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Será mesmo que o trabalho é um vilão?

O trabalho, em si, é um dos instrumentos mais potentes de saúde e dignidade que temos. Então por que muitos sentem que o trabalho os adoece?

Por Tatiana Pimenta, em colaboração especial com a Você S/A*
4 nov 2025, 08h00
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Depois do burnout, é preciso encontrar novos pontos focais no cotidiano (Alistair Berg/Getty Images)
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Nos últimos tempos, tenho escutado com frequência um discurso que me incomoda: o de que o trabalho é, por natureza, opressor. Que é fonte inevitável de sofrimento. Que precisamos escapar dele para sermos felizes. Com todo o respeito, eu discordo.

Eu sou uma mulher que ama trabalhar, sempre amei. Desde o meu primeiro estágio até hoje, como CEO, o trabalho sempre foi, para mim, fonte de orgulho, propósito e realização.

Nunca vivi um ambiente tóxico e nunca adoeci por causa do trabalho. Pelo contrário: sempre encontrei no trabalho um espaço para crescer, contribuir, construir. Trabalhei muito, sim, e com paixão. Com entrega e com desejo sincero de fazer a diferença.

Talvez por isso a cena que vivi recentemente em um bar tenha me tocado tanto: um barman produzindo drinks sem parar, com uma habilidade quase coreografada. Sabia todas as receitas de cor e movia-se com fluidez, como num espetáculo. 

Sorria o tempo todo e interagia com leveza. Estava claramente em flow, aquele estado de máxima concentração e prazer descrito por Mihaly Csikszentmihalyi. E eu pensei: ele ama o que faz e por isso entrega tanto.

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E é exatamente assim que sempre me senti. Claro que ambientes e culturas variam. Claro que existem empresas que precisam mudar. Mas não podemos cair na armadilha de demonizar o trabalho em si.

O trabalho é um espaço de desenvolvimento cognitivo, emocional e social. É onde nos desafiamos, crescemos, criamos vínculos. É onde aprendemos a lidar com metas, com feedbacks, com frustrações e vitórias. Onde conhecemos pessoas que carregamos pela vida, e onde, muitas vezes, descobrimos quem somos.

E quando ele falta, o impacto é real. O suicídio é hoje a terceira causa de morte entre jovens de 10 a 24 anos no Brasil. Entre os idosos, 27% dos suicídios globais ocorrem após os 60 anos. Em ambos os casos, a ausência de trabalho, de rotina e de pertencimento é um fator agravante.

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A ergonomia nos ensina que tanto a sobrecarga quanto a infra carga são riscos psicossociais. A falta de desafio, a ausência de propósito, o excesso de ociosidade também adoecem.

Não é o trabalho que adoece. É o despreparo de algumas lideranças. É a ausência de escuta. É o desrespeito aos limites. Mas o trabalho, em si, é um dos instrumentos mais potentes de saúde e dignidade que temos.

Acredito que as empresas têm, sim, um papel social fundamental. Elas podem  e devem ser lugares de cuidado. Mas isso só será possível quando reconhecermos que o trabalho não é o vilão da história. Ele pode, inclusive, ser o herói. A pergunta que fica é: o problema está no trabalho ou na forma como o conduzimos?

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*Tatiana Pimenta é fundadora e CEO da Vittude, referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas.

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