45% dos profissionais já mentiu sobre estar desempregado para pessoas próximas
Levantamento feito pelo LinkedIn envolveu 2 mil pessoas que perderam seus trabalhos antes ou durante a pandemia de Covid-19. Entenda.
Quase metade dos brasileiros preferiram esconder que estavam sem trabalho a revelar o desemprego para amigos e parentes. É o que mostrou uma pesquisa feita entre outubro e novembro de 2020 pela rede social LinkedIn. O levantamento envolveu 2.012 profissionais brasileiros que perderam seus empregos antes ou durante a pandemia de Covid-19.
No grupo dos 45% que resolveram omitir seu hiato na carreira, 55% dizem que escolheram fazê-lo “por vergonha”. Outros 27% disseram acreditar que revelar isso diminuiria as suas chances de conseguir um novo emprego.
Seguindo a mesma linha, 49% dos entrevistados disseram acreditar que estar sem trabalho é uma desvantagem na hora de buscar uma nova vaga. Para nove em cada dez, há um estigma negativo associado ao desemprego.
“Temos uma forte cultura no Brasil em que o desemprego é, muitas vezes, considerado como uma consequência do desempenho do profissional e não devido à falta de oportunidades do mercado”, diz Ana Claudia Plihal, Executiva de Soluções de Talentos para o LinkedIn. “Por isso, muitos tendem a esconder este fato com receio de não conseguirem se recolocar”.
Apesar da pandemia ter contribuído para o fechamento de 3,1 milhões de postos de trabalho, só 70% dos entrevistados concordam que os desafios que a Covid-19 trouxe ao mercado de trabalho diminuíram o estigma negativo associado ao desemprego.
Questionados sobre sua situação atual de busca por emprego, 36% dos participantes afirmam estarem estressados e preocupados por não encontrar algo novo. 30% estão confusos por não terem retorno das empresas e 17% dizem se sentirem derrotados por terem sido rejeitados nestes processos.
O dado que chama mais atenção, no entanto, está no número de pessoas que já deixaram de se candidatar a uma vaga por não se sentirem capazes. 48% dos entrevistados em até 5 oportunidades de emprego que desejavam por acreditar que não tinham as habilidades necessárias. Durante o desemprego, 38% disse manter um trabalho informal e 29% passaram a um formato de freelancer ou emprego temporário como alternativa de renda.