Continua após publicidade

Petrobras quer ser ‘a última produtora de petróleo do mundo’

Jean Paul Prates, CEO da estatal, vai na contramão da agenda ESG do governo, e do mundo, ao defender extração até a última gota.

Por Júlia Moura
Atualizado em 18 abr 2023, 11h06 - Publicado em 14 abr 2023, 06h13
-
 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Podemos ser os últimos a produzir petróleo no mundo.” Essa é a avaliação de Jean Paul Prates, CEO da Petrobras (PETR4). Em entrevista à Bloomberg no fim de março, ele disse que a extração do óleo vai continuar a ser o carro-chefe da companhia nas próximas décadas.

A declaração vai na contramão do mundo, que tem traçado metas para sepultar carros com motores à combustão, em um esforço para reduzir a emissão de CO2 e frear o aquecimento do planeta. Também bate de frente com o discurso das gigantes globais do petróleo, que reza pela transição para energias renováveis – daí o “últimos a produzir petróleo”. Só que a visão de Prates vai igualmente na direção oposta à traçada pelo próprio governo, que deseja ampliar a participação da Petro no mundo da energia limpa. 

A próxima empreitada da estatal é, inclusive, alvo de críticas por parte do governo. O plano é explorar a costa entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. O projeto, batizado de Margem Equatorial, foi comparado a Belo Monte pela ministra Marina Silva, dado o potencial de impacto ambiental.

Após torcer narizes com sua fala politicamente incorreta, Prates gravou um vídeo para dizer que assumiu a empresa com o compromisso de impulsionar a transição energética, especialmente com mais investimento em energia eólica offshore, e que a exploração da região do Amazonas vai depender da vontade do governo.

“No entanto, é preciso destacar que as atividades de petróleo e gás continuarão sendo essenciais pelos próximos anos para viabilizar essa transição, tanto do ponto de vista financeiro quanto para garantir a segurança energética no Brasil”, ponderou o executivo.

Continua após a publicidade

O objetivo do ex-senador é aumentar a participação da Petro no mercado. Para isso, é indispensável explorar novas regiões. 

Se bem-sucedida, a operação da Margem Equatorial pode aumentar consideravelmente a produção brasileira, que deve bater o recorde de 3,4 milhões de barris por dia ainda este ano. Isso porque o solo da região é semelhante ao da costa da Guiana, onde a Exxon descobriu poços com 11 bilhões de barris de óleo e gás em 2015. Segundo o governo do país, é possível que a reserva chegue a 25 bilhões de barris, o que levaria a uma produção de 1,64 milhão de barris ao dia até 2030.

Considerando que a costa brasileira a ser explorada é bem maior que a guianense, ela poderia ser um novo pré-sal. E, por mais que o futuro não pertença ao suco de dinossauro, um pré-sal ainda vale infinitamente mais que um parque eólico.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.