Ciência e Inovação terão papel central na conferência de Belém

Durante a COP 30, parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi contribuirá para que a Casa Inovação Finep funcione como um espaço de interação e divulgação de propostas integradas para solucionar os desafios brasileiros no contexto da crise climática global.

Por Celso Pansera, The Conversation
15 mar 2025, 12h00
Rio Amazonas
Rio Amazonas (Rodrigo Kugnharski/Unsplash)
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A 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) representa um momento histórico significativo na agenda global do clima, marcando uma década desde a assinatura do emblemático Acordo de Paris, que estabeleceu metas ambiciosas para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Simultaneamente, esta conferência celebra o trigésimo terceiro aniversário da ECO 92, a pioneira Cúpula da Terra realizada no Rio de Janeiro, que lançou as bases para a cooperação internacional em questões ambientais e de desenvolvimento sustentável.

A realização da COP 30 em Belém, no coração da Amazônia, representa uma oportunidade histórica para posicionar a ciência como pilar fundamental nas discussões sobre mudanças climáticas. Este momento histórico demanda uma integração sem precedentes entre o conhecimento científico e a tomada de decisões políticas, considerando o papel dos biomas brasileiros, em especial da maior floresta tropical do mundo, no equilíbrio climático global. Um aspecto fundamental desta conferência será o reconhecimento e valorização dos conhecimentos ancestrais e inovações sustentáveis desenvolvidos pelos povos indígenas e comunidades tradicionais.

A escolha da Amazônia como sede evidencia a necessidade de unir diferentes perspectivas científicas e políticas. O conhecimento tradicional das comunidades amazônicas, acumulado ao longo de gerações, precisa dialogar com as pesquisas científicas e tecnologias avançadas de mitigação e adaptação, de forma a proporcionar o desenvolvimento de soluções climáticas efetivas e justas.

Por meio de pesquisas aprofundadas, os cientistas desenvolvem projeções sobre cenários futuros de aquecimento e seus impactos, além de conduzirem avaliações sistemáticas sobre a eficácia das políticas de conservação e restauração. No contexto da implementação do Acordo de Paris, a ciência assume papel central ao guiar o desenvolvimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas dos países signatários. Isto se materializa através do estabelecimento de metodologias robustas para contabilização de emissões e da definição de critérios técnicos para avaliação de projetos de mitigação e adaptação.

Para maximizar o potencial científico da COP 30 é imperativo o fortalecimento da infraestrutura de pesquisa na região amazônica). Este fortalecimento deve ser acompanhado por uma ampliação significativa do financiamento para projetos científicos climáticos e pelo estabelecimento de mecanismos efetivos de transferência de tecnologia. A criação de pontes sólidas entre a comunidade científica e os tomadores de decisão também se mostra fundamental para o sucesso do evento.

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A ciência não representa apenas mais um elemento na COP 30, mas constitui o alicerce sobre o qual todas as discussões e decisões devem se fundamentar. O sucesso deste encontro histórico está intrinsecamente ligado à capacidade de traduzir o conhecimento científico em ações concretas e políticas efetivas para o enfrentamento da crise climática. A Amazônia se apresenta não apenas como cenário, mas como um laboratório vivo para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis que podem moldar o futuro da ação climática global.

Neste aspecto, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assumirá um papel protagonista durante a COP 30 através da Casa Inovação Finep, uma iniciativa estratégica em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. Este espaço inovador será um hub de convergência entre ciência, tecnologia e sociedade, proporcionando um ambiente extraordinário para exposições e diálogos que conectam o conhecimento científico e saberes tradicionais com as mais recentes inovações tecnológicas.

A parceria com o Museu Goeldi, instituição centenária e referência em pesquisas sobre a Amazônia, potencializa o poder de divulgar os projetos inovadores apoiados pela Finep em narrativas acessíveis e impactantes para diversos públicos. A Casa Inovação Finep representará, assim, um marco na democratização do conhecimento científico durante a COP 30, oferecendo um espaço onde a sociedade pode interagir e conhecer soluções integradas para os desafios brasileiros no contexto da crise climática global.

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Celso Pansera foi ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação entre 2015 e 2016, e é presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

Este artigo é uma republicação do The Conversation. Leia o artigo original.

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