Novos ministros e Orçamento 2023 nos aguardam nesta quinta

Com a PEC aprovada, Congresso deve iniciar a votação do Orçamento para o ano que vem. 9h30 Lula anuncia mais ministros. Futuros em NY operam em baixa.

Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
Atualizado em 18 out 2024, 14h02 - Publicado em 22 dez 2022, 08h46
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Agora foi. O Senado aprovou a versão 2 da PEC da transição, agora válida por apenas um ano, ontem à noite. E nesta quinta o Congresso deve votar o Orçamento de 2023 praticamente sem as amarras do teto de gastos. R$ 145 bilhões extras estão liberados para o Bolsa Família de R$ 600 com adicional de R$ 150 por criança de até 6 anos e outros programas sociais, como o Farmácia Popular. Outros R$ 23 bilhões ficam liberados para investimentos – em geral, retomar obras de infraestrutura que estão paradas. 

Discutir se a “desidratação temporal”, de dois anos para um, foi uma derrota para o futuro governo é perda de tempo. A intenção desde sempre era acabar com o teto de gastos. E para 2023 ele só existe no papel, dada a adiposidade da liberação de recursos extras. Para 2024 em diante ele só permanece se o governo entrar em guerra com o Congresso. 

Até porque ficou mais fácil extingui-lo. A PEC diz que o teto de gastos só fica na Constituição até o momento em que for aprovada uma nova âncora fiscal em seu lugar. E essa aprovação se dará por meio de lei complementar, que exige apenas maioria simples no Congresso, em vez dos dois terços que uma emenda constitucional requer. Ou seja: está fácil criar um limite de gastos mais frouxo que o atual, instituído em 2016 pelo governo Temer sob a mentoria de Henrique Meirelles, então Ministro da Fazenda. 

Falando em mistérios, Lula deve confirmar vários nomes agora, num pronunciamento às 9h30. A expectativa é de Simone Tebet para a Agricultura, Marina Silva para o meio-ambiente e de André Lara Resende para o Planejamento. 

Lara Resende, um dos criadores do Plano Real, seria um “nome bem visto pelo mercado”. Mas não é por aí. O economista tornou-se partidário da chamada Teoria Monetária Moderna (MMT, na sigla em inglês). Na prática, a teoria é um keynesianismo turbinado: defende não só o papel do Estado como agente econômico, mas também a ideia de que a capacidade de endividamento do governo é infinita – já que basta imprimir dinheiro para pagá-la. 

Verdade. O problema é o seguinte: quanto mais você imprime dinheiro, menos ele vale (em outras palavras, você cria inflação). E a última coisa que o mercado, ou qualquer entidade em são consciência, deseja é um governo a fim de brincar com as impressoras de dinheiro. Já tivemos muitos ao longo do século passado, e vimos diversas moedas perderem todo o seu valor por conta deles. 

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,22%

Futuros Nasdaq: -0,22%

Futuros Dow: -0,27%

*às 8h31

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market facts

ETFs em 2022

O número de ETFs, fundos negociados em bolsa, cresceu 45,2% neste ano. Em novembro do ano de 2021 eram 63, contra 90 agora.  E o número de cotistas desses fundos também aumentou: em 2021 eram 655 mil, contra 850 mil agora – alta de 30%. Os dados são de levantamento da Teva Indices para o Valor Investe.

Apesar do crescimento, os números representam uma desaceleração em relação ao ritmo do ano anterior: entre 2020 e 2021, o número de ETFs subiu 114% (de 29 para 63), e o de cotistas, 93% (de 340 mil para 655 mil). 

Além disso, o patrimônio dos fundos caiu em 2022, fruto da queda no desempenho. Em 2021, acumulava R$ 48,5 bilhões, contra R$ 41,5 bilhões este ano – queda de 14,4%.

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Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

9h30 Lula anuncia novos ministros 

EUA, 10h30 Pedidos de entrada no seguro-desemprego na semana passada.  

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,21%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,31%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,18%

Bolsa de Paris (CAC): -0,11%

*às 8h33

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Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,14%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,46%

Hong Kong (Hang Seng): 2,71%

Commodities

Brent: 1,82%, a US$ 83,70 o barril

Minério de ferro: -1,64%, a US$111,10 a tonelada, na bolsa de Dalian

*às 8h44

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

As economias vencedoras e perdedoras do ano

Nos países ricos, a média de inflação ficou em 10% ao ano em 2022. A alta nos preços tirou o poder de compra dos consumidores e a paz dos bancos centrais do primeiro mundo. Ninguém ficou à salvo, mas teve quem conseguiu nadar sem se afogar e quem foi pego de jeito pelo tsunami. Considerando PIB, inflação, desempenho do mercado de ações e dívida pública, a The Economist ranqueou, entre os 34 países mais ricos do mundo, quais performaram melhor e pior este ano. Veja o levantamento aqui

Core Scientific: mais uma falência no mundo cripto

Achou que 2022 ia acabar sem novas emoções no mercado de cripto? Achou errado. Uma das maiores mineradoras de bitcoin do mundo, a Core Scientific entrou com pedido de falência, enquanto luta contra a queda do valor das criptomoedas e o aumento dos custos de energia nos EUA. Em abril deste ano, o valor de mercado da companhia, que é listada na Nasdaq, chegou a atingir US$ 3 bilhões. De lá, foi só tombo, para menos de US$ 100 milhões. O Financial Times conta essa história.

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