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BC faz cara de mau, mas investidores mantêm aposta em queda da Selic em agosto

Comunicado do Copom não trouxe comentários sobre possível corte na taxa, apesar das apostas. Senado aprova novo marco fiscal e dá mais um empurrão para o Ibovespa.

Por Tássia Kastner, Júlia Moura
Atualizado em 21 out 2024, 10h27 - Publicado em 22 jun 2023, 08h04
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Que a Selic não cairia dos astronômicos 13,75% na reunião de junho, os investidores já sabiam. Mas agora até a Faria Lima começa a achar que Roberto Campos Neto e seus colegas de Copom estão indo longe demais na política draconiana de controle da inflação.

A esperança de investidores era de que, na reunião de ontem, o Banco Central sinalizasse o começo do ciclo de quedas, fosse em agosto ou setembro. O que importava era ter algum indicativo. E ele não veio.

No comunicado em que avisou ao mercado sobre a manutenção da Selic, o BC foi bastante cauteloso ao desenhar o cenário futuro. Eles disseram, por exemplo, esperar que a inflação brasileira, atualmente em 3,94% na janela de 12 meses, voltará a subir no segundo semestre.

A única boa notícia foi a retirada de uma possibilidade de alta na Selic, uma assombração que pairava sobre a economia. Empresas e governo têm afirmado que a alta taxa de juros, em termos reais, a maior do mundo, está asfixiando a economia de maneira desproporcional.

O fato é que as condições gerais do país são boas. O dólar cedeu para o menor patamar em mais de um ano, o que alivia o preço dos importados. A percepção de risco país diminuiu, especialmente depois de a agência de risco S&P melhorar a avaliação sobre o Brasil, e há ainda o avanço da tramitação do novo marco fiscal.

Na noite de ontem, após o Copom, senadores aprovaram o projeto que cria o substituto do teto de gastos. O texto volta para a Câmara, para novo aval dos deputados, que precisam chancelar as mudanças feitas no Senado.

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De qualquer forma, trata-se de uma boa notícia. São grandes as chances de a Faria Lima olhar para o comunicado ainda duro do Copom e responder com um “aham, sei” no pregão desta quinta. E isso significaria, claro, uma nova jornada de alta do Ibovespa, que rompeu ontem o patamar de 120 mil pontos pela primeira vez desde abril do ano passado.

Para não dizer que tudo são flores, o dia está mau humorado no exterior, com os futuros de Nova York e as bolsas europeias no vermelho. Um presente de grego de Jerome Powell. Ontem ele afirmou que o Fed ainda não concluiu seu trabalho de subida de juros, isso enquanto investidores estavam dando de barato que o atual patamar, de 5,25% ao ano, era o teto da a Selic de lá. O foco, afirmou, continua sendo fazer a inflação chegar em 2% – está em 4,4%.

E tem mais gente subindo os juros para conter preços. Só hoje já anunciaram altas os bancos centrais da Suíça e da Noruega, por exemplo. Mas vale dizer que lá as taxas são baixinhas, de 1,75% e 3,75% ao ano, respectivamente. 

Resta saber se o Brasil continuará surfando a própria onda. Bons negócios.

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Humorômetro - dia com tendência de baixa
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: -0,31%

Futuros Nasdaq: -0,44%

Futuros Dow Jones: -0,30%

*às 7h58

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market facts
(Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

Vamos nessa

A leva de follow-ons continua. Dessa vez, foi a Vamos (VAMO3) que anunciou uma oferta de ações. Ela será primária e secundária e apenas para investidores profissionais. Na primária, serão emitidos 78.926,599 novos papéis e o dinheiro da venda vai direto para o caixa da empresa. Na secundária, a sua holding, Simpar (SIMH3), vai comercializar 39.463.299 de suas VAMO3. Considerando o fechamento de ontem, de R$ 13,67 por papel, o follow-on pode arrecadar R$ 1,5 bilhão. O valor será usado na aquisição de caminhões e máquinas e na redução da dívida líquida, que somava R$ 7,2 bilhões no fim do primeiro trimestre, o equivalente 3,23 vezes o Ebitda da Vamos.

Agenda
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França: Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da França, Emmanuel Macron, do BCE, Christine Lagarde, e secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, participam do evento Summit for a New Global Financial Pact.

9h: TSE inicia julgamento da ação que pede a inelegibilidade de Bolsonaro

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9h30: Presidente da Câmara, Arthur Lira, recebe governadores para debater reforma tributária

9h30: EUA divulgam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 17/06 (9h30)

10h30: Receita publica dados da arrecadação de abril e maio

Europa
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  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -1,06%
  • Londres (FTSE 100): -0,84%
  • Frankfurt (Dax): -0,65%
  • Paris (CAC): -1,24%
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*às 7h57

Fechamento na Ásia
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  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): bolsa fechada
  • Hong Kong (Hang Seng): bolsa fechada
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,92%
Commodities
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Brent:* -1,66%, a US$ 75,84

Vale a pena ler:
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Vaca de ouro

A vaca Viatina-19 FIV Mara Móveis acaba de bater o recorde mundial, como a mais cara já comercializada. Na semana passada, um terço do animal foi leiloado por R$ 6,993 milhões. Neste meio, é comum que cabeças de gado de elite sejam divididas entre vários investidores, dado o alto custo. Viatina é da raça nelore, principal gado de corte produzido no Brasil, mas não é nada trivial. Entenda por que esta vaca é tão cara nesta reportagem da Folha de S.Paulo.

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