Petrobras (PETR4) garante alta de 0,75% do Ibovespa com dividendos

Estatal pagará R$ 1,89 por ação pelos ganhos do começo do ano, e ação sobe 3,38%. Política de remuneração pode mudar e empresa quer recomprar ações.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 21 out 2024, 10h31 - Publicado em 11 Maio 2023, 17h23
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Esperança, no mercado financeiro, é algo mágico. Nesta quinta, as ações da Petrobras saltaram e carregaram o Ibovespa nas costas, isso enquanto Nova York se debate com um possível default da dívida americana – a mais segura do mundo. Mas vamos por partes.

A Petro divulga seus resultados logo mais, e eles devem ser piores que os do ano passado. Elementar, caro Watson: petroleira vende petróleo, e o suco de dinossauro ficou mais barato no primeiro trimestre deste ano, reduzindo a capacidade da companhia de gerar receitas. 

O barril do Brent, a referência internacional da matéria-prima, entrou em 2023 cotada a US$ 85,96, caiu a US$ 72,97 e fechou março a US$ 79. Não parece tão dramático, dito assim. O problema é que no fim de março de 2022 o Brent valia coisa de US$ 120, resultado da infame guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia.

Só que isso, hoje, é quase secundário. Com o pregão rolando, o Broadcast publicou que a petroleira deve distribuir R$ 24 bilhões em dividendos aos acionistas, referentes ao primeiro trimestre deste ano. Deu rebuliço porque esse tipo de informação precisa ser anunciada para todo mundo ao mesmo tempo, de preferência com a bolsa fechada. A B3 parou a bola e a Petro confirmou as infos.

Anunciou que distribuirá R$ 1,89 por ação pelos resultados (ainda desconhecidos) do 1TRI23. Vale o disclaimer, a Petro não paga necessariamente um percentual do lucro, a distribuição de resultados segue a geração de caixa da empresa – que também será conhecida nas próximas horas.

O R$ 1,89 do trimestre é menor do que a bolada distribuída no primeiro trimestre do ano passado. Ainda assim, dá um dividend yield de 7,51% no trimestre. Dá para brincar de PIB dos EUA: o que eles fazem é estimar que o resultado de um trimestre irá se repetir nos próximos três, e aí calculam o PIB anualizado. Fazendo isso com os proventos da Petrobras, o dividend yield de 30% seria de 30%. Por que choras, Selic?

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De qualquer maneira, o fato relevante veio com um balde de água fria: a Petrobras deve estudar um “aperfeiçoamento” na política de remuneração dos acionistas, inclusive com a possibilidade de mudar a estratégia. Em vez de distribuir dividendos polpudos, ela pode começar a recomprar ações. O plano precisa passar por assembleia de acionistas – o que pode ser mera questão de técnica, já que a União tem maioria dos votos.

As ações não se abalaram: a PETR4 fechou em alta de 3,38%%, e a PETR3 avançou 2,29%. Isso num dia em que o petróleo apanhou no mercado internacional.

A subida da Petro carregou junto o Ibov, que subiu 0,75%, a 108.256 pontos. É o maior patamar desde 17 de fevereiro.

Um feito impressionante quando se olha para Nova York. Lá em Wall Street, o S&P 500 e o Dow Jones estão padecendo de problemas tropicais. O governo americano está batendo o limite de seu teto de dívida e os republicanos não querem aliviar a barra de Biden. Até o ex-presidente Donald Trump, condenado ontem por assédio sexual, decidir dar entrevistas colocando fogo no parquinho. Ele conclamou seus correligionários republicanos a não ceder aos democratas sem corte de gastos, empurrando os EUA para o abismo.

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O resultado é que o Tesouro Americano, considerado o emissor dos títulos mais seguros do mundo, pode dar um calote, um cenário tão imprevisível que o JP Morgan montou uma “sala de guerra” para lidar com a crise.

A queda de braço não é nova, mas nunca banqueiros estiveram tão receosos com uma falta de consenso. Inclusive, a queda do petróleo hoje foi atribuída ao medo de que a crise da dívida cause uma recessão. É uma bomba de consequências globais, ainda que ninguém tenha coragem de medir a potência dos estragos. 

Por hoje, o Ibovespa colocou um fone com cancelamento de ruídos. Até amanhã.

Maiores altas

YDUQS (YDUQ3): 7,55%

BRF (BRFS3): 6,67%

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Azul (AZUL4): 5,53%

Cosan (CSAN3): 4,02%

Ultrapar (UGPA3): 3,92%

Maiores baixas

Alpargatas (ALPA4): -4,18%

Lojas Renner (LREN3): -3,83%

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CSN Mineração (CMIN3): -3,75%

Usiminas (USIM5): -3,01%

Locaweb (LWSA3): -2,99%

Ibovespa: 0,75%, a 108.256 pontos

Nova York

Dow Jones: -0,66%, a 33.310 pontos

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S&P 500: -0,17%, a 4.131 pontos

Nasdaq: 0,18%, a 12.329 pontos

Dólar: -0,27%, a R$ 4,9367

Petróleo

Brent: -1,87%, a US$ 74,98

WTI: -2,33%, a US$ 70,87

Minério de ferro: -3,46%, a US$ 100,76 

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