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Sabendo usar, a IA pode te render até um mês de férias

Levantamento da empresa de softwares Freshworks aponta que o uso adequado das novas ferramentas pode economizar, em média, 3 horas e 47 minutos de trabalho por semana. Confira.

Por Luana Franzão
Atualizado em 11 out 2024, 12h09 - Publicado em 11 out 2024, 12h00
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images e Unsplash/VOCÊ S/A)
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 inteligência artificial pode ser nossa amiga. Uma amiga muito prestativa, inclusive. É uma questão de saber usar. Uma nova pesquisa da empresa de softwares empresariais impulsionados por IA revelou que o uso dessas ferramentas pode economizar, em média, 3 horas e 47 minutos de trabalho em uma semana típica.

Não precisa fazer as contas, fazemos por você: em um ano, o trabalhador médio poderia poupar até 24 dias úteis de trabalho. Essa é a média entre todas as áreas, mas a quantidade de tempo economizado varia entre elas.

Os trabalhadores do TI, por exemplo, saem ganhando nessa equação: a pesquisa indica que até 4 horas e 54 minutos de trabalho podem ser poupadas por semana, totalizando 30 dias úteis em 1 ano – seu mês de férias, aí.

Confira o ranking dos departamentos que podem poupar mais tempo usando IA, segundo a Freshworks:

  1. TI: 4 horas e 54 minutos – 30 dias úteis em um ano;
  2. RH: 3 horas e 53 minutos – 24 dias úteis em um ano;
  3. Marketing: 3 horas e 46 minutos – 23 dias úteis em um ano;
  4. Contabilidade: 3 horas e 33 minutos – 22 dias úteis em um ano;
  5. Vendas: 3 horas e 30 minutos – 21 dias úteis em um ano;
  6. Atendimento ao cliente: 3 horas e 18 minutos – 20 dias úteis em um ano;
  7. Jurídico: 2 horas e 46 minutos – 17 dias úteis em um ano.

Ainda, o estudo mostra que as principais tarefas desempenhadas com o auxílio da IA são: criação de conteúdo (48% dos entrevistados a utilizam para a finalidade), análise de dados (45%) e análise ou tradução de texto e áudio (45%).

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O levantamento foi criado usando a rotina profissional de 7 mil tomadores de decisões e gestores seniores de 12 países diferentes, incluindo 1.500 profissionais do Brasil, México e Colômbia, de diferentes setores corporativos.

Outro dado interessante reproduzido pelo estudo é a frequência do uso da IA dentro dos departamentos: 85% dos trabalhadores da TI usam IA todas as semanas.

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Como usar o ChatGPT a seu favor

Vamos a dicas de como usar o ChatGPT e outras plataformas de inteligência artificial generativa no trabalho. Quem as escreveu foi o Bruno Carbinatto, nesta reportagem da Você S/A. Nela, você pode descobrir ainda mais sobre como não ser enganado pela IA. Aí vai:

1- Faça simulações com o ChatGPT

O ChatGPT é um ótimo ator. Se você quer treinar habilidades que exigem a interação com outras pessoas, vá fundo.

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Para quem trabalha com atendimento ao cliente, por exemplo, vale praticar a condução de uma conversa com um consumidor insatisfeito. Explique o cenário hipotético e peça para o ChatGPT encenar um ser humano pouco educado na sua reclamação. Precisa dar feedback negativo e não sabe como a pessoa vai reagir? Teste com o ChatGPT. Negociação de um contrato, pedido de aumento para o chefe? Idem.

A simulação não vai fugir 100% dos padrões que já imaginamos. Mesmo assim, é um bom exercício. Pense numa entrevista de emprego. Para se preparar, a maioria repassa as perguntas mais comuns e planeja respostas. O ChatGPT também faz isso, com o bônus de que mantém uma linha de raciocínio e vai aprofundando a conversa.

2- Faça planilhas, organize dados e analise informações no ChatGPT

Não se garante no Excel? Má notícia: o ChatGPT (ainda) não o substitui. Boa notícia: para operações básicas e conjuntos de informações simples, o robô é uma ótima ferramenta de organização de dados.

Se você tem uma simples lista de nomes e datas de nascimento, por exemplo, e quer colocar todos em ordem crescente de idade, basta jogar na ferramenta, pedir, e o ChatGPT o fará por você. Dá também para agrupar (separar por década de nascimento), filtrar (excluir certos períodos) e perguntar (quantas pessoas da lista têm 30 anos?).

O ChatGPT também pode gerar respostas formatadas em tabelas, desde que simples. Ele próprio pode fornecer os dados para isso. Por exemplo: “Faça uma tabela contendo as dez maiores cidades do Brasil em população, o número da população, a área da cidade e a densidade populacional”. Nesses casos, lembre-se de que a base de dados da IA só vai até 2021 (ele geralmente te lembra disso nas respostas), e, claro, de checar as informações.

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Também dá para fazer o caminho inverso: subir uma tabela e pedir insights sobre os dados. Mas como fornecer as tabelas para o ChatGPT “ler”? Você pode copiá-las e colar – a formatação não vai sair igual, porque é uma caixa de texto comum, mas, em geral, ele entende que aquilo é uma tabela formada por  linhas e colunas.

Se a tabela for muito grande e complexa, porém, há um macete: existem extensões nos navegadores que permitem fazer o upload de arquivos para o robô ler. Para o Google Chrome, por exemplo, há o “ChatGPT File Uploader Extended”; com ele, você pode fornecer PDFs, tabelas do Excel e outros formatos sem ter que colá-los na caixa de texto. Pronto. O programa estará preparado para responder perguntas sobre o conteúdo.

Por exemplo: fornecendo ao robô uma tabela de controle de gastos semanais de um determinado mês, é possível pedir ajuda para ver onde estão as maiores despesas e o que dá para cortar.

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(Laurence Dutton/Getty Images)

3- Melhores os textos do ChatGPT

Produzir textos é a tarefa-base do ChatGPT, mas saiba que há alguns truques para aprimorar essa habilidade. A dica de ouro é evitar aquilo que quase todo mundo faz nas primeiras vezes que usa a IA: entrar no programa, pedir alguma coisa e se contentar com o primeiro resultado. É que essas primeiras respostas do robô tendem a ser genéricas e rasas.

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O trunfo da IA é manter uma conversa com uma linha de raciocínio, “lembrando” do que você falou anteriormente a cada conversa. Quanto mais você segue no mesmo assunto, mais os textos gerados pelo ChatGPT vão se refinando.

“O conhecimento é construído com base em pergunta e resposta, de forma incremental”, diz Pedro Burgos, coordenador do Programa Avançado em Comunicação e Jornalismo do Insper. “Sem querer antropomorfizar demais, mas quanto mais você trata o GPT como uma pessoa, melhores vão ser seus resultados na prática. Quando você fala com alguém, normalmente não fica em uma única resposta.”

Vale insistir com prompts de sequência, como: “O texto está muito formal, torne-o mais leve”; “Os exemplos são muito genéricos, tente substituir por outros menos óbvios”; “A resposta está muito longa, reescreva-a em apenas dois parágrafos”; “Adapte a linguagem para o público leigo” etc.

Outra dica é treinar a inteligência artificial exatamente com o que você deseja. Quer uma redação do Enem perfeita? Alimente o ChatGPT com os critérios de correção disponibilizados pelo Inep antes de enviar o tema da proposta. A empresa onde você trabalha possui um guia ou manual de textos? Informe essas regras ao robô antes de pedir ajuda para produzir um relatório. Você também pode dar exemplos de frases que gostaria de ver no resultado final.

4- Faça brainstorming com o ChatGPT

Está na moda dizer que a criatividade agora é ainda mais fundamental, já que, por ser uma habilidade intrinsecamente humana, seria à prova da substituição por inteligência artificial. Ok. Mas uma das características do ChatGPT é justamente a criatividade.

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Humanos têm novas ideias recombinando conceitos que foram aprendendo ao longo da vida. Como disse Isaac Newton: “Se eu enxerguei mais longe, foi porque estava sentado no ombro de gigantes”, numa referência aos gênios que lhe precederam e inspiraram.

O ChatGPT está sentado nos ombros de boa parte dos textos já produzidos pela humanidade. Ao mastigar e recombinar essas fontes, ele produz ideias inéditas. Ou seja: comporta-se como um agente criativo de fato.

Então use a ferramenta como um complemento para o brainstorming, como mais uma cabeça gerando ideias na roda.

Vale também para empreendedores. Precisa de um nome “curto e engraçadinho” para sua sorveteria vegana? “Sorveteria Mãe Terra”, “Gelato Vegato”, “Sabor da Selva”, diz o robô. Para um brechó infantil? “MiniModa”, “Cantinho Colorido” “Pequeno Panda”, “Brechó Botãozinho”. Nem todos vão ser legais – mas é essa a intenção do brainstorming, afinal. E lembre-se: quanto mais detalhes você der sobre aquilo que deseja, melhores e mais direcionadas serão as sugestões.

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5- Faça pesquisas e estude no ChatGPT

Ok, você deve estar pensando: pesquisa e estudos? Mas o ChatGPT não inventa coisas? Não corre o risco de ele “alucinar” e contaminar minha pesquisa com fatos falsos? Sim, o risco existe. Mas as alucinações costumam acontecer com episódios factuais específicos, que você pode – e deve – checar.

Outra: humanos são bons em defender seus pontos de vista. A base de dados do ChatGPT consiste, obviamente, em textos produzidos por humanos. Então, se você estiver estudando alguma questão que suscite pontos de vista antagônicos, vale pedir para que ele discorra sobre os dois lados da moeda.

Também é útil pedir para a IA explicar conceitos que não ficaram claros numa aula ou numa leitura.

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