Regime de trabalho presencial pode gerar mais desenvolvimento pessoal, diz estudo
Pesquisa mostra que trabalhadores no escritório dedicam mais tempo para atividades de aprendizado e desenvolvimento de carreira do que quem faz home office.
Trabalhadores em regime presencial passam mais tempo por semana em atividades de desenvolvimento profissional e de aprendizado. É o que mostram novos dados do WFH Research, um grupo de pesquisa sobre modelos de trabalho liderado por economistas da Universidade de Stanford.
A equipe acompanhou a rotina de 2.400 funcionários americanos em regime híbrido, que tinham a opção de ir ou não ao escritório. Quando perguntavam quanto tempo essas pessoas dedicaram a treinamentos formais durante o expediente, aqueles que foram trabalhar responderam, em média, que tinham sido 18,3 minutos por semana; quem ficou em home office gastou 13,8 minutos.
Na categoria “tempo ensinando outros colegas”, os home officers somaram 10,2 minutos – 3,5 minutos a menos do que os profissionais em regime presencial. Quando o assunto era ensinar os outros, também perderam: 28,4 minutos por semana contra 20,2.
No quesito “tempo gasto em desenvolvimento profissional e aprendizado”, um item mais amplo, a derrota foi de 29,4 minutos contra 26,8 minutos.
No total, então, o regime presencial representou 25% mais tempo em atividades do tipo do que o remoto.
O estudo é um dos primeiros a quantificar um argumento pró-trabalho presencial: que o desenvolvimento e o aprendizado acontecem mais facilmente cara a cara do que via tela do computador. Várias empresas travam um cabo de guerra com seus funcionários para a volta do regime em carne e osso usando argumentos do gênero.
Outras pesquisas já mostraram que, de fato, o trabalho presencial pode ter vantagens, principalmente em relação ao contato com a equipe e a rapidez de resolver certos tipos de tarefas. Também há preocupações sobre os vieses dos líderes, que podem acabar privilegiando trabalhadores do escritório simplesmente por conviver mais com eles.
Mas nenhuma delas bate o martelo que o regime presencial como um todo é melhor – até porque isso contradiz o que os próprios empregados dizem. O mais próximo de um consenso é que o regime híbrido seja o ideal, trazendo o melhor dos mundos enquanto minimiza o pior deles.
A própria pesquisa da WFH perguntou para os trabalhadores as vantagens dos regimes. A maioria concordou que o presencial se destaca pela maior colaboração e socialização com os colegas, mas o trabalho em casa também tem benefícios exclusivos – especialmente a economia no tempo de deslocamento e nos custos com transporte e alimentação. Também há o fato de que dá para minimizar o problema se forem pensadas soluções para aumentar a interação de trabalhadores remotos e incentivá-los a se engajar em atividades de desenvolvimento e aprendizado.