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Qual é o futuro da Petrobras (PETR4) após bater recorde de lucro entre empresas brasileiras

Pico do petróleo e política de dividendos generosa já fazem parte do passado. Caso OIBR3 tem novos capítulos, e há ainda a divulgação do PIB brasileiro no 4ºtri.

Por Tássia Kastner, Camila Barros
Atualizado em 21 out 2024, 10h39 - Publicado em 2 mar 2023, 08h09
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Ainda que já fosse o esperado, um recorde desse tamanho sempre surpreende. A Petrobras (PETR4) anunciou na noite de ontem que terminou 2022 com lucro de R$ 188,328 bilhões, alta de 76,6% na comparação com 2021.

Era previsto – e veio em linha com as projeções dos analistas –  porque o preço do petróleo passou 2022 nas alturas, como você bem sabe. O barril do Brent chegou a beirar os US$ 130 no ano passado, alavancando na mesma medida os lucros das petroleiras e a inflação global.

Essa disparada fez a Petrobras vender o seu suco de dinossauro por um preço 43% maior no ano passado quando comparado a 2021. Deu uma média de US$ 101,19 por barril. Considerando todos os produtos vendidos pela companhia, incluindo combustíveis, a alta foi de 51,9%. Além da valorização do Brent, a empresa também turbinou seu lucro com venda de ativos, como campos de petróleo.

A combinação fez a Petrobras registrar o maior lucro anual da história para uma empresa da bolsa brasileira, de acordo com dados da TradeMap. O número supera o recorde da R$ 129,1 bilhões da Vale, em 2021.

E são esses números impressionantes, combinados com uma política agressiva de distribuição de resultados, que fez a Petro fechar o ano como a segunda melhor pagadora de dividendos do mundo, atrás apenas da mineradora BHP.

O lance é que, no ano passado, o governo Bolsonaro decidiu elevar os pagamentos para turbinar o caixa da União, maior acionista da companhia e, portanto, quem mais se beneficia com uma política generosa de distribuição de resultados.

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A nova gestão tem uma visão distinta. O governo Lula 3 acredita que o lucro “exagerado” da estatal tem efeitos adversos para o bem estar social, já que ocorre às custas de preços elevados de combustíveis. Há ainda o entendimento de que a companhia deveria reter uma parte maior de seus lucros para investir na transição energética, tema que foi negligenciado nos últimos governos.

É daí que vem os anúncios de redução nos preços dos combustíveis – ontem foi decidida a redução de 14% no querosene de aviação – e a taxação temporária das exportações de petróleo, uma medida alvo de bastante crítica entre os mais ortodoxos.

Ou seja, os números de 2022 não devem se repetir em 2023. E nem precisava da intervenção do governo na petroleira. Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, o Brent deve ter preço médio de US$ 83 por barril em 2023 (a faixa atual), o que significa um potencial de receitas 18% menor. 

Por hoje, investidores se agarram ao resultado impressionante. Os recibos de ações negociados nos EUA sobem 3,44% nesta manhã, e dão o sinal positivo para a abertura da B3, logo mais às 10h. Antes, o Brasil ainda conhecerá o PIB do 4º trimestre, que deve ter recuado, segundo estimativas coletadas pela Bloomberg.

Decepção mesmo investidores encontraram em outro lugar: na Tesla.

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Ontem, Elon Musk foi o anfitrião de um evento para investidores da montadora, daqueles com ares de Steve Jobs nos áureos tempos. O problema é que faltou o “one more thing” do gênio da Apple, o momento em que vinha o anúncio mais esperado, com efeito UAU. Para investidores, seria o anúncio de um modelo “de entrada” da montadora, capaz de alavancar as vendas. 

A resposta a essa expectativa foi a seguinte: “Eu adoraria realmente demonstrar o que estou dizendo, e revelar o carro da próxima geração, mas vocês vão precisar confiar em mim até uma data futura”, disse… Musk? Não. Foi a fala de Franz von Holzhausen, o diretor de design da companhia. 

 

A queda de 6% das ações da montadora no pré-mercado mostra que a confiança está em falta em Wall Street. 

O dia, de qualquer maneira, tem tudo para ser azedo por lá. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq vão sendo negociados em queda, mesmo sinal das bolsas na Europa.

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Por fim, o Brasil ainda terá mais um capítulo da novela Oi. Depois de pedir uma “pré-recuperação judicial”, agora a OIBR3 oficializou o pedido de proteção à Justiça. Há um debate profundo do quão aceitável a demanda é, já que a companhia deixou sua recuperação judicial anterior em dezembro. A ver o que a Justiça vai decidir. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa

Futuros do S&P 500: -0,51%

Futuros do Dow Jones: 0,08%

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Futuros do Nasdaq: -0,73%

*às 7h56

market facts

Amaro busca um par

A varejista de moda on-line Amaro está buscando compradores. A empresa, que anda enfrentando dificuldades financeiras, afirmou ao Valor Econômico que está em processo de renegociar suas dívidas e procura “potenciais investidores para reforçar sua base de capital”. Inicialmente, o Grupo Soma e a Arezzo foram contactados para um eventual acordo – mas não houve negociação. Agora, a empresa sonda o Mercado Livre. Em 2022, as duas empresas se aproximaram por meio de uma parceria em que o Mercado Livre passou a vender produtos da Amaro em sua plataforma. 

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Segundo informações obtidas pelo Valor, a varejista já tem planos de encontrar um par já faz tempo, mas a busca se intensificou agora, dada a piora das condições do mercado – com juros altos encarecendo o crédito e o caso Americanas tornando as linhas de financiamento mais escassas para as varejistas.

Agenda

9h: IBGE divulga PIB do 4º trimestre

9h30: Ministério do Trabalho e Previdência Social divulga dados do emprego formal de janeiro

10h30: EUA publicam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 25/02

11h Governo lança novo Bolsa Família

Europa

Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,47%

Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,31%

Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,56%

Bolsa de Paris (CAC): -0,47%

*às 7h56

Fechamento na Ásia

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,22%

Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,06%

Hong Kong (Hang Seng): -0,92%

Commodities

Brent*: 0,71%, a US$ 84,91

Minério de ferro: 1,56%, a US$ 132,29 por tonelada na bolsa de Dalian

*às 7h55

Vale a pena ler:

Yuan chinês na Rússia

Os exportadores de energia da Rússia estão começando a receber pagamentos em yuan chinês – moeda também conhecida como renminbi. Companhias do país têm pegado dinheiro emprestado em yuan, e até as famílias começaram a aplicar suas economias na moeda chinesa. Para a Rússia, essa é a melhor alternativa para tocar o comércio internacional frente à ruptura com as economias ocidentais e o dólar americano. Também é benéfico para a China, que já vem há tempos querendo emplacar o yuan como moeda  globalmente importante. Nesta reportagem, o WSJ conta essa história. 

Maconha legal na América Latina

Na América Latina, a maconha medicinal é legalizada na Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Segundo estimativas da consultoria Euromonitor, essa indústria movimenta mais de US$ 170 milhões por ano na região. É menos do que os empreendedores do setor esperavam de início. Só que o cultivo clandestino de maconha foi uma das atividades mais lucrativas do mundo ao longo do século 20 nesses países. Por que, quando legalizada, a erva não rendeu as mesmas cifras. A BBC explica aqui

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Antes da abertura do mercado: Ambev

Após o fechamento: Grendene

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