Varejistas de moda fecham a semana com altas de até 14%

Riachuelo (GUAR3) foi a que mais valorizou na semana do anúncio da taxação das chinesas. Arezzo (ARZZ3), Soma (SOMA3) e Renner (LREN3) também passaram por altas relevantes. Mas o bom momento pouco alivia os tombos dos últimos 12 meses. Ibovespa cai 0,17% nesta sexta, e fecha a semana em sólidos 5,41%.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 21 out 2024, 10h35 - Publicado em 14 abr 2023, 17h58
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images e Reprodução/VOCÊ S/A)
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O MBA de má comunicação que o governo tem ministrado contou com uma aula magna hoje. Rui Costa, ministro da Casa Civil, disse em entrevista à CBN que não haveria uma Medida Provisória ou decreto para garantir a taxação das varejistas chinesas. Falou que se tratava apenas de “intensificar o processo de fiscalização para que todos cumpram a lei”.

Não era nada disso. E quem disse foi a própria Casa Civil. Após a entrevista, o ministério soltou uma nota dizendo que, sim, vai ter Medida Provisória, ou seja uma nova lei, acabando com a isenção de imposto para compras até US$ 50 feitas por pessoas físicas. 

A lei atual, diz a Receita, só isenta remessas de pessoa física no exterior para pessoa física no Brasil. Ou seja: Rui Costa, então, não está de todo errado. Shein, Shopee e cia, de acordo com o Fisco, burlam o sistema fazendo-se passar por pessoas físicas lá na China para garantir a isenção, e fazer com que seus produtos cheguem baratinhos por aqui.  

A própria Receita, porém, já deixou claro que é impossível fazer com que essa lei seja cumprida. Para facilitar as coisas, propuseram simplesmente acabar com a distinção entre pessoa física e jurídica. Agora qualquer remessa vai ter de pagar imposto. É a lógica: se a lei está sendo burlada, endureça-se a lei. Até porque o envio de produtos entre pessoas físicas de verdade tem um volume irrelevante. O grosso do fluxo é, obviamente, de empresas para pessoas. 

Seja como for, o fato é que as ações do varejo de moda fecharam a semana com altas relevantes, já que são as grandes favorecidas pela medida do governo. Segue a variação dos últimos cinco dias (lembrando que o anúncio da taxação veio na noite de terça, dia 11).  

Guararapes/Riachuelo (GUAR3): 14,47%

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Arezzo (ARZZ3): 8,63%

Soma (SOMA3): 7,21%

Renner (LREN3): 3,76%  

Mas isso pouco alivia as quedas nos últimos 12 meses, já que a concorrência internacional não é a única pedra do sapato das varejistas de moda (e a concorrência com o e-commerce chinês seguirá pesada mesmo com a taxação de 60% nas compras acima de US$ 50). Aos números:  

Soma/Hering (SOMA3): -38% 

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Renner (LREN3): -37%

Guararapes/Riachuelo (GUAR3): -32% 

Arezzo (ARZZ3): -25%

Ibovespa e S&P 500

Nova York ajudou a manter o freio de mão do Ibovespa puxado hoje: queda de 0,17%. Lá fora, o S&P 500 ficou em -0,21%. 

Os balanços fortes de JP Morgan, Citi e Wells Fargo animaram o início do pregão lá fora. Mas a fala de um diretor do Fed, Christopher Waller, colocou água no chope nova-iorquino. Ele disse que a alta dos juros nos EUA até aqui pouco fez no sentido de levar a inflação à meta, de 2% – ignorando o fato de que ela caiu de 9,1% em julho de 2022 para os atuais 5%, e que o PPI, índice de preços ao produtor, registrou sua segunda deflação seguida em março. 

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“A política monetária precisa sofrer mais apertos”, disse o diretor do BC americano. “Gostaria de receber sinais de moderação na demanda. Até que eles apareçam (…), acredito que ainda há mais trabalho para fazer”. Ou seja: sinalizou que, por ele, os aumentos da taxa básica americana, atualmente em 5%, devem seguir firmes. 

As apostas nas CME, a bolsa mercantil de Chicago, apontavam ontem para 33% de chance para a manutenção da taxa na próxima reunião do Fomc (o Copom deles). Hoje, com a fala de Waller, os odds caíram para 24%. Foi o bastante para tirar o mercado do verde. 

Por aqui, os maiores destaques foram negativos. CSN e Rede D’Or foram as maiores baixas do dia após o Goldman Sachs reduzir as avaliações de ambas.

A da Rede D’Or teve sua recomendação rebaixada de “compra” para “neutra” e reduziram o preço-alvo da ação de R$ 41 para R$ 31 – ainda assim bem acima da cotação atual, em R$ 22,18. Já a CSN caiu de “neutra” para venda. E o preço alvo tombou de R$ 14,20 (próximo ao valor do fechamento de hoje, R$ 14,49) para R$ 12,50. 

No cômputo geral, vale lembrar, o Ibovespa fecha com uma alta semanal firme, de 5,41% – o que reduziu a queda no ano para 3,4%. Na renda fixa, o IPCA+2035 recuou de 6,13%, na última sexta, para 6,02%. Caso ele vá abaixo dos 6% na semana que vem, será a primeira vez em quatro meses e meio. Um alívio considerável, por cortesia do IPCA de março, divulgado na terça e que reduziu a inflação em 12 meses para 4,65%. Ou seja: dentro do teto da meta (4,75%) pela primeira vez em dois anos. 

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Bom fim de semana!  

  

Maiores altas

Cielo (CIEL3): 2,83%

Locaweb (LWSA3): 2,27%

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Braskem (BRKM5): 2,16%

B3 (B3SA3): 1,96%

Energisa (ENGI11): 1,79%

 

Maiores baixas

CSN (CSNA3): -7,35%

Rede D’Or (RDOR3): -6,02%

Alpargatas (ALPA4): -5,13%

Marfrig (MFRG3): -3,95%

Assaí (ASAI3): -3,85%

 

Ibovespa: -0,17%, aos 106.279 pontos

 

Em NY:

S&P 500: -0,21%, aos 4.137 pontos

Nasdaq: -0,35%, aos 12.123 pontos

Dow Jones: -0,42%, aos 33.885 pontos

 

Dólar: -0,23%, a R$ 4,91 

 

Petróleo

Brent: 0,25%, a US$ 86,31

WTI: 0,44%, a US$ 82,52

 

Minério de ferro: -0,84%, a US$ 112,14 a tonelada na bolsa de Dalian

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