Lucro do Bradesco (BBDC4) cai 75% com Americanas e mais calotes de clientes pessoa física
Papel cai quase 10% no pré-mercado em Nova York e deve tombar igualmente na B3. Petróleo em alta pode segurar Petrobras e a bolsa brasileira.
Bom dia!
A manhã começa azeda para os acionistas do Bradesco (BBDC4). Na noite de ontem, o bancão de Osasco anunciou uma queda de 75% no seu lucro trimestral. No 4º trimestre de 2022, o lucro foi de R$ 1,595 bilhão, um derretimento quando comparado aos R$ 6,6 bilhões do 4º trimestre de 2021. Na comparação com o terceiro trimestre, a queda foi de 69,5%.
A sangria nos resultados tem um culpado principal, a Americanas (AMER3). O banco separou R$ 4,851 bilhões em seu caixa para cobrir o possível calote da varejista, agora em recuperação judicial.
Antes fosse só esse o problema. O Bradesco é o banco que tem sofrido mais com o aumento da inadimplência, uma consequência da alta de juros e da inflação, que tirou a capacidade de pagamento dos clientes. Historicamente, o banco tem mais exposição a clientes de renda mais baixa. A inadimplência de pessoas físicas subiu a 5,5%, no maior patamar desde 2017.
Isso significa que o banco tem que separar mais recursos para cobrir calotes, e deve continuar a enfrentar dificuldades ao longo de 2023, segundo mensagem do banco.
O Itaú, maior banco privado do país, sofreu um impacto menor com a Americanas. A provisão do laranjinha para o calote foi de R$ 1,3 bilhão. E mesmo assim, o lucro cresceu 7%. No Santander, a queda no resultado foi de 45,9%.
Com o desempenho pior que o dos concorrentes, o Bradesco deve ter um dia bastante complexo na bolsa. Os recibos das ações do banco negociados em Nova York caíam quase 10%, uma sinalização da sexta-feira difícil que se desenha na Faria Lima.
Já o ETF das ações brasileiras em Nova York (o EWZ) vai se segurando com uma baixa mais tímida, de 0,40%.
Em parte, uma gentileza da Petrobras, que vai subindo 1,36% no pré-mercado nova-yorkino. Vladimir Putin anunciou um corte de 5% na oferta de petróleo russo como retaliação ao teto de preço imposto ao produto de seu país. E aí a cotação do Brent deu uma estilingada de 2%, ajudando a nossa petroleira.
Os ânimos, porém, estão mais para negativos. Em Nova York, os futuros dos principais índices caem, ainda no dilema de quando o Fed vai parar de subir os juros por lá. E depois, quando começará a cortá-los novamente.
E tem ainda toda a tensão geopolítica. Depois dos balões-espião chineses sobrevoando o mundo, agora há também mísseis russos. Um clima de paz na Terra. Chega logo, 18h.
Futuros do S&P 500: -0,40%
Futuros do Dow Jones: -0,20%
Futuros do Nasdaq: -0,85%
*às 8h
Oi pede socorro à justiça americana
Na quarta, a Oi entrou com um pedido de proteção judicial contra credores nos Estados Unidos. A ação é prevista pelo ‘Chapter 15’, sessão da Lei de Falências dos EUA que determina que empresas estrangeiras em falência ou recuperação judicial podem estender o processo para a justiça americana – e, assim, proteger seus ativos no país. Por lá, o maior credor da Oi é o The Bank of New York Mellon, que tem US$ 1,731 bilhão (ou R$ 9 bilhões) a receber.
Segundo documentos consultados pelo Estadão/Broadcast, os advogados da Oi afirmaram à corte americana que ainda tentam negociar com os credores para encontrar um desfecho consensual sobre o pagamento das dívidas, Mas, ainda segundo os documentos, caso o caminho da paz não vingue, a empresa já se prepara para um novo pedido de recuperação judicial no Brasil.
Ontem, as ações OIBR3 fecharam em queda de 4,58%, a R$ 1,25. Em um ano, o tombo é de 87,24%.
Lula nos Estados Unidos. Ele tem encontros com o senador Bernie Sanders, deputados do Partido Democrata, Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais. Às 17h30, ele se encontra com Joe Biden na Casa Branca. Haverá uma coletiva de imprensa às 19h30.
9h: IBGE divulga Pesquisa Mensal de Serviços de dezembro
10h: CNI publica Índice de Confiança do Empresário Industrial de fevereiro
16h: Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, participa de live da Bradesco Asset
Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,10%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,41%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,17%
Bolsa de Paris (CAC): -0,87%
*às 8h
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,59%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,31%
Hong Kong (Hang Seng): -2,01%
Brent*: 2,44%, a US$ 86,56
Minério de ferro: 0,76%, a US$ 126,88 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 7h53
Like a rolling stone…
Quando o assunto é desaceleração econômica, dá pra categorizar de duas formas: hard landing ou soft landing. A primeira é uma desaceleração brusca, que costuma acarretar em aumentos estrondosos na taxa de desemprego. A segunda é mais tranquila: à medida que os juros sobem lentamente, a economia vai esfriando no mesmo passo, e o mercado de trabalho não sofre um baque. Só que ultimamente alguns economistas têm falado em uma terceira via rolando em 2023. É a rolling recession, que é um híbrido das outras duas. Nela, os setores da economia não desaceleram ao mesmo tempo, e só alguns enfrentam demissões em massa. Hoje, quem anda rolando sozinho, sem direção (como na música de Bob Dylan) é o setor de tecnologia – enquanto o resto da indústria continua estável. A Bloomberg explica.
Dá pra ganhar dinheiro com o ChatGPT?
É aquilo: todos os dias, um espertinho e um desavisado acessam a internet. No mundo dos tutoriais de Youtube, a moda da vez é produzir conteúdo ensinando a ganhar dinheiro com o ChatGPT – ferramenta de inteligência artificial lançada há pouco mais de dois meses. Os materiais dão dicas de como faturar produzindo textos publicitários em larga escala. E as cifras variam de vídeo para vídeo: alguns prometem R$ 250 por dia, outros US$ 50 por hora e R$ 3.000 por mês. Só que ainda não dá pra saber se o método em questão realmente funciona, e os retornos, claro, não são garantidos. Nesta reportagem, a Folha explica o que os Youtubers ensinam e conversa com especialistas sobre até onde a estratégia faz sentido.
Usiminas, antes da abertura do mercado