small cap do setor de saúde, anunciou um follow-on de 36,7 milhões de papéis. Há, ainda, a possibilidade de um lote adicional, com 28 milhões de ações, que pode colocar R$ 1,4 bilhão no caixa da empresa. Trata-se de uma oferta primária – que dilui a participação dos atuais acionistas.
Atualmente, a Viveo é composta por 286 milhões de ações. Com essa nova “impressão”, esse número aumenta para 351 milhões.
Na prática, quer dizer o seguinte: se a empresa distribuir R$ 100 milhões em dividendos, um acionista que antes teria direito a R$ 0,34 por ação passa a ter o direito a R$ 0,28 (já que esses 100 milhões agora estão divididos por 351 milhões de papéis, e não 286 milhões). Em outras palavras, a decisão da Viveo resultará em uma diluição de 17,5% na participação dos investidores que não comprarem papéis novos.
A determinação do preço deve ocorrer no dia 1º de agosto. No pregão de ontem, com a notícia da oferta primária, VVEO3 caiu 1,61%.
17h30, EUA: Estoques de petróleo dos Estados Unidos na semana passada, pelo American Petroleum Institute (API)
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,28%
- Londres (FTSE 100): 0,11%
- Frankfurt (Dax): 0,09%
- Paris (CAC): 0,17%
*às 8h33
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 2,89%
- Hong Kong (Hang Seng): 4,10%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,06%
- Brent: 0,26%, a US$ 83,00
- Minério de ferro: 1,36% a US$ 119,88 por tonelada na bolsa de Dalian, na China
*às 8h38
A próxima reforma
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central diz que, para o país ter de fato um IVA abaixo de 28%, é preciso tocar uma outra reforma, além da tributária: a administrativa. E mostra que ele mesmo ajudou a produzir um superávit de R$ 50 bilhões para o estado de São Paulo ao realizar uma, enquanto esteve na Secretaria da Fazenda do governo Doria. No Estadão.
Após o fechamento de mercado: Carrefour, Neoenergia e Telefônica.
EUA, antes da abertura: GE, GM, Verizon.
EUA, após o fechamento: Alphabet, Microsoft e Visa.