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Magalu, Via e Americanas: de volta do inferno? 

O trio de ferro do comércio varejista foi ao fundo do poço. No dia 04 de julho, amargaram suas cotações mais baixas em anos. Mas lá havia uma mola: desde então, elas subiram mais de 30%. Seria uma volta ao paraíso? Vamos ver.

Por Camila Barros e Alexandre Versignassi
Atualizado em 15 jul 2022, 15h07 - Publicado em 14 jul 2022, 16h07
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Julho vem dando um respiro para as varejistas da bolsa: do pregão do dia 04 de julho até ontem, as ações da Magalu e da Americanas subiram 33%, e as da Via 37%.

O varejo conheceu o fundo do poço justamente no dia 04. Magalu bateu em R$ 2,13; Americanas, em R$ 12,54 e Via, em R$ 1,83. Era a pior cotação para Magalu e Americanas desde 2017; para Via, desde 2016.

Mas no fundo do poço havia uma mola: e agora cada uma recuperou mais de um terço do valor – indo a, respectivamente, R$ 2,83; Americanas, R$ 16,66 e Via, R$ 2,52. 

Mas nada suficiente para recuperar o estrago acumulado nos últimos 12 meses. Seguem os rombos até o momento (14 de julho, 15h43):

Magalu: 87%

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Via: 83%

Americanas: 74% 

Ou seja: mesmo com as altas absurdas dos últimos dias, todas seguem nos subterrâneos do mercado, amargando quedas que desafiam a lógica (e que só fariam sentido para empresas em vias de quebrar, o que não é o caso).  

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E o maior desafio do setor não acabou – está aumentando, inclusive. A pressão dos competidores é ainda maior agora, depois da consolidação do Mercado Livre e expansão dos e-commerces asiáticos no Brasil. 

Se a trégua para as varejistas não é fruto de mudanças no setor, o que justifica a alta das últimas semanas? São três explicações possíveis. 

Primeiro, o mercado pode ter simplesmente percebido que uma queda de 90% das ações de uma empresa saudável, como aconteceu com a Magalu, foi uma reação exagerada – comportamento de manada. Aí inverte-se o sinal, e a manada corre para o outro lado… 

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Segundo, o movimento pode ser fruto de uma reordenação nas carteiras de muita gente, agora que a Petrobras, que responde por 10% do Ibovespa, entrou em rota de queda. Desde o último pico, em 23 de maio, as ações PETR4 foram de R$ 36,20 para R$ 27,55 – queda de 23,9%. Culpa do petróleo, que caiu – olha a coincidência bonita – 23,9% nos últimos 4 meses. 

Terceiro, e não menos importante, porque ações que caem demais passam por distorções. Magalu custava perto de R$ 23. Ao cair 87%, ficou abaixo de R$ 3. Só tem um detalhe: para subir de R$ 3 para R$ 23, não basta, obviamente, crescer 87%. É preciso uma alta do capeta. Literalmente: seriam necessários 666%

Algo nos diz, então, que o varejo ainda não saiu do inferno 😉  

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