Mercado releva mau humor com juros e futuros de NY sobem
No Brasil, Haddad se reúne com Lira para discutir reoneração da folha de pagamento. Entenda como isso pode afetar a economia do país.
Mundo afora, o mercado amanhece no verde. Os principais índices asiáticos operaram com ganhos nesta madrugada, e as bolsas europeias seguem na mesma toada. Nos EUA, os futuros do S&P 500 e Nasdaq sobem (veja abaixo).
Trata-se de uma trégua na maré de mau humor que tomou o mercado nos últimos dias. Pelo seguinte: Wall Street está substancialmente menos confiante sobre o cenário de queda de juros nos EUA. Há uma semana, 70% dos agentes de mercado apostavam em uma redução de 0,25pp já em março, segundo dados do CME. Agora, essa parcela caiu para 59%.
A redução de otimismo afetou as bolsas: no S&P 500, 7 dos 11 pregões do ano até aqui fecharam em baixa. Isso depois de um fim de 2023 animado, que impulsionou o índice à alta de 24% no ano.
Hoje, falas de Raphael Bostic, do Fed, devem contribuir para o nivelamento de expectativas. O dirigente participará de dois eventos ao longo do dia, 9h30 e às 13h30.
Na última terça, o discurso de Christopher Waller, outro membro do Fed, indicou que a instituição deve avaliar com calma o início do afrouxamento monetário. E disse antever 3 quedas de 0,25pp nos juros até o fim do ano. Não é novidade, já que este era o cenário projetado pelo dot-plot de dezembro, gráfico que coleta projeções dos membros do Fed.
Só que o mercado, sedento por boas novidades, se decepcionou. A ver se Bostic reforça ou refuta a visão do colega.
Pela manhã, às 10h30, sai o dado semanal de pedidos de auxílio desemprego, outra ferramenta que ajuda o mercado a calibrar suas projeções para os juros. A lógica é a seguinte: mais pedidos de auxílio indicam um mercado de trabalho menos aquecido – uma consequência esperada durante o combate à inflação.
No Brasil
Por aqui, os olhos da Faria Lima continuam voltados para Brasília, onde Haddad busca uma saída para a trama da desoneração da folha de pagamento.
Uma breve recapitulação: “desoneração da folha” é um benefício fiscal que permite que empresas de 17 setores contribuam menos para a Previdência Social. Eles pagam alíquotas de 1% a 4,5% sobre sua receita bruta – contra a norma padrão de 20% sobre a folha de salários dos funcionários. A ideia é que, com custos reduzidos, os setores gerem mais empregos.
Em 2023, Lula vetou a medida. Só que o Congresso barrou o veto – ou seja, a desoneração permaneceu.
O Ministério da Fazenda contava com a reoneração em seu cálculo de novas fontes de receita – essenciais para alcançar a meta de déficit zero até o fim do ano. A pasta, agora, trabalha com uma proposta de oneração gradual da folha.
Hoje, Haddad se reúne com Arthur Lira (presidente da Câmara) para discutir a medida.
O assunto, no entanto, deve se arrastar até fevereiro, já que o Congresso volta do recesso parlamentar no dia 05.
O fuzuê já coloca a credibilidade do déficit zero em cheque: o TCU afirmou que a arrecadação está “superestimada” no Orçamento de 2024, e apontou risco de déficit de até R$ 55,3 bi (0,5% do PIB).
Bons negócios.
S&P 500: 0,23%
Nasdaq: 0,52%
Dow Jones: 0,09%
*às 8h17
09h30: Raphael Bostic, do Fed, fala em evento
10h30: EUA divulgam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 13/01
12h15: Christine Lagarde, presidente do BCE, discursa em Davos
13h30: Raphael Bostic, do Fed, fala em mais um evento
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,57%
- Londres (FTSE 100): 0,10%
- Frankfurt (Dax): 0,41%
- Paris (CAC): 0,65%
*às 8h20
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,14%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,75%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,03%
- Brent*: 0,59%, a US$ 78,34
- Minério de ferro: 0,80%, a US$ 133,20 na bolsa de Dalian, na China
*às 8h19
Como aumentar a restituição do Imposto de Renda?
Se você é CLT e ganha, vamos dizer, R$ 15 mil por mês, pode ver sua restituição subir de R$ 1,7 mil para R$ 6,1 mil se tiver um plano de previdência privada do tipo PGBL. Entenda como funciona neste artigo da VCSA.