Carioca larga carreira de modelo para fundar ONG de combate ao racismo
Luana Génot sentiu o racismo na pele quando trabalhou por dois anos como modelo na Europa, de volta ao Brasil decidiu criar o Instituto Identidades do Brasil, que combate o preconceito
Linda, alta, “exótica”. Era assim que definiam a carioca Luana Génot, de 27 anos, no auge dos seus 18 anos. Todos diziam que ela devia ser modelo. E a chance realmente surgiu, em 2007, quando foi convidada por uma francesa para desfilar na Fashion Week do Rio de Janeiro. A partir dali, Luana voou para a Europa e abraçou a nova carreira. Em Paris, à procura de uma agência de modelos, Luana esbarrou com a dura realidade do racismo infiltrado na moda. “Disseram que eu era muito bonita, mas que tinha um problema: ser negra. Aquilo me marcou muito porque não era só comigo, era algo estrutural”, diz Luana. Logo ela percebeu, em seus dois anos como modelo, que trabalhava mais do que as colegas brancas e recebia cachês mais baixos.
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Desgastada com a situação, voltou ao Brasil para estudar publicidade. O objetivo era entender mais sobre a desigualdade racial na mídia. Em 2010, conseguiu uma bolsa na PUC do Rio de Janeiro e criou o blog O Lado Negro da Moda para alertar meninas sobre o preconceito na área. Sua jornada investigando o tema a levou até os Estados Unidos, onde ficou um ano estudando com uma bolsa. Todo esse conhecimento a levou a desenvolver uma exposição sobre identidades de pele e raça, projeto selecionado pela ONU em 2013 – o que fez com que Luana começasse a pensar a sério em criar uma ONG sobre o tema. E isso surgiu em 2015, quando ela fundou o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), que distribui, para empresas parceiras, um selo de combate ao preconceito, que pode ser usado em vários produtos, como roupas. “Quero causar a empatia de todos pela questão racial”, diz.
Esta matéria foi publicada originalmente na edição 216 da revista Você S/A e pode conter informações desatualizadas
Você S/A | Edição 216 | Julho de 2016
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