Superquarta amanhece com bolsas em baixa e minério em alta
Commodity sobe 2,5% e futuros dos EUA operam no vermelho. Definições de política monetária não devem trazer surpresas.
Bom dia!
As bolas estão cantadas neste dia de definição de juros aqui e nos EUA.
Lá fora, basicamente todas as apostas são na manutenção dos juros em 5,50%. É a expectativa de 99,7% do mercado, de acordo com o levantamento diário do CME Group). O anúncio sai às 15h.
Por aqui, a ausência de surpresas negativas nos índices de inflação indica que o BC cumprirá o que já tinha indicado em agosto: seguir com cortes de 0,50% pp a cada reunião, baixando a Selic para 12,25%. O comunicado sai às 18h30 (ou melhor, em algum momento após esse horário, dada a tradição de impontualidade do BC).
A incógnita fica para as próximas reuniões. Um governo no qual a equipe econômica vende déficit zero em 2024 e o chefe do executivo diz que um de 0,25% ou 0,50% do PIB “não é nada”, não inspira a confiança necessária para a manutenção de cortes razoáveis.
Ainda assim, o que não falta é manga nos juros. Mesmo com eles a 12,25%, o juro real (aquele acima da inflação) está em 7,06% – na comparação com o IPCA dos últimos 12 meses.
Nesse quesito, o Brasil só perde da Rússia, com seu juro real de 9%.
O México nos segue de perto, com 6%. Nos EUA, só para comparar, o juro real está em 1,80%.
Minério: 2,51%
O horóscopo chinês traz boas vibrações para VALE3 e cia nesta manhã. Alta de 2,51% do minério de ferro na bolsa de Dalian, com a tonelada da commodity a US$ 125,63. Na bolsa de Singapura, alta de 1,89% nos contratos à vista, a US$ 123,85, e de 1,93% nos futuros, a US$ 121,55.
Os destaques entre os balanços
Prio (PRIO3)
A petroleira apresentou um balanço respeitável na noite de ontem. Alta de 126% no lucro líquido na comparação com o 3T22, a US$ 348 milhões. A receita líquida veio no mesmo ritmo: crescimento de 121%, a US$ 835 milhões.
RaiaDrogasil (RADL3)
O lucro da rede de farmácias subiu 31,6% na comparação anual, a R$ 296 milhões no 3T23.
Carrefour (CRFB3)
Queda de 59% no lucro da rede de supermercados em relação ao ano passado: R$ 132 milhões.
CCR (CCRO3)
A concessionária de rodovias e aeroportos apresentou um lucro de R$ 501 milhões, mas turbinado por receitas não recorrentes. Na ausência delas, o ganho foi de R$ 251 milhões, baixa de 58,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Telefônica (VIVT3)
A Vivo lucrou R$ 1,47 bilhões no 3T23 – alta de 2,2% no anual. A receita subiu 7,5%, a R$ 13,1%. Para os analistas do Citi, o resultado superou as expectativas. Eles recomendam compra, com preço-alvo em R$ 48 – 6% acima do fechamento de ontem (R$ 45,24).
Bons negócios!
Futuros do S&P 500: -0,31%
Futuros do Nasdaq: -0,34%
Futuros do Dow Jones: -0,28%
*às 8h19
Sem álcool, por favor
Comparado ao ano passado, o volume de cerveja vendida pela Ambev no Brasil recuou 1,1%. Isso em relação às alcoólicas. A divisão de produtos sem álcool ampliou seus volumes em 2,8%, o que puxou o volume total comercializado no país no 3º trimestre do ano — recuando apenas 0,1% na comparação anual.
Mesmo com a redução nos alcoólicos, a companhia teve receita líquida na divisão de R$ 9,05 bilhões, uma alta de 5,5% ante o mesmo período do ano passado. Dos não-alcoólicos, por sua vez, foi de R$ 1,72 bilhão no último trimestre. Uma alta de 5,1%.
10h45 e 11h, EUA: PMIs industriais de outubro nos EUA (do S&P e do ISM)
11h, EUA: Relatório Jolts de abertura de vagas no mercado de trabalho, relativo a setembro.
11h30, EUA: Estoques de petróleo até a semana passada.
15h, EUA: Fed anuncia sua decisão de política monetária
Após 18h30: BC anuncia a nova Selic
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,06%
- Londres (FTSE 100): 0,10%
- Frankfurt (Dax): -0,11%
- Paris (CAC): -0,02%
*às 8h30
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,04%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,06%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,41%
- Brent*: 1,63%, a US$ 86,41
- Minério de ferro: 2,51%, a US$ 125,63. na bolsa de Dalian
*às 8h31
Como evitar mentiras em processos seletivos
Na hora de preencher uma vaga, a tendência de esticar a verdade contamina tanto empresas como candidatos. As companhias se vendem sempre como “inovadoras e dinâmicas”, e fazem uma lista draconiana de pré-requisitos que buscam no “candidato ideal”. Os candidatos, por sua vez, aproveitam esse cenário mega-exigente para voltar atrás e alterar o curso da história — aumentando qualificações ou exagerando experiências.
No geral, os processos de contratação (especialmente aqueles industrializados) tendem a recompensar o exagero. Mas esta reportagem da Economist tem uma teoria de como contornar isso.