Semana tensa nas bolsas têm inflação e início da temporada de balanços nos EUA
Brasil acompanha disputa eleitoral com algum otimismo. Cosan anuncia compra de 4,9% da Vale.
Bom dia!
A semana começa tensa no mundo e nos mercados financeiros. No final de semana, a ponte que liga a Rússia à Crimeia, inaugurada em 2018, sofreu uma explosão. A ligação era uma demonstração de força de Vladimir Putin após a anexação do território ucraniano, ainda em 2014.
Ninguém assumiu a autoria da explosão. Mas, após o episódio, o governo russo voltou a bombardear Kiev, agravando a guerra e deixando os ânimos exaltados mundo afora.
Isso numa semana que já seria tensa o bastante do ponto de vista econômico, com divulgação de dados de inflação e início da temporada de balanços nos Estados Unidos.
Na quinta, os americanos divulgam a inflação de setembro. Na véspera, será publicada a ata da última reunião do Fed – o documento explica o que a turma de Jerome Powell levou em consideração para subir o juro em 0,75 ponto na reunião do mês passado.
A expectativa é que pelo menos a inflação dos EUA comece a desacelerar, limitando o ímpeto do Banco Central em subir os juros por lá. Mas isso está mais para torcida e menos para uma possibilidade real. Não à toa, as bolsas americanas continuam afundando.
E na sexta começam a sair os resultados das empresas de capital aberto no terceiro trimestre. As estimativas do mercado apontam para resultados piores, reflexo da inflação e da alta de juros pelo mundo para combatê-la. Caso confirmado, abriria uma nova rodada de queda nas bolsas.
O Brasil conhecerá sua inflação de setembro amanhã. Melhor: sua deflação, segundo estimativas de analistas. Os preços dos combustíveis continuam caindo após a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na estatal.
As eleições também devem ter um peso importante nos negócios por aqui. Ainda atrás nas pesquisas, Bolsonaro continua abrindo o cofre para tentar bater o ex-presidente Lula e levar um segundo mandato. O mercado financeiro tem sido tolerante com os rios de dinheiro jorrando e, de modo, geral a bolsa teve um bom desempenho na semana passada.
Deu até para emplacar novidades bombásticas. A Cosan, holding dona da Raízen e da Rumo, anunciou na sexta-feira que se tornou acionista da Vale com 4,90% da mineradora.
Isso é o que se chama de otimismo. Boa semana.
Futuros S&P 500: -0,27%
Futuros Dow: -0,16%
Futuros Nasdaq: -0,38%
às 8h17
Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,19%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,35%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,52%
Bolsa de Paris (CAC): -0,34%
*às 8h17
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -2,21%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): Fechada
Hong Kong (Hang Seng): -2,95%
Brent*: -0,61%, a US$ 97,32
Minério de ferro: 2,70%, a US$ 96,95 por tonelada em Singapura
*às 8h14
Credit Suisse anuncia recompra bilionária
Na sexta, o Credit Suisse anunciou que vai recomprar 3 bilhões de francos suíços (o equivalente a US$ 3 bi) em dívidas para economizar no pagamento de juros. O banco suíço está se preparando para reestruturar suas operações e, nas últimas semanas, foi foco de desconfiança do mercado sobre a saúde financeira do negócio. O anúncio ajudou a tranquilizar os investidores: depois de uma sequência de quedas na semana, as ações da companhia fecharam em alta de 5,36% na bolsa de Zurique na sexta-feira.
Binance sofre ataque hacker
A Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, sofreu um ataque hacker na madrugada da última quinta-feira. Os hackers roubaram 2 milhões de BNB tokens – pela cotação dia, era o equivalente a uns US$ 570 milhões. Blockchain criada e administrada pela empresa, a Binance Smart Chain ficou fora de operação por algumas horas na sexta após o incidente. Em entrevista à CNBC, Changpeng Zhao, CEO da Binance, disse que “software e códigos nunca estão livres de falhas, (…) mas conseguimos minimizar os danos para menos de US$ 100 milhões agora”.
O papel da China na crise de energia
À medida que o crescimento econômico da China desacelera drasticamente, o país está importando menos energia. Esse declínio da demanda, vinda da segunda maior economia do planeta, está ajudando a desacelerar o aumento global dos preços de energia, provocado pela guerra na Ucrânia. Mas tem um detalhe: apesar de ter reduzido suas importações gerais, a China aumentou a compra de combustíveis fósseis da Rússia, sua aliada. Com uma mãozinha chinesa no meio, fica mais difícil para os EUA e a União Europeia, aliados da Ucrânia na guerra, aplicarem sanções econômicas efetivas contra a Rússia. O NYT explica o papel da China na crise energética na Europa.
A treta Musk vs.Twitter em tweets
Durante toda a saga de aquisição do Twitter, Elon Musk transformou sua conta na rede social em palanque para inflar especulações, prometer upgrades e fazer piadas sobre o conflito. Começou em 25 de março, quando ele publicou uma enquete perguntando a opinião dos usuários sobre a liberdade de expressão na plataforma. Exatamente um mês depois, ele e a empresa firmaram o acordo de aquisição por US$ 44 bilhões. Esta reportagem do Financial Times, traduzida pela Folha, reconta as reviravoltas da negociação utilizando tweets do empresário.
EUA: Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, participa de três eventos, às 9h30, 11h e 13h
12h Economista-chefe do IIF, Robin Brooks, participa de evento anual da entidade