Natura (NTCO3) brilha em dia de indecisão no Ibovespa – e de queda em Wall Street

Os americanos estão apavorados com os balanços das gigantes tech programados para esta semana. E o mundo aguarda ansioso a super quarta, que terá o chá-revelação das taxas básicas de juros dos EUA, da UE e da Inglaterra (bem como da nossa Selic). 

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 21 out 2024, 10h42 - Publicado em 30 jan 2023, 18h40
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Foi um dia de vaivém na B3. A curva do Ibovespa oscilou entre as regiões verde e vermelha do gráfico cerca de vinte vezes – o resultado lembrou uma pintura do Jackson Pollock –, e fechou o dia em ligeira queda de 0,04%, praticamente estável. 

Wall Street foi palco de um deslizamento mais decidido. Especialmente o índice Nasdaq, que concentra as techs e encerrou o pregão em -1,96% com medo dos balanços da Meta na quarta (1) e do trio Apple, Amazon, e Alphabet (Google) na quinta (2). As grandes empresas do setor demitiram cerca de 50 mil pessoas nos últimos 3 meses – até agora, só a Apple não entrou na onda do “compareça ao RH”. 

Crise tech à parte, investidores brasileiros e americanos aguardam as decisões de seus bancos centrais – nesta quarta (1), tanto a turma do Copom aqui em Brasília como o Fomc em Washington vão anunciar as primeiras atualizações do ano nas taxas básicas de juros de seus países. (Esse alinhamento de astros, apelidado de super quarta, acontece às vezes. Os comitês de política monetária da União Europeia e do Reino Unido também marcaram seus anúncios para esta semana, a expectativa para os dois é de 0,5 ponto percentual de alta.)

Do Bacen, ninguém espera grandes surpresas: a Selic deve permanecer em 13,75%, onde já está desde agosto. Nos EUA, há um pouquinho mais de margem para incerteza. O ciclo de alta dos juros não acabou, mas perdeu fôlego: na última reunião, que rolou em dezembro, o Fomc optou por adicionar apenas 0,5 ponto porcentual à “Selic” americana – um alívio após quatro altas seguidas de 0,75 p.p. A questão, agora, é saber se o Fed vai apertar ainda mais o freio e começar o ano com só 0,25 p.p. A maioria dos analistas aposta que sim. 

A Vale tinha tudo para voltar do final de semana no verde, já que o feriadão de Ano-Novo dos chineses acabou e o minério de ferro voltou da folga negociado em alta no leste da Ásia – 1,98% na bolsa de Dalian. Mas a mineradora fechou em queda de 0,35%. Do outro lado do cabo de guerra veio a Petrobras, que conseguiu emplacar uma alta humilde de 0,50% apesar de o barril ter caído 2,20% (motivos: além da cautela com as decisões dos BCs, há a decepção com o PIB alemão no 4T22, que caiu 0,2% após crescer 0,5% no 3T22. Menos atividade econômica, claro, é sinônimo de menos consumo de combustível). 

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Ou seja: as duas gigantes operaram com sinais opostos e descoladas de suas commodities, o que ajudou a manter o Ibovespa empacado. 

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Uma protagonista do noticiário corporativo, hoje, foi a Natura (NTCO3). É que três empresas peso-pesadas estariam de olho em adquirir uma fatia da Aesop, uma empresa australiana de cosméticos de luxo que a gigante brasileira arrematou por completo em 2016. 

As interessadas, de acordo com a Bloomberg, são a L’Oreal, a japonesa Shiseido e a LVMH – holding francesa que controla a Louis Vuitton e outras 70 marcas de luxo, e que hoje garante ao CEO Bernard Arnault o posto de homem mais rico do mundo (pelo ranking diário da Bloomberg, são US$ 190 bilhões para o francês, que deixou Elon para trás, com seus US$ 167 bi).

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Faz algum tempo que a Natura fala em fazer um IPO da Aesop, já que a grana levantada em uma operação dessas ajudaria a gigante brasileira a aliviar sua dívida. E o fato é que os investidores gostaram da perspectiva de venda: 5,49% para NTCO3 no pregão de hoje. 

Na ponta melancólica do noticiário está a CVC, que caiu 14,10% após a alta esperançosa de 23% acumulada na semana passada. Um pouco disso é realização de lucros, mas também há um quinhão de investidores decepcionados com o desfecho da aquisição de uma startup chamada Oner Travel.

O aplicativo, que permite a qualquer empreendedor vender pacotes de viagem, não só não será mais incorporado à CVC como anunciou que encerrará suas operações em 27 de fevereiro. A esperança era que ele desse uma arejada moderninha no portfólio da companhia de viagens – que, 15 dias atrás, havia demitido cem funcionários, 4% de sua força de trabalho.

Até amanhã! 

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Maiores altas

Arezzo (ARZZ3): 6,36%
Natura (NTCO3): 5,49%
Petz (PETZ3): 4,46%
Klabin (KLNB11): 2,87%
Suzano (SUZB3): 2,66%

Maiores baixas

CVC (CVCB3): -14,10%
Raízen (RAIZ4): -4,97%
Cielo (CIEL3): -4,78%
Magazine Luiza (MGLU3): -3,75%
BRF (BRFS3): -3,09%

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Ibovespa: -0,04%, a 112,273 pontos


Em NY:

S&P 500: -1,29%, a 4.017 pontos
Nasdaq: -1,96%, a 11.393 pontos
Dow Jones: -0,77%, a 33.717 pontos

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Dólar: 0,06%, a R$ 5,11


Petróleo

Brent: -2,20%, a US$ 84,50 

WTI: -2,23%, a US$ 77,90


Minério de ferro:
1,98%, a US$ 129,50 a tonelada na bolsa de Dalian

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