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Na Meta, inteligência artificial é o novo metaverso

Zuckerberg dá um ghosting na realidade virtual e assume romance com a IA. Investidores aprovam: as ações da companhia já subiram 70% neste ano.

Por Camila Barros
Atualizado em 11 Maio 2023, 10h39 - Publicado em 14 abr 2023, 05h55
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images e Reprodução/VOCÊ S/A)
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Enquanto o mercado se deixa seduzir pelo futuro da inteligência artificial, a Meta parece estar jogando para escanteio o que até pouco tempo era sua principal aposta: o metaverso. Em uma carta aberta publicada no final de março, Mark Zuckerberg disse: “Nosso maior investimento individual é no avanço da inteligência artificial e em incorporá-la em todos os nossos produtos”. A menção ao metaverso só veio depois. 

Surfando na fama colossal do ChatGPT, a empresa já apresentou o próprio modelo de linguagem, o LLaMA (Large Language Model Meta AI). Ao mesmo tempo, vem realizando uma reestruturação para cortar gastos (e mais postos de trabalho) em meio à queda na receita com publicidade digital, sua maior fonte de dinheiro. 

Os investidores compraram a ideia: as ações sobem mais de 70% neste começo de ano (mas isso depois do tombo de 65% em 2022). 

Essa mudança de foco acontece 18 meses e alguns fracassos depois de o Facebook se metamorfosear em uma empresa focada em realidade virtual, em outubro de 2021. Era pandemia e boa parte do mundo ainda trabalhava, vivia e respirava pela internet – coisa que Zuckerberg pareceu reconhecer como tendência permanente. “Somos uma empresa que constrói tecnologia para conectar pessoas, e o metaverso é a próxima fronteira”, disse na época.

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200 mil pessoas haviam acessado o jogo do facebook da meta no metaverso. Flopou.

A Meta investiu pesado para fazer o sonho acontecer. Entre 2021 e 2022, ela injetou US$ 23,8 bilhões no Reality Labs, sua divisão de realidade virtual. 

Mas a semeadura não rendeu bons frutos. O Horizon Worlds, um videogame que tenta se aproximar da ideia de metaverso, virou chacota nas redes sociais por oferecer gráficos ruins e avatares sem perna. Um documento interno vazado em outubro do ano passado revelou que só 200 mil pessoas haviam acessado o jogo até aquela altura – o objetivo para o ano eram 500 mil –  e que boa parte delas não voltava depois de um mês. 

A ideia de mundo virtual se juntou rápido ao clube das paletas mexicanas, fidget spinners e frozen iogurtes. Por sorte, o bondinho da IA passou a tempo de Zuckerberg embarcar. A ver se Meta passará a se chamar ZuckGPT em um futuro próximo.

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