Payroll atrapalha feriado de Páscoa dos investidores
EUA divulgam dados sobre o mercado de trabalho no feriado, e reação nos mercados fica para a próxima semana.
Bom dia!
A quinta-feira começa com sentimentos dúbios no mercado financeiro. Os europeus, que se preparam para o feriado prolongado de Páscoa, estão em ritmo de celebração, com as bolsas em alta. Nos EUA, o sinal dos índices futuros é negativo.
Na Europa, cujo impacto sobre a Faria Lima é virtualmente nulo, as ações sobem impulsionadas pelos bons dados da produção industrial alemã. A maior economia da Europa, o índice subiu 2% em fevereiro na comparação com janeiro, isso enquanto economistas previam estabilidade. O dado de janeiro também foi ajustado para cima, um sinal de que os efeitos da alta de juros no continente, para conter a inflação, estão sendo menos danosos que o estimado.
Além disso, o alívio nos preços da energia tende a ser favorável para a indústria.
Já nos Estados Unidos, o foco da semana é o emprego. Amanhã, enquanto as bolsas estarão fechadas para o feriado, o governo americano publica o payroll, o dado oficial de desemprego no país.
A expectativa é de que ele mostre um desempenho mais fraco, confirmando os dados prévios divulgados ao longo da última semana.
Os EUA tinham menos 10 milhões de vagas em fevereiro, segundo o relatório Jolts divulgado na terça, o menor patamar desde maio de 2020. Já a pesquisa da ADP mostrou a criação de 145 mil postos de trabalho no setor privado, em março, abaixo dos 210 mil estimados. Hoje saem os dados de pedido de auxílio-desemprego, o que dará mais um sinal ao mercado para o dado oficial.
O consenso do mercado, segundo a Bloomberg, é que os EUA tenham criado 235 mil vagas, e a taxa de desemprego tenha permanecido em 3,5%.
Números negativos no fundo eram amplamente esperados e vistos como mal necessário para estabilizar a inflação no país, isso depois do ciclo de 12 meses de alta de juros do Fed. Ainda assim, investidores agora estão atribuindo mais peso a outro efeito da alta de juros: uma possibilidade de recessão.
Pior: na sexta, com o mercado fechado, não haverá como reagir. Daí porque a cautela nos mercados já nesta quinta.
O Brasil vai numa toada semelhante. Para além do reflexo dos EUA, por aqui a Faria Lima se prepara para uma entrevista de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e declarações do presidente Lula, que recebe jornalistas no Planalto. Bons negócios e bom feriado.
Futuros do S&P 500: -0,04%
Futuros do Dow Jones: 0,01%
Futuros do Nasdaq: -0,30%
*às 7h52
Exxon desiste do Brasil
A petroleira americana Exxon Mobil desistiu de explorar as águas do território brasileiro em busca de petróleo, de acordo com fontes consultadas pelo Wall Street Journal. O projeto de perfuração começou em 2017 e custou US$ 4 bilhões. A empresa via no Brasil uma de suas maiores oportunidades de crescimento. Só que as três tentativas de achar petróleo por aqui falharam. De mãos vazias, os geólogos e engenheiros que trabalharam na campanha de perfuração foram transferidos para outros países, como Angola, Guiana e Canadá. Além disso, a empresa não participou do último leilão offshore (que vendem terras para exploração) do Brasil em dezembro.
9h: IBGE publica Pesquisa Industrial Mensal Regional de janeiro
9h30: EUA publicam pedidos de auxílio-desemprego da semana
10h: Fernando Haddad concede entrevista ao vivo à BandNews TV
10h: Lula tem café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,19%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,69%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,29%
Bolsa de Paris (CAC): 0,18%
*às 7h51
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,16%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,22%
Hong Kong (Hang Seng): 0,28%
Brent*: -0.32%, a US$ 84,72 o barril
Minério de ferro: -1%, a US$ 115,31 por tonelada na bolsa de Dalian, na China
*às 7h52
Quem sai?
A idade dos funcionários costumava ser o primeiro critério de uma roleta de demissões em massa: os mais velhos ficavam, os mais jovens saiam. Mas hoje a análise tende a ser mais complicada que isso. Nas grandes empresas americanas, RHs e gestores costumam se reunir semanas antes dos cortes serem anunciados. Ali, eles discutem quais cargos são imprescindíveis. O primeiro fator de peso na decisão costuma ser o desempenho recente do funcionário – e aqueles com salários mais altos acabam chamando mais atenção, já que custam mais à empresa. O WSJ conta como as empresas decidem quem sai nas rodadas de demissão em massa.