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Meta (ex-Facebook) vira Magalu dos EUA: queda de 72% desde o pico

Companhia perde US$ 68 bilhões em valor de mercado após balanço ruim, e estende a racionalização nos preços das big techs.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 18 out 2024, 14h06 - Publicado em 27 out 2022, 08h41
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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O Instituto Zuckerberg de Resseguros, ops, a Meta, empresa anteriormente conhecida como Facebook, levou uma nova pancada após a divulgação do balanço do 3T22. Derretia 20% nesta manhã, no pré-market da Nasdaq, depois de divulgar sua segunda queda de receita seguida e um lucro 52% menor que o do mesmo período do ano passado. No 3T21, tinham sido US$ 9,2 bi. Agora, US$ 4,4 bi. 

A dona do Instagram e do WhatsApp valia US$ 1 trilhão outro dia mesmo, em setembro de 2021. Agora caiu para US$ 280 bilhões. Um tombo de 72%. Claro que comparar com Magalu (desabamento de 85% desde o pico) ou IRB Brasil (97%) é sacanagem. Os US$ 4,4 bilhões no trimestre deixam a empresa de Mark Zuckerberg com um P/L (preço/lucro) de 10. Ou seja, seu valor de mercado equivale a 10 vezes o lucro dos últimos 12 meses. O da Magalu é de quase 200. E o IRB nem tem P/L, pois dá prejuízo.  

P/Ls baixos, tipo 10 mesmo, simplesmente indicam que a empresa está saudável e o preço da ação acomodou-se num patamar que dá para chamar de racional. O problema é que, no mundo das big techs, os investidores estão acostumados àquilo que o economista Robert Shiller batizou como “exuberância irracional”: aposta-se em aumento acelerado, constante, brutal, nos lucros. Para sempre. Mas todo carnaval tem seu fim – como deixaram claros não só o balanço da Meta, mas também os da Alphabet (Google) e da Microsoft. Apple e Amazon divulgam seus resultados logo mais nesta quinta.  

Os futuros desta manhã são a mais completa tradução do mau humor (ou da racionalização de preço) do mundo big tech. Os da Nasdaq, bolsa ancorada em empresas de tecnologia, acordaram caindo 0,65%. Os do Dow Jones, de empresas mais tradicionais, apontavam na outra direção: alta de 0,44%. E o S&P 500, que junta as 500 maiores empresas americanas num bolo só, fazia o meio de campo, no zero a zero (0,04%).  

Por aqui, balanço bittersweet para a Ambev. Queda de 13,4% no lucro neste 3T22, comparado ao 3T21, para R$ 3,2 bilhões. Ainda assim, o lucro antes de juros, impostos e outras deduções contábeis (Ebitda) veio maior que que o esperado: R$ 5,6 bi, contra R$ 5,2 do consenso apurado pela Refinitiv. A ver como o mercado “racionalizará” o resultado desta empresa com P/L de 17 – ou seja, com a ação 70% mais cara que as da Magazine Zuckerberg. 

Boa quinta 🙂

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PS: maus agouros para Vale e cia: o minério está caindo 4% lá na China. 

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida

Futuros S&P 500: -0,05%

Futuros Nasdaq: -0,65%

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Futuros Dow: 0,44%

*às 7h45

 

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,81%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,17%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,84%

Bolsa de Paris (CAC): -0,85%

*às 8h25

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,70%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,32%

Hong Kong (Hang Seng): 0,72%

Commodities

Brent: 0,54%, a US$ 96,23

Minério de ferro: -4,10%, a US$ 88,96, na bolsa de Dalian

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*às 8h10

market facts

Heineken cresce, mas ações caem

No terceiro trimestre, a Heineken registrou receita de 9,41 bilhões de euros na operação global – crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o volume de vendas cresceu 8,9% no período. 

Apesar do resultado positivo, o mercado não se animou: na bolsa de Amsterdam, as ações da companhia fecharam em queda de 5,40%. 

É que, junto com os resultados, veio um balde de água do CEO da companhia, Dolf van den Brink. Em nota, o executivo sugeriu cautela frente às perspectivas macroeconômicas: dada a inflação, a Heineken segue subindo seus preços na Europa, seu principal mercado consumidor. Com preços mais altos, a demanda  pode diminuir. Apesar da empresa ainda projetar um leve aumento dos lucros em 2022, o mercado entendeu o posicionamento do executivo como um indicativo de que as coisas vão azedar em 2023.

Vale a pena ler:

Efeito Xi Jinping 

No domingo, Xi Jinping foi reeleito para o seu terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês, que lhe coloca à frente das decisões do país pelos próximos 5 anos. Xi não teve problemas para conseguir o endosso de seus colegas de partido. Mas não tem sido fácil assim com o mercado financeiro. Investidores estrangeiros retiraram investimentos do país em tempo recorde: o índice Hang Seng caiu mais de 6% desde então, e o índice Golden Dragon (de empresas chinesas listadas no Nasdaq) despencou 20%. A The Economist conta porquê.  

Perdão de dívidas

68 milhões de brasileiros têm boletos em atraso. Nunca tanta gente teve o “nome sujo”. Significa que 41,8% dos adultos do país têm dívidas em atraso. Nesta reportagem da Você S/A, entenda por que ter dívidas captura o cérebro e veja como a mistura do dinheiro com valores morais atrapalha o debate sobre anistia – tão antigo quanto o próprio crédito.

Agenda

9h: IBGE divulga o índice de desemprego no trimestre até setembro. Expectativa é de queda para 8,7%. 

EUA, 9h30: Pedidos de entrada no seguro desemprego na semana passada

Depois do fechamento de mercado: Pesquisa Datafolha

Temporada de balanços

Brasil, antes do pregão: Ambev, Gol

Brasil, depois do pregão: Vale, Suzano, Hypera

EUA, antes do pregão: Apple, Amazon

EUA, após o pregão: Unilever, Shell

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