Por que o payroll de hoje é tão importante para Wall Street
Investidores vêm apostando em um corte nos juros americanos já em março de 2024. O otimismo está exagerado? A resposta está no mercado de trabalho.
Bom dia!
Hoje o dia tem hora marcada para começar de verdade. É às 10h30, quando o Departamento do Trabalho dos EUA divulgará o payroll de novembro. Esse é o relatório oficial de emprego no país, que traz o número de novas vagas, a taxa de desemprego e o crescimento dos salários dos americanos.
E ele é tão importante porque vai servir para Wall Street calibrar as próprias apostas sobre os juros americanos – e tentar entender se o otimismo recente é exagerado ou não. Não só para Wall Street, é claro, mas também para o Brasil, já que a taxa americana dita o ritmo da economia mundial.
Hoje, metade das apostas acompanhadas pela ferramenta FedWatch, do CME Group, apontam para uma redução na taxa básica americana já em março de 2024. É uma visão otimista, que contrasta com as próprias sinalizações do Fed – dirigentes até concordam que novas altas provavelmente estão fora de cogitação, mas consideram prematuro já falar em cortes.
A visão que prevalece é que a política do banco central já é restritiva o suficiente para combater a inflação. E que, por isso, pode-se vislumbrar o corte dos juros mais cedo.
O que define isso é justamente a força do mercado de trabalho – e por isso o payroll é tão aguardado. As previsões dos economistas falam em 190 mil novas vagas em novembro, com a taxa de desemprego estável em 3,9%. Já os salários devem ter aumento de 0,3%.
Se o relatório vier mais fraco, crescem as chances de Wall Street fazer a festa – afinal, reforça a tese dominante. Se vier mais forte, reacende o medo de um Fed mais hawkish, já que um mercado de trabalho muito aquecido significa também mais inflação.
Antes do payroll, dois outros relatórios de empregos, menores e menos relevantes, já mostraram dados abaixo do esperado, apontando para um cenário de mercado mais enfraquecido.
Até ter a confirmação do payroll, porém, investidores aguardam na corda bamba. Os futuros americanos amanheceram nesta sexta-feira próximos à estabilidade.
Por aqui, a agenda é esvaziada, mas um outro fator entra na jogada: as commodities. Hoje é dia de nova alta no minério de ferro, que sobe 2,39% na China – e vem de uma longa e gradual trajetória de alta, na expectativa de que os estímulos à economia chinesa vão fazer a demanda bombar.
Já o petróleo, que está num caminho de queda, busca uma recuperação hoje, com o Brent subindo 1,7%. Deve fechar a semana, no entanto, em queda – o sétimo tombo semanal seguido para o barril.
Bons negócios.
Futuros S&P 500: 0,06%
Futuros Nasdaq: -0,04%
Futuros Dow Jones: 0,07%
*às 8h12
10h30 Departamento do Trabalho dos EUA divulga payroll de novembro
22h Dados de inflação da China
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,73%
- Londres (FTSE 100): 0,38%
- Frankfurt (Dax): 0,23%
- Paris (CAC): 0,82%
*às 8h14
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,24%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,07%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,68%
- Brent*: 1,66%, a US$ 75,28
- Minério de ferro: 2,39%, cotado a US$ 134,89 por tonelada na bolsa de Dalian (China)
*às 8h04
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