Juros de 10 anos cruzam 5% ao ano nos EUA, maior patamar desde 2007
Alta no rendimento dos títulos públicos rouba protagonismo dos balanços das big techs. Bolsa chinesa cai ao pior patamar desde 2019 e afunda junto o minério
Bom dia!
A semana deveria ser marcada pela enxurrada de balanços das big techs, nos EUA, e pelo começo das divulgações dos números do terceiro trimestre por aqui – com destaque para Vale e Santander. Isso tudo a partir de amanhã, quando o assunto é Wall Street, e quarta-feira por aqui.
Só que os juros americanos bateram o pé e avisaram que vão continuar como protagonistas nessa novela que virou o mercado financeiro em 2023.
No comecinho da manhã desta segunda, o rendimento dos títulos de 10 anos rompeu pela primeira vez desde 2007 a marca de 5%. Por enquanto, trata-se mais de uma barreira psicológica do que qualquer outra coisa, já que na semana passada o juro já estava pertinho dessa marca.
O problema real é a velocidade com que essa taxa subiu, e as implicações para a economia americana – e global. Dados de lá já sugerem um mergulho na demanda por financiamento imobiliário, um sinal evidente do impacto dos juros de longo prazo.
Acontece que o Fed vem sinalizando que um aumento nessas taxas tende a ajudá-lo na tarefa inglória de trazer a inflação para a meta de 2% ao ano, isso enquanto os preços parecem ter empacado acima de 3%. Ou seja: os investidores estão preocupados – e pessimistas. O BC americano parece bem de boas com as Treasuries acima de 5% ao ano.
China derrete
E numa trama paralela corre a China. O principal índice asiático, o CSI 300, caiu ao menor patamar desde 2019 e abaixo dos níveis pré-pandêmicos. No final de semana, o governo chinês investiu contra a taiwanesa Foxconn, uma das principais parceiras da Apple na montagem de iPhones.
As ações da companhia fecharam em queda de 2,19% na bolsa de Taiwan, enquanto os papéis da Apple recuam 1,42% no pré-mercado.
A intervenção direta em empresas estrangeiras vem em um momento em que investidores já estão inseguros com o atual estado da economia asiática, justamente pela crise no setor imobiliário. Agora, há o temor de que existe uma crise de dívida sendo gestada nos balanços dos bancos, justamente por causa do crédito concedido à construção civil.
Não à toa, o minério de ferro afundou 2,45% na bolsa de Dalian. A Vale, de qualquer maneira, vai escapando da sangria chinesa com uma baixa de “tímidos” 0,24% no pré-mercado de Nova York.
Não tá fácil a vida do investidor. Boa semana e bons negócios.
Futuros do S&P 500: -0,64%
Futuros do Nasdaq: -0,77%
Futuros do Dow Jones: -0,60%
*às 7h36
Vale falha em barrar processo em Londres; VALE3 despenca
No Reino Unido, mais de 720 mil brasileiros estão processando a BHP pelo colapso da Barragem de Fundão em 2015, operada pela Samarco — joint venture entre BHP e Vale. As vítimas pedem indenizações que somam R$ 230 bilhões.
Até o momento, apenas a BHP era ré no processo (que você pode entender melhor nesta reportagem da VCSA). Mas a mineradora pediu à Justiça para que a Vale também fosse responsabilizada, alegando que ela deveria responder por “50% ou mais” do valor da causa.
A companhia até tentou evitar o enrosco. Pediu para recorrer da decisão que confirmou o judiciário do país como mais adequado para julgamento do caso, além de mais tempo para montar sua defesa. Não rolou. Na semana passada, a Justiça do Reino Unido negou ambos os pedidos, e a Vale deve apresentar sua defesa, em um tribunal do país, dia 1º de dezembro.
Somada à redução dos preços do minério de ferro no exterior, VALE3 sentiu o baque: na sexta-feira (20), fechou em queda de 2,7%, a R$ 62,68.
ONU faz Assembleia-Geral para debater crise Israel/Hamas
08h25: Boletim Focus do BC
15h: Campos Neto palestra em evento da B3
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,61%
- Londres (FTSE 100):-0,67%
- Frankfurt (Dax): -0,99%
- Paris (CAC): -0,43%
*às 7h32
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,04%
- Hong Kong (Hang Seng): feriado
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,83%
- Brent: -0,33%, a US$ 91,86
- Minério de ferro: -2,45%, a US$ 114,13 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 7h31
Guia Salarial 2024
Há alguns meses, o mercado de trabalho brasileiro está aquecido. No trimestre terminado em agosto, a taxa de desocupação do país fechou em 7,8%, menor patamar desde 2015. Entre a mão de obra qualificada, ronda os 3,5% (praticamente pleno emprego).
E esse contexto não deve ser exclusivo a 2023. 55% das empresas estão mais confiantes para o próximo ano, ou seja: mais planos de contratações no horizonte. O Guia Salarial da consultoria de recrutamento Robert Half, divulgado com exclusividade pela VCSA mostra quais profissões estarão em alta em 2024 e como andam as remunerações nessas áreas.