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Índia ultrapassa Hong Kong e se torna o 4° maior mercado de ações do mundo

Empresas chinesas perderam mais de US$ 6 trilhões em valor desde 2021, um reflexo do ceticismo de investidores com a economia do país.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 26 abr 2024, 14h11 - Publicado em 12 fev 2024, 11h27
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 (Arte/VOCÊ S/A)
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Índia ultrapassou Hong Kong e assumiu o posto de quarto maior mercado de ações do mundo. Para além do crescimento das ações indianas, a mudança no ranking ilustra a virada de chave brutal da economia chinesa.

Hong Kong é o mercado em que as grandes empresas de tecnologia da China têm suas ações listadas – está para lá assim como a Nasdaq para os EUA. É na bolsa de Hong Kong que estão Tencent (a dona do WeChat), BYD (a montadora de carros elétricos que assombra a Tesla), Xiaomi, Lenovo. E essas companhias são listadas lá porque Hong Kong é uma porta de entrada para a economia chinesa. 

Trata-se de um território menos suscetível às intervenções mais pesadas do governo de Xi Jinping, já que goza de uma certa autonomia. As ações ali não são cotadas em yuan, por exemplo, mas em dólares de Hong Kong, a moeda da região, atrelada ao dólar americano.

Mas a bolsa sofre com as incertezas vividas na economia chinesa. No acumulado dos últimos 12 meses, até o fim de janeiro, o índice Hang Seng recua 30%, contra 21% de alta para o S&P 500 no mesmo período. Um profundo bear market. Desde o pico recente, em fevereiro de 2021, o tombo é de brutais 56%.

A situação não é muito melhor para as empresas listadas nas bolsas de Xangai, Shenzen e Pequim. O índice CSI 300 recua 44% desde o pico atingido também em fevereiro de 2021. Juntas, as bolsas da China mainland mais a de Hong Kong perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado.

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O derretimento das ações chinesas tem como pano de fundo três fatores. O primeiro é macroeconômico: a economia do país se recupera de forma cambaleante da política de Covid zero, que foi levada ao extremo pelo regime local. O PIB cresceu 5,2% no ano passado, abaixo das taxas de 6% do pré-pandemia. O número é até robusto. Só que o mercado projeta 4,6% para 2024 – mais um degrau abaixo. 

Para piorar, o país está em deflação, um indicativo de mais desaceleração econômica. Sem falar nos dados que deixaram de ser divulgados (como os de desemprego entre os jovens), o que dificulta o diagnóstico geral.

Soma-se a isso a alta nas taxas de juros nos países ricos, que faz investidores se moverem a lugares menos sujeitos a embates políticos, isso enquanto uma guerra fria entre China e os Estados Unidos vai ganhando corpo.

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Para completar, existem as crises corporativas, como a incorporadora Evergrande, que teve sua liquidação decretada pela Justiça de Hong Kong após mais de dois anos de agonia e calotes.

Aí a China decidiu estancar a sangria com ferramentas um tanto heterodoxas. Em Xangai, onde há a possibilidade de intervenção direta, o governo proibiu short selling, ou seja, apostar contra a queda de ações – como faziam os incas do mercado (nesse caso, os ingleses do século 18). 

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