Petróleo já caiu 24% desde março
Cortesia do temor por uma recessão. Idem para o minério de ferro, que só hoje desaba mais 7%.
O barril segue rolando ladeira abaixo: -2,27% nesta manhã. Desde o pico, no dia 08 de março, o tombo é 23,9%. Isso tem o poder de baixar os preços do diesel e da gasolina? Obviamente tem. Mas o governo segue com a farsa do “estado de emergência” para aplicarem o suborno eleitoral de R$ 41,2 bilhões – com a aquiescência da oposição, que também preferiu o populismo ao risco de perder votos em outubro, e garantiu a aprovação da PEC da… (coloque o seu apelido favorito aqui).
Lá fora, as bolsas amanhecem em baixa, com os futuros do S&P 500 caindo ao norte dos 1%. A queda de ontem no índice americano (-0,45%) tinha sido relativamente baixa diante da notícia, a da inflação americana em brasileiros 9,1% nos últimos 12 meses. Pior: foi a primeira aceleração desde março. Veja:
Março: 8,5%
Abril: 8,2%
Maio: 8,5%
Junho: 9,1%
Parte do alívio pode ter vindo da “inflação núcleo” (core inflation) – o cálculo que exclui os preços da energia (incluindo combustíveis) e dos alimentos. Ele serve para dar uma ideia mais sólida da inflação, já que energia e comida tendem a ter preços mais voláteis (agora, por conta do Sr. Putin, mais ainda).
Bom, a core está assim:
Março: 6,4%
Abril: 6,1%
Maio: 6,0%
Junho: 5,9%
Ou seja: em leve queda. Uma boa notícia que pode ter segurado a sanha baixista do mercado ontem. Mas que talvez não segure hoje. Muito menos no Brasil, onde a Vale e suas primas da siderurgia tanto apitam: os contratos futuros do minério de ferro amanheceram em queda de 7% na bolsa de Singapura. No mercado à vista, não menos pior: -4,5%.
Boa quinta, na medida do possível.
O dia começou com tendência de baixa
Futuros S&P 500: -1,06%
Futuros Nasdaq: -0,80%
Futuros Dow: -1,07%
*às 7h54
Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,25%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,80%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,07%
Bolsa de Paris (CAC): -1,18%
*às 8h09
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,01%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,62%
Hong Kong (Hang Seng): -0,22%
Brent: -2,27%, a US$ 97,31
Minério de ferro: -7,28%, a US$ 100 por tonelada, em Singapura.
*às 8h05
Pela manhã Balanços do JP Morgan e do Morgan Stanley, antes da abertura de mercado
9h30 Número de pedidos de seguro desemprego nos EUA – índice semanal que serve de termômetro para a saúde da economia americana.
9h30 Sai o PPI, Índice de Preços ao Produtor, dos EUA – uma espécie de IGPM deles.
Techs reduzem contratações
Com medo da perspectiva de recessão econômica, o Google anunciou que vai reduzir o número de contratações em 2022 e 2023. Até agora, a companhia vinha mantendo o ritmo de contratações relativamente imune às quedas no setor de tecnologia – a última pausa havia acontecido durante a crise de 2008, de acordo com a Bloomberg.
O movimento do Google vem se repetindo em outras gigantes do Vale do Silício: Snap e Lyft também disseram que vão desacelerar contratações, e a Tesla anunciou corte de 10% do quadro de funcionários. Ontem, a Microsoft avisou que fará demissões em alguns setores da companhia. Apesar de dizer que os cortes não têm a ver com a piora na economia, a empresa já vinha reduzindo o número de contratações desde maio.
Celsius, o Lehman Brothers das criptos
Quando foi fundada, a Celsius tinha um modelo de negócios simples: os clientes emprestavam criptoativos para a plataforma em troca de juros. Aí a empresa reemprestava o valor a juros mais altos e embolsava a diferença.
Mas, em 2020, ela encontrou um jeito mais lucrativo de atuar nesse mercado. Passou a usar os recursos dos clientes para apostar no mundo arriscado das finanças descentralizadas (o DeFi). Quando veio o inverno cripto, ela foi a primeira a ser pega pela avalanche. Aqui, o Financial Times mostra a dimensão do problema que a Celsius tem em mãos – e como esse evento pode gerar uma onda regulatória no mercado de cripto, similar ao que aconteceu após a quebra do Lehman Brothers, em 2008.
Raio-x da Via
Quando a Magalu ainda era a queridinha da bolsa, teve gente que apostou que a Via seria a próxima jóia escondida do varejo. No auge do e-commerce, em 2020, os papéis da companhia chegaram a R$ 21,29.
Mas, desde a máxima, a Via derreteu. No fechamento de ontem, os papéis estavam cotados a R$ 2,52, mesma faixa de preço de quando a empresa foi criada. E agora? É hora de comprar VIIA3? As principais casas de análise acham que não. Nesta reportagem, a Você S/A faz um raio-x dos maiores problemas da empresa: dificuldade de pagar dívidas, margem de crescimento pequena e turbulência no comando da companhia.