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Vitória de Lula, dia 1: manhã começa com -8% nas ADRs da Petrobras

Pré-mercado em Nova York mostra primeira reação negativa de investidores, que esperam os planos do presidente eleito para a economia.

Por Bruno Carbinatto, Tássia Kastner
Atualizado em 18 out 2024, 14h06 - Publicado em 31 out 2022, 08h31
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Pregões pós-eleitorais costumam ser caóticos. A vitória de Lula para um terceiro mandato, confirmada na noite de ontem, colocou investidores no modo liquidação. No pré-market de Nova York, onde já são negociados recibos de ações (ADRs) de empresas brasileiras. Nesta manhã, a ADR da Petrobras cai coisa de 8%. O ETF iShares MSCI Brazil (ticker EWZ), o principal ETF brasileiro negociado por lá, cai 5%. Aqui o jogo começa para valer às 9h, com o câmbio, e ganha mais emoção às 10h, com a abertura da bolsa.

Esse drama pós-eleição não é novo. Em 2018 a segunda-feira que sucedeu a vitória de Jair Bolsonaro foi altamente instável: o Ibovespa chegou a atingir seu recorde na época, batendo os 88 mil pontos durante o dia, mas terminou o dia com queda de 2,24%. Entrou para o folclore que a Faria Lima tinha colocado em prática o “comprar no boato e vender no fato”: depois do episódio da facada, Bolsonaro manteve larga vantagem nas pesquisas. Só nas quatro semanas que separam o primeiro e o segundo turno, o Ibov acumulou alta de 7,73%.

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Quando Dilma Rousseff foi reeleita, em 2014, a bolsa brasileira chegou a despencar 6% na mínima do dia; fechou com queda de quase 3%. Não à toa, as ações em maior queda livre foram a Petrobras (-11%), Eletrobras (-11%) e Banco do Brasil (-6%).

Ou seja, a racional Faria Lima tem seus momentos passionais. Passado o primeiro pregão, o que vai determinar os rumos da bolsa são os planos de Lula para seu terceiro mandato.

A Faria Lima torcia para Bolsonaro sob a justificativa de que ele seria mais pró-mercado, inclinado a privatizações e a uma política fiscal menos intervencionista. Na prática, Bolsonaro demoliu o teto de gastos para tentar arrebanhar mais votos e ainda interviu diretamente na Petrobras para evitar a alta dos combustíveis durante a corrida eleitoral, isso para ficar em dois exemplos.

Agora, a Faria Lima vai ter que lidar com mais um governo petista. Na semana passada, o Ibovespa fechou com queda acumulada de 4,5%, já esperando esse resultado (ainda que tenha sido uma eleição apertada e difícil de prever, com a menor diferença entre os candidatos desde a redemocratização).

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Outro fator que pesa na análise é que não se sabe qual tipo de governo petista vem aí. Será uma repetição dos governos Lula, com mais acenos ao centro na política econômica à la Meirelles, ou um replay dos governos Dilma, com afagos à heterodoxia e com a desastrosa Nova Matriz Econômica?

Em 2006, ano que o ex-presidente fechava seu primeiro mandato e era reeleito, o Ibovespa fez a festa e subiu 33%. O medo do governo esquerdista tinha ficado bem para trás.

Na campanha de 2022, o petista de fato investiu na “frente ampla”. Escolheu Alckmin como vice, recebeu o apoio de Simone Tebet e o voto de importantes economistas liberais. No governo, porém, a história pode ser outra. Lula ainda não anunciou o nome de seus ministros.

Até lá, o humor da Faria Lima vai depender de especulações. E o primeiro pregão pós-eleitoral já pode dar pistas do caminho que decidirá seguir.

Enquanto isso, Wall Street começa a semana no vermelho. Por lá, sem eleições para animar a história, a novela é a mesma: o Fed. A decisão do banco central americano sai na quarta-feira.

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Bons negócios.

Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,40%

Futuros Nasdaq: -0,56%

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Futuros Dow: -0,32%

*às 8h17

Europa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,24%

Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,23%

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Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,34%

Bolsa de Paris (CAC): -0,04%

*às 8h18

Fechamento na Ásia
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,92%

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Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,78%

Hong Kong (Hang Seng): -1,18%

Commodities
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Brent: -1,35%, a US$ 94,48*

Minério de ferro: -1,52%, a US$ 77,60 por tonelada em Cingapura

*às 7h51

market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Usiminas lucra 66% menos

A siderúrgica Usiminas registrou um lucro líquido de R$ 609 milhões no terceiro trimestre de 2022 – recuo de 66,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O que puxou o desempenho fraco foi a redução do volume de vendas, que caiu 14% em um ano. 

O resultado trimestral da companhia foi melhor que o esperado por analistas consultados pela Refinitiv, que projetavam lucro de R$ 369,9 milhões. Ainda assim, não foi o suficiente para segurar os papéis da companhia na bolsa: na sexta, as ações USIM5 caíram 4,17%, a R$ 7,35. 

Vale a pena ler:
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Midterms e a bolsa de valores

Consistentemente nos últimos 100 anos, o calendário do mercado de ações norte-americano seguiu um padrão: a coisa vai ficando feia para a bolsa de valores à medida que se aproximam as midterms (eleição que acontece na metade do mandato do presidente eleito, e renova a Câmara dos Deputados e ⅓ do Senado). Logo depois da tempestade vem o arco-íris. No ano seguinte ao pleito, as ações sobem – não importa qual lado vença. As próximas midterms estão se aproximando, mas as coisas podem ser diferentes dessa vez, dado o trio inflação alta + juros subindo + medo de recessão. Aqui, o colunista do NYT Jeff Sommer explica o que pode mudar em 2023.

O que esperar da era Musk do Twitter 

Depois de tantos vai-e-vens na negociação que começou em 14 de abril, o drama acabou: Musk firmou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões na última quinta-feira. O empresário, claro, já chegou fazendo barulho. No mesmo dia, ele fez uma limpa no alto escalão da companhia, demitindo  o presidente-executivo, o diretor financeiro, o diretor jurídico e o conselheiro geral. E prometeu cortar mais empregos, e ao mesmo tempo ampliar a oferta de serviços da plataforma para criar um “super aplicativo”. Esta reportagem do Financial Times, traduzida pelo Valor, explica o que deve mudar para os twitteiros agora. 

Agenda
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Dia de agenda esvaziada. Às 13h30, a Opep publica o relatório “Perspectiva Mundial do Petróleo”

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(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Após o fechamento do mercado: balanços da Cielo, CSN, CSN Mineração, PetroRio e Raia Drogasil

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