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VALE3 cai 3,96% e segura Ibovespa

Mesmo com desemprego e IGP-M em queda, índice brasileiro tem leve alta de 0,16%. Bolsas em NY sobem com freada da inflação americana.

Por Júlia Moura
28 jul 2023, 17h38
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 (Tamires Mazzo/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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A Vale (VALE3) não teve um balanço brilhante, mas ele veio mais ou menos na média do esperado. O suficiente para “passar de ano”. Mesmo assim, a ação caiu 3,96% hoje. O que explica? O minério de ferro. O valor da tonelada da commodity caiu 3,58%, a US$ 110,07, no mercado à vista de Qingdao, e 2,68%, a US$ 116,57, no contrato para setembro em Dalian nesta sexta. 

A matéria-prima desvalorizou-se com a decepção de investidores que esperavam um anúncio de novos estímulos econômicos na China, sinalizados em diversas ocasiões pelo governo local – inclusive na última reunião do Partido Comunista, nesta segunda, cujo tema foi justamente a economia do país. 

Não só as boas notícias não vieram, como ruins chegaram. A província de Yunnan determinou que as siderúrgicas da região limitassem a produção para atender a um mandato do governo, o de equiparar a fabricação deste ano com a do ano passado.

Não foi só a Vale que sentiu o impacto. CSN Mineração (CMIN3) caiu 1,15% e CSN (CSNA3), 2,18%.

Mas foi a Usiminas (USIM5) que liderou as perdas do Ibovespa, em queda de -5,34%. Além do baque do minério, a companhia divulgou uma queda anual de 73% no seu lucro do segundo trimestre, que somou R$ 287 milhões. O Ebitda teve um recuo ainda maior, de 81%, para R$ 366 milhões. O mercado considerou os números no geral muito fracos, com destaque para os custos operacionais bem acima do esperado. Para se ter ideia da decepção, o Ebitda ficou 21% abaixo do que o BTG esperava.

Nessa toada, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,16%. Na semana, fechou praticamente no zero a zero, com queda marginal de 0,02%.

O tombo do índice só não foi maior porque bancos tiveram altas de cerca de 1%, em recuperação aos recuos da véspera, assim como a Petrobras (PETR4), que subiu 1,26% depois de cair mais de 5% ontem. Hoje, o conselho de administração da estatal está renido para discutir a nova política de dividendos e uma possível recompra de ações. A expectativa é que a distribuição de lucros diminua significativamente.

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Dentre as notícias positivas do dia estão a queda de 0,8 ponto percentual no desemprego no Brasil, que foi para 8% entre abril e junho, segundo a Pnad Contínua do IBGE. Este é o menor índice de desocupação para um trimestre móvel encerrado em junho desde 2014. 

Já o IGP-M, conhecido como inflação do aluguel, recuou 0,72% em julho, depois de registrar deflação de 1,93% em junho, levando o índice a uma queda de 5,15% no ano e de 7,72% em 12 meses. 

Há um ano, em julho de 2022, o IGP-M acumulava alta de 10,08% em 12 meses.

EUA 

Nos Estados Unidos, a inflação também perde força, o que levou Wall Street a terminar a semana no positivo, com o S&P 500 em alta de 0,99%.

Lá, o índice inflacionário favorito do Fed teve a menor leitura anual desde abril de 2021. O PCE (Gastos no Consumo Pessoal, na sigla em inglês) subiu 3% em junho em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em maio, a alta anual havia sido de 3,8%. Na comparação mensal, ele subiu 0,2%.

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O núcleo do PCE, que exclui o preço de alimentos e energia, também subiu 0,2%, ante 0,3% em maio, e 4,1% na comparação anual, após alta de 4,6% no mês anterior.

A renda pessoal, por sua vez, subiu 0,3% ante maio, abaixo da previsão e da leitura passada, ambas de 0,5%. Mas os gastos com consumo cresceram 0,5%, acima dos 0,4% esperados e 0,2% do mês anterior.

No geral, os dados vieram próximos do previsto e reforçaram a percepção do mercado de que a taxa de juros não vai subir na próxima reunião do Fed em setembro, mantendo-se nos atuais 5,50% – caso essa taxa se mostre ok para manter a inflação em queda, rumo à meta de 2%.

Outro dado positivo foi a melhora no sentimento do consumidor, mensurado pela Universidade do Michigan. Ele subiu 11% em julho na comparação com junho, indo à marca mais favorável desde outubro de 2021, aos 71,6 pontos, apesar de levemente abaixo da projeção de 72,6 pontos.

Os indicadores ilustram o que o Fed vem dizendo: a baixa taxa de desemprego no país (3,6%) sustenta a economia e evita uma recessão em meio ao ciclo de aperto monetário, que pode estar chegando ao fim. Cortes de juros, porém, devem ficar apenas para 2024. Será que a economia americana passa de ano?

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Bom fim de semana!

MAIORES ALTAS

Méliuz (CASH3): 7,76%

BRF (BRFS3): 7,11%

Yduqs (YDUQ3): 4,87%

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Marfrig (MRFG3): 4,11%

Carrefour (CRFB3): 3,01%

MAIORES BAIXAS

Usiminas (USIM5): -5,34%

Vale (VALE3): -3,96%

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Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): -3,88%

Bradespar (BRAP4): -3,03%

Assaí (ASAI3): -2,22%

Ibovespa:  0,16%, aos 120.187 pontos

Em Nova York

Dow Jones: 0,50%, a 35.459 pontos

S&P 500: 0,99%, a 4.582 pontos

Nasdaq: 1,90%, a 14.317 pontos

Dólar: -0,59%, a R$ 4,7308

Petróleo

Brent: 0,74%, a US$ 84,41

WTI:  0,61%, a US$ 80,58

Minério de ferro: -2,68%.a US$ 116,57 por tonelada na bolsa de Dalian

 

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