Xi Jinping levanta o Ibovespa após sete quedas seguidas
Alta foi de 1,05%. Vale e siderúrgicas, que têm a ganhar com plano chinês para bombar a infraestrutura, ficam entre as maiores altas. Destaque também para a WEG, que apresentou mais um balanço surpreendente.
O Ibovespa fechou em alta hoje após sete quedas consecutivas: 1,05%. O último dia no azul tinha sido láááá em 13/04, com o índice a 116.782 pontos. Hoje, fechamos a 109.349 pontos. A perda segue em 6% de esse último pico. Mas, ao menos, tivemos um dia no azul.
Cortesia do CEO da China, Xi Jinping. Sim, CEO porque a China funciona mais como uma empresa do que como um país de fato. O cara lá de cima falou, está falado. E o que o cara lá de cima falou hoje é que seu país pretende bombar a economia com uma avalanche de projetos de infra-estrutura: portos, hidrovias, centrais de computação em nuvem, ferrovias de alta velocidade, aerotrem…
Como tudo isso precisa de aço, a Vale e as siderúrgicas soltaram rojão, e ficaram entre as maiores altas do dia. A mineradora fechou em 5,90%; Gerdau, 5,56%; CSN, 4,58%.
Outra que deixou seus acionistas sorridentes foi esta aqui, a…
WEG
Pois é. Pelo jeito, três coisas são certas na vida: a morte, os impostos e os balanços surpreendentes da multinacional de Jaraguá do Sul (SC). Mais uma vez, a WEG apresentou um resultado acima das expectativas: lucro de R$ 943,9 milhões no 1T22, 23,5% acima do mesmo período do ano passado.
Tem sido uma constante. Vamos olhar mais para trás, desde o já longínquo 2018:
1T18: R$ 285 milhões
1T19: R$ 306 milhões (7,3% a mais)
1T20: R$ 440 milhões (43% a mais)
1T21: R$ 764 milhões (73% a mais)
1T22: R$ 943 milhões (23% a mais)
Depois dos saltos que rolaram em 2020 e em 2021, parte dos analistas duvidava que a fabricante de equipamentos eletrônicos tivesse fôlego para seguir ampliando seus lucros. Isso deu uma depreciada nas ações.
Até ontem, elas tinham caído 15% nos últimos 12 meses. Hoje, com a nova demonstração de robustez, elas recuperaram uma parte desse prejuízo: alta de 5,90%.
Inflação
O IPCA-15, que mede a inflação das duas primeiras semanas do mês, foi de retumbantes 1,73% – maior índice para abril desde 1995 (1,95%), e bem acima do IPCA-15 de março (0,95%). Mesmo assim, o mercado recebeu o número com algum alívio. O consenso apurado pela Refinitiv, uma gigante global de análise de dados, era para uma alta de 1,85%.
O dado é positivo por causa do seguinte. Em março, a maior parte da inflação ficou concentrada na segunda metade do mês. É que o grosso dela veio do aumento monstro nos combustíveis – 25% no diesel, 19% na gasolina, anunciados no dia 10/03.
Como as duas primeiras semanas de abril já embutem esse aumento, era natural que o índice viesse gordo. Ainda assim, ele veio mais seco do que as estimativas. Então há ao menos uma possibilidade de o IPCA de abril dar uma desacelerada em relação ao de março.
Para isso, porém, vai ser preciso combinar com o dólar, já que a volta da moeda americana para a cercania dos R$ 5 não ajuda em nada a inflação. Pelo menos hoje ele colaborou: depois de quase uma semana de alta, fechou em queda de 0,47%, a R$ 4,96.
Vamos que vamos.
Maiores altas
Weg (WEG3): 5,90%
Gerdau (GGBR4): 5,56%
Vale (VALE3): 4,94%
Metalúrgica Gerdau (GOAU4): 4,80%
Marfrig (MRFG3): 4,54%
Maiores baixas
Hapvida (HAPV3): -6,04%
Azul (AZUL4): -3,54%
Positivo (POSI3): -2,87%
Natura (NTCO3): -2,33%
Alpargatas (ALPA4): -2,21%
Ibovespa: 1,05%, a 109.349 pontos
Em NY:
S&P 500: 0,21%, a 4.183 pontos
Nasdaq: -0,01%, a 12.488 pontos
Dow Jones: 0,19%, a 33.302 pontos
Dólar: -0,47%, a R$ 4,9671
Petróleo
Brent: 0,32%, a US$ 104,95
WTI: 0,31%, a US$ 102,02
Minério de ferro: 0,99%, US$ 137,32 no porto de Qingdao (China)