PEC da Transição vai a segundo turno “desidratada”; entenda
Enquanto isso, Elon Musk anuncia que deixará o posto de CEO do Twitter e ações da Tesla reagem subindo.
Bom dia!
A PEC da Transição foi aprovada ontem na Câmara dos Deputados, por 331 votos a 168. Parlamentares ainda devem analisar destaques e votar a proposta em segundo turno, e, como houve mudança no texto, o Senado deve votar novamente a PEC. Desta forma, investidores devem continuar acompanhando a novela nesta quarta-feira (21), embora não sejam esperadas grandes surpresas.
O ponto que mais agradou a Faria Lima – e fez o Ibovespa subir 2% ontem e o dólar cair 1,9% – foi a diminuição do tempo de vigência da PEC, de dois anos para um (só 2023). Por isso ela foi considerada “desidratada” – no início das negociações, o PT queria que ela durasse todos os quatro anos de mandato do governo, diga-se. A quantia ampliada do teto continuou a mesma: R$ 145 bilhões para custear o Bolsa Família e outros programas sociais, mais R$ 23 bi em investimentos.
A expectativa agora está concentrada nas nomeações da equipe do novo governo. Fernando Haddad, futuro Ministro da Fazenda, deve anunciar em breve os secretários do Tesouro Nacional e da Política Econômica, nomes importantes para dar o tom da política econômica do novo governo – a Faria Lima ainda precisa ser convencida de que o futuro ministro terá responsabilidade fiscal.
Lá fora, os mercados já entraram em modo fim de ano, com poucas novidades agitando as bolsas. A história da vez é, de novo, Elon Musk e o Twitter: o bilionário anunciou que vai deixar o posto de CEO da rede social assim que achar um substituto. A notícia vem depois do resultado da enquete no próprio perfil de Musk, em que a opção pela sua saída ganhou.
Desde que comprou a empresa do passarinho – e se envolveu em inúmeras polêmicas, é claro – as ações da outra empresa de Musk, a Tesla, vem em queda livre. No ano, acumulam tombo de quase 60%. Só ontem a queda foi de 8%, mas agora, no pré-market de Nova York, elas sobem 2% após o anúncio de Musk.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,48%
Futuros Dow: 0,66%
Futuros Nasdaq: 0,37%
às 8h11
Credit Suisse vira as costas para a IRB
O Credit Suisse decidiu encerrar a cobertura das ações da IRB (IRBR3), alegando “realocação de recursos”. Como presente de despedida, o banco suíço fez uma última análise da companhia e reduziu drasticamente o preço-alvo dos papéis: de R$ 3,35 para R$ 0,70. Para o banco, os esforços do alto escalão da IRB para colocar o caixa da companhia de volta nos trilhos têm encontrado barreiras no cenário macroeconômico, e é provável que a companhia volte a ter dificuldades em atender aos padrões regulatórios. Por isso, a recomendação ficou “underperform” (desempenho abaixo do mercado).
Os analistas estimam que a resseguradora vai demorar mais um ano para voltar a dar lucros, e preveem um prejuízo líquido de R$ 764 milhões para 2022 e de R$ 113 milhões para 2023. A análise anterior falava em prejuízo de R$ 29 milhões este ano e lucro de R$ 226 milhões no próximo.
–
12h, EUA: índice de confiança do consumidor de dezembro
16h, Brasil: Roberto Campos Neto encontra o futuro presidente do BNDES, Aloizio Mercadante
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,89%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,65%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,74%
Bolsa de Paris (CAC): 1,00%
*às 8h14
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,04%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,68%
Hong Kong (Hang Seng): 0,34%
Brent*: 1,03%, a US$ 80,81
Minério de ferro: +2,93%, a US$ 112,45 por tonelada em Cingapura
*às 8h00
Dólar no colchão e argentinos no Catar
Na Argentina de 2022, a inflação ultrapassa os 90% ao ano, enquanto o índice de pobreza alcança 36,5% dos 45 milhões de habitantes do país. Ainda assim, 40 mil argentinos compraram pacotes de viagem de última hora para assistir à final da Copa do Mundo direto do Catar. Como? Tem a ver com a tradição de poupar dinheiro como faziam os nossos bisavós: deixando debaixo do colchão. A BBC Brasil explica essa história aqui.
A crise não bateu tão forte na porta da Apple
A Apple tomou um golpe atrás do outro neste fim de ano. Além dos problemas comuns para todas as techs – desaceleração da economia e alta dos juros – ela lida com o vai e vem das restrições chinesas contra a Covid, que travaram a produção de Iphones e reduziram as perspectivas de lucro para 2022. Ainda assim, ela está desempenhando melhor que os seus pares do Vale do Silício. A cria de Steve Jobs caiu 27% no acumulado do ano, contra queda de 65% da Meta e da Tesla, -50% da Amazon e -38% do Google. Aqui, a Bloomberg explica porquê.