PEC alternativa da transição traz alívio; China joga balde de água fria
Petróleo e minério recuam após novos casos e mortes por Covid no país asiático. Bitcoin perde US$ 16 mil após desenrolar do caso FTX.
Bom dia!
Depois da gritaria da Faria Lima contra a PEC da Transição, o Senado está trabalhando em uma proposta alternativa. A ideia é deixar fora do teto de gastos apenas as despesas ligadas ao Bolsa Família. A despesa de R$ 190 bilhões extra-teto cairia para algo como R$ 70 bi.
O texto deve propor ainda um prazo limite para que o novo governo aprove uma alternativa para a contenção da dívida pública, já que o teto tem sido furado ano após ano.
A notícia espalha algum alívio entre investidores, que enquanto isso pressionam pelo nome do novo ministro da Fazenda. Na sexta, a especulação de que o posto poderia ir para Fernando Haddad fez a bolsa virar o sinal e fechar em queda.
Nesta segunda, o Ibovespa terá mais uma vez que remar contra a maré global. O petróleo e o minério de ferro de ferro recuam nesta segunda, limitando a capacidade de Petrobras e Vale puxarem a alta da bolsa.
Na semana passada, a China começava a dar sinais de que poderia flexibilizar parte da política de Covid zero. Só que, no final de semana, o país registrou um aumento de casos e a primeira morte pela doença desde maio. Mais vítimas foram, jogando um balde de água fria em quem esperava uma reabertura e retomada econômica mais robusta por lá.
Sem a demanda chinesa, o minério não consegue se sustentar. E é justamente o que acontece nesta manhã. No caso do petróleo, há ainda a possibilidade de o G7 impor um teto aos preços do produto russo.
De qualquer maneira, essa é uma semana mais curta. Os EUA celebram na quinta o dia de Ação de Graças e as bolsas não abrem por lá. Para digerir a comilança da data, as bolsas emendam a sexta com um pregão um pouco mais curto.
Na agenda deles, o que vai pesar é a ata da última reunião do Fed, que será divulgada na quarta. Investidores chegaram a apostar em uma alta menor na reunião de dezembro, em vez dos 0,75 ponto percentual praticados nos últimos encontros. Mas falas de dirigentes do Fed na semana passada fizeram Wall Street recuperar a cautela com a alta de juros.
E tem ainda o Bitcoin, negociado abaixo dos US$ 16 mil – ao redor de US$ 15.720. A criptomoeda sofre com novos efeitos da quebra da FTX. Veja mais sobre o assunto na nossa dica de leitura. E boa semana.
Futuros S&P 500: -0,57%
Futuros Dow: -0,30%
Futuros Nasdaq: -0,78%
às 7h56
–Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,57%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,06%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,62%
Bolsa de Paris (CAC): -0,28%
*às 7h56
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,85%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,16%
Hong Kong (Hang Seng): -1,87%
Brent*: -0,42%, a US$ 87,25
Minério de ferro: -1,41%, a US$ 102,56 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 7h54
A ascensão do Koo
“Olha, eu quero agradecer do fundo do coração a todas as pessoas que entraram no meu Koo hoje”, disse Felipe Neto na sexta (18) para os 135 mil seguidores que amealhou em seu primeiro dia nessa rede social, um clone indiano do Twitter. No sábado, ele se tornou o aplicativo mais baixado do Brasil na App Store e na Playstore – em grande parte pelo nome, uma fonte inesgotável de trocadilhos.
Em Kannada, uma das 22 línguas oficiais da Índia, “Koo” significa “piu-piu”, piado de passarinho, igual “tweet”. Fundado em 2020 e com sede em Bangalore, no sul do país, o Koo recebeu uma injeção de US$ 30 milhões do fundo indiano Tiger Global no ano seguinte, o que elevou seu valor de mercado para US$ 100 milhões. Aprameya Radhakrishna, o CEO, afirma que a crise no Twitter fez o Koo superar a marca de 50 milhões de downloads, o que o tornaria a segunda maior rede de “microblogging” (perdão pelo palavrão).
Em tempo: não é a primeira vez que eles se vêem como objeto de trocadilhos. Em Tamil, um idioma do norte da Índia, “koo” é uma gíria para “vagina”. No início do ano passado, o termo “koo meaning in tamil” chegou a ser o termo mais buscado na Índia.
E sim. Como você sabe, o Twitter passa bem.
O que aconteceu com a FTX
Sam Bankman-Fried, de 30 anos, criou uma impressora de dinheiro. Produziu bilhões de dólares. Por um bom tempo, as pessoas acreditavam que a grana era de verdade, tão legítima quanto as notas que o Fed produz. Mas uma hora a ficha caiu, e a casa de Sam também.
Esse é o resumo do resumo do que levou à falência da FTX, a exchange de cripto que Bankman-Fried fundou em 2019 – e que se tornaria a quinta maior do mundo. Veja aqui a versão longa da história.
8h25 BC divulga Boletim Focus
15h Presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, participa de evento sobre inflação do Conselho Empresarial do Condado de Orange