Resultados do Goldman Sachs e Bank of America são destaque em NY
Números dos dois bancos superaram expectativas. Mas mercado amanhece em cautela antes de visita de Joe Biden a Israel.
Bom dia!
O dia começa com a divulgação de resultados de mais dois bancões: Goldman Sachs e Bank of America.
O BofA registrou uma receita líquida de US$ 25,32 bilhões, mais do que a expectativa de US$ 25,14 bi. O lucro por ação foi de US$ 0,90 – também acima da projeção de US$ 0,82. No pré-mercado, as ações da companhia sobem quase 1%.
Já o Goldman veio com US$ 11,82 bilhões de receita e US$ 5,47 no lucro por ação. Ambos acima das projeções, que apontavam para US$ 11,19 bi e US$ 5,31 bi.
Na última sexta, JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo inauguraram a temporada de balanços do terceiro trimestre. Eles também superaram as expectativas.
O motor dos ganhos foi o aumento da rentabilidade dos empréstimos, dadas as taxas de juros mais altas no país. Ao longo do trimestre, a taxa base do Fed subiu outros 0,25pp, para os atuais 5,50%. Ao mesmo tempo, a economia americana tem se mostrado resiliente e a demanda dos consumidores por crédito, ainda alta.
Ótimo para o caixa dos bancões – que, mais cedo este ano, temiam que a escalada dos juros pudesse desencadear em uma recessão. Tanto o Wells Fargo quanto o JPMorgan disseram esperar que a receita de juros cresça mais do que o esperado em 2023.
Só que os presidentes das instituições alertam que os tempos áureos podem acabar em breve. Para 2024, o clima é de pessimismo.
É que, segundo eles, as reservas dos consumidores americanos construídas durante a pandemia (quando a taxa de juros era praticamente zero e a economia lotada de estímulos) têm diminuído. Aí cresce o risco de inadimplência – que já têm aumentado.
E o cenário externo não ajuda. O desenrolar das guerras de Israel x Hamas e Rússia x Ucrânia jogam mais fatores de incerteza no horizonte. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, disse: “este pode ser o momento mais perigoso que o mundo já viu em décadas”.
Esforços diplomáticos
No final da noite de ontem, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, confirmou que Joe Biden irá a Israel para tentar mediar o conflito. O foco é evitar que a guerra se expanda e envolva mais países na região, como Irã e Síria. O presidente americano viaja amanhã.
Blinken já está em Israel, em conversas com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Putin também mexeu pauzinhos diplomáticos, com ligações para líderes e autoridades do Egito, Síria, Irã e Palestina. Segundo o Kremlin, o objetivo é evitar a continuação do desastre humanitário em Gaza.
O mercado vem monitorando os desdobramentos do conflito de perto. Por ora, parece acreditar em um desfecho diplomático – o que livraria o petróleo dos impactos de uma guerra na região. Mas a postura ainda é de cautela. Os futuros de NY caem no pré-mercado, enquanto os títulos públicos americanos sobem.
Bons negócios.
Futuros do S&P 500: -0,31%
Futuros do Nasdaq: -0,37%
Futuros do Dow Jones: -0,22%
*às 8h24
Ferrari passa a aceitar cripto como pagamento
A montadora italiana vai aceitar bitcoin, ether e USDC (uma stablecoin) como forma de pagamento nos EUA. E pretende fazer o mesmo na Europa até o fim do ano.
Apesar do entusiasmo ferrarista, impossível ignorar a questão da volatilidade das criptomoedas (vide: desde sua máxima histórica, o BTC já perdeu quase 70% de seu valor de mercado). Um exemplo disso é a Tesla. Em 2021, a montadora começou a aceitar bitcoins pelos seus veículos elétricos. No mesmo ano, Musk decidiu suspender a modalidade.
09h30, EUA: Departamento do Comércio divulga vendas no varejo de setembro
10h15, EUA: Fed divulga produção industrial de setembro
23h, China: produção industrial de setembro e PIB do terceiro trimestre
Após o fechamento do mercado: Vale divulga relatório de produção
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,31%
- Londres (FTSE 100): 0,44%
- Frankfurt (Dax): -0,39%
- Paris (CAC): -0,17%
*às 8h25
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,35%
- Hong Kong (Hang Seng): 0,75%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,20%
- Brent: 0,44%, a US$ 90,09
- Minério de ferro: 2,12%, a US$ 118,42 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 8h26
O fim do 10x sem juros?
60% de tudo o que se compra no Brasil é no cartão de crédito. Dessa bolada, 45% entra no parcelado sem juros. A modalidade é um motor para o consumo e, ao mesmo tempo, o nêmesis da economia brasileira: o país tem 71 milhões de pessoas com contas em atraso. Desses, ⅓ de tudo o que deixou de ser pago é, adivinhou: no cartão de crédito.
O instrumento cresceu de forma tão descontrolada que começou a se tornar disfuncional – e está na mira do governo. Entenda o projeto de lei que tramita no Congresso e o futuro do 10x sem juros na matéria de capa da VCSA.