PIB fraco da China é péssima notícia para o Ibovespa nesta sexta-feira
Economia chinesa cresceu só 0,4% no segundo trimestre, bem abaixo das expectativas. Minério de ferro derrete 4% com a notícia.
Bom dia!
Desejar não faz mal, é claro. Mas a verdade é que o dia já começou com notícias desanimadoras. O PIB da China cresceu só 0,4% no segundo trimestre de 2022, frustrando bastante as expectativas de um salto de 0,9%.
Nesse período, importantes cidades do país, incluindo o centro financeiro Xangai, estiveram sob restritos lockdowns para tentar conter o avanço da Covid-19 por lá – a China é o único país grande a ainda manter a política de “Covid zero”.
Os dados decepcionantes levaram analistas a revisar suas projeções para baixo, e, segundo a Bloomberg, a meta de crescimento definida pelo governo chinês para 2022 (5,5%) provavelmente não será atingida – e nem vai ser por pouco. O Goldman Sachs, por exemplo, prevê um crescimento de “apenas” 3,3%.
A última vez que a meta não foi batida foi em 1998, quando o crescimento ficou 0,2% aquém do esperado por Pequim. Em 2020, o governo não estabeleceu um número por causa do baque da pandemia.
O índice CSI 300, que reúne as principais ações negociadas nas bolsas de Xangai e Shenzen, caiu 1,70% com a notícia. Já o Hang Seng, de Hong Kong, foi além: -2,19%.
Mas não é só lá o estrago. Com a desaceleração chinesa, cai também consideravelmente a demanda por commodities, uma péssima notícia para o Ibovespa. Ontem, a queda da bolsa brasileira (-1,80%) foi puxada pela Vale, a toda-poderosa do índice, que caiu diabólicos 6,66% na esteira do derretimento do minério de ferro: -7,91% no pregão chinês. Isso tudo antes de sair o PIB da China, diga-se.
Hoje, o minério continua em queda livre, despencando quase 4% no pregão de Cingapura, o que pode encomendar mais uma dose de mau humor e pessimismo por aqui e amargar o #sextou. Isso tudo numa semana já sangrenta para o Ibovespa, que, até agora, acumula queda de 4,1%.
Pesa também o fato de que o pior pode nem ter passado – a China segue firme em sua política de Covid zero e algumas cidades já indicam que novas restrições podem estar chegando. Em Xangai, que saiu de um enorme lockdown só recentemente, o governo já alertou a população para estocar alimentos, por exemplo.
Nos EUA, porém, o clima é mais ameno. Investidores esperam dados das vendas do varejo, que são divulgados hoje às 9h30. Um número forte pode esfriar os temores de recessão, ao mesmo tempo que aumenta as preocupações inflacionárias. Entre a cruz e a espada?
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,25%
Futuros Nasdaq: 0,20%
Futuros Dow: 0,33%
*às 08h10
Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,11%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,87%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,61%
Bolsa de Paris (CAC): 0,62%
*às 8h11
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,70%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,54%
Hong Kong (Hang Seng): -2,19%
Brent: 2,17%, a US$ 101,25*
Minério de ferro: -3,65%, cotado a US$ 96,45 por tonelada em Cingapura
*às 07h59
Pela manhã – balanços do Wells Fargo e Citigroup
9h30 – vendas do varejo americano em junho
As cobranças indevidas do Santander
Nos últimos 8 anos, o Santander cobrou indevidamente 700 mil operações de cartão de crédito, Pix e cheque especial. Agora, o banco fez um acordo com o BC para ressarcir os clientes afetados. No total, serão desembolsados R$ 79,14 milhões – segundo o Santander, 90% do valor já foi devolvido. O BC detectou três irregularidades nas cobranças:
- Entre 2014 e 2020, o Santander cobrou mais do que deveria de clientes que anteciparam o pagamento de parcelas no cartão de crédito;
- Em janeiro e fevereiro de 2020, cobrou taxas de juros para cheque especial acima do limite estabelecido pelo BC, de 8% ao mês.
- Entre 2021 e 2022, fez microempresários e MEIs pagarem taxas para fazer transferência com o Pix – as normas do BC proíbem cobrança para esses grupos.
Cabo de guerra do trabalho híbrido
Empresas querem que seus funcionários voltem aos escritórios, enquanto boa parte dos profissionais tem convicção de que sair de casa para trabalhar não faz sentido. Pesquisadores de Harvard decidiram descobrir quem está certo: acompanharam o desempenho de 130 profissionais – alguns trabalhando 100% presencialmente, outros em formato híbrido e um terceiro grupo em home office. O estudo sugeriu que trabalhadores em regime híbrido desempenham melhor suas funções. Esta reportagem da Você S/A conta os achados de pesquisas que tentam clarear o dilema entre trabalho remoto e presencial.