Juros futuros ajudam o Ibov, mas derrubam bolsas americanas

Em ritmo de Ano Novo, Ibovespa sobe 1,53% com fim da isenção de PIS/Confis sobre combustíveis.

Por Júlia Moura
28 dez 2022, 18h35
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Na última quarta do ano, o pregão foi um pouco atípico. Em ritmo de Ano Novo, com um baixo volume de negociações, uma das poucas coisas que influenciou os mercados foi a curva de juros futuros. No Brasil, ela caiu, dando espaço para uma alta de 1,53% do Ibovespa. Nos Estados Unidos, ela subiu, contribuindo para a queda de 1,21% do S&P 500.

Por aqui, duas notícias causaram a redução do risco fiscal. A de maior peso é o fim da isenção de PIS/Cofins sobre combustíveis, aumentando a arrecadação federal a partir de janeiro. A pedido do governo Lula, a atual administração não estendeu a medida para 2023. Estima-se que a medida dará cerca de R$ 50 bilhões por ano aos cofres públicos – e uma alta de R$ 0,69 no litro da gasolina.

O novo ministro da Fazenda, Haddad, disse ainda que está empenhado em rever, logo de início, as desonerações e benefícios dados pelo governo Bolsonaro. O objetivo do novo ministro é terminar 2023 com déficit primário menor do que os R$ 220 bilhões atualmente previstos no Orçamento.

Outra boa nova para as contas públicas é que o Centrão deve apresentar uma medida que modifica o teto de gastos para incluir o avanço do PIB, com base em ideias do atual Ministério da Economia, de Paulo Guedes. Segundo o Broadcast Político a ideia é apresentar tal projeto antes que o novo governo traga suas ideias para uma nova âncora fiscal, pressionando o novo governo. 

Com ambas as tranquilizações, os juros futuros fecharam em queda. O juro para janeiro de 2025 caiu de 12,939% para 12,675% e o para janeiro de 2031 cedeu de 12,955% para 12,710%.

Com o alívio fiscal, ações de varejistas, que tiveram fortes quedas em 2022, subiram com força nesta quarta. A Magalu (MGLU3) teve alta de 6,75%. Afinal de contas, o crédito mais barato impulsiona o consumo.

Já nos EUA, prevaleceu o temor de que uma recessão parece estar próxima, enquanto há um aumento de casos de Covid-19 na China. 

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Em Milão, dois aviões vindos da China tinham quase metade da tripulação infectada. Agora, a Itália vai requerer testes negativos de quem esteve na China para entrar no país. A partir de 5 de janeiro, os EUA vão adotar a mesma medida.

Além do caos aéreo, no curto prazo, o surto da doença pode levar ao fechamento de fábricas, impactando toda a cadeia global. Fora que, sem uma economia chinesa forte, o baque na economia deve ser ainda maior.

A Tesla já optou por adiantar em um dia a suspensão dos trabalhos em sua fábrica de Xangai que deve reduzir o seu ritmo de produção em janeiro. Depois de despencar 7,97% ontem, os BDRs da fabricante de carros elétricos subiram 2,09% hoje.

Todo esse cenário negativo levou a uma alta nos juros dos títulos do Tesouro americano. A remuneração do papel com o prazo de 10 anos subiu de 3,8449% para  3,8770%, e o de 30 anos de 3,9288% para 3,9724%.

A alta na remuneração da renda fixa ajudou a empurrar o mercado americano para baixo. Ao menos dessa o Ibov escapou. Até amanhã 🙂

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MAIORES ALTAS

BRF (BRFS3): 7,93%

Natura (NTCO3): 7,21%

IRB Brasil (IRBR3): 6,82%

Magazine Luiza (MGLU3): 6,75%

Americanas (AMER3): 6,11%

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MAIORES BAIXAS

Petrobras PN (PETR4): -1,23%

Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -0,91%

Carrefour (CRFB3): -0,72%

Petrobras ON (PETR3): -0,56%

Gerdau (GGBR4): -0,44%

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Ibovespa: 1,53%, aos 110.237 pontos

Em Nova York

S&P 500: -1,21%, aos 3.783 pontos

Nasdaq: -1,35%, aos 10.213 pontos

Dow Jones: -1,10%, aos 32.875 pontos

Dólar: -0,60%, a R$ 5,2551

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Petróleo

Brent: -1,27%, a US$ 83,26

WTI: -0,72%, a US$ 78,96

Minério de ferro: 0,72%, negociado a US$ 119,53 por tonelada em Qingdao, na China

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