Petróleo estende queda. Mercados operam em baixa
Brent cai mais 1%, após ter cedido 5% ontem. Futuros de NY acordam no vermelho com medo de dados sobre o mercado de trabalho.
Bom dia!
Ontem o petróleo caiu 5,62% em grande parte por conta do tanto de gasolina que está sobrando nos EUA. O relatório semanal do Departamento de Energia (DoE) mostrou que os estoques subiram 6,4 milhões de barris, ante uma expectativa bem mais modesta, de 400 mil.
Isso sinaliza alguma queda na demanda, ainda que os estoques de petróleo em si tenham caído – em 2,2 milhões de barris, de acordo com as previsões do mercado.
Mas também era natural algum ajuste ante o comportamento maníaco do Brent nos últimos meses. Do final de junho ao final de setembro, o barril subiu 33,6%, a US$ 96,55. De lá para cá, já contando a baixa de 1,15% nesta manhã, a queda soma 12%.
Na bolsa de Londres, as petroleiras operam no vermelho: queda de 1,66% para a BP e de 0,93% para a Shell, sinalizando o caminho que nossas petroleiras podem tomar ao longo do pregão de hoje.
Nos futuros dos EUA, mais depressão. Ontem, o S&P 500 tinha reagido (alta de 0,80%). Hoje, os futuros do índice começam o dia em -0,18%.
Nesta quinta, como em todas as outras, sai o relatório semanal de pedidos de entrada no seguro desemprego, às 9h30. É mais um dado para dar uma luz sobre como anda o mercado de trabalho americano.
O relatório ADP, relativo a setembro, veio abaixo do esperado ontem: 140 mil vagas, contra uma expectativa de 89 mil. A estatística que mais importa, de qualquer forma, só chega amanhã. É o Payroll de setembro. No mês passado, ele mostrou a criação de 187 mil vagas, acima da expectativa de 170 mil.
Aí o jogo é aquele: quanto mais vagas, a princípio, pior para o mercado financeiro, pois sinaliza portas abertas para o Fed manter os juros em alta a perder de vista.
Mas tem um outro lado: um Payroll abaixo da expectativa também pode deprimir o mercado, já que sinalizaria uma possível recessão lá na frente – e recessão é ruim para todo mundo: se a economia em si vai mal, o mercado financeiro não tem para onde ir.
Bons negócios, na medida do possível.
Futuros do S&P 500: -0,18%
Futuros do Nasdaq: -0,10%
Futuros do Dow Jones: -0,23%
*às 8h24
Sai dólar, entra yuan
Pela primeira vez, uma operação comercial entre Brasil e China foi feita em circuito fechado com moedas locais. As transações foram financiadas e liquidadas em yuan, e convertidas diretamente para real. A informação foi confirmada pelo Banco da China Brasil, subsidiário do 4º maior banco estatal chinês, nesta quarta-feira (4).
A transação é importante porque, além de a China ser o maior parceiro comercial do Brasil, Lula tem defendido alternativas ao dólar, hoje a principal moeda adotada em transações entre países.
Apesar do barulho, a China está longe de roubar a dominância do dólar e dos EUA no comércio e na dívida internacional. O que não quer dizer que o yuan não esteja ganhando terreno por aqui — conforme mostra esta reportagem da Você S.A.
9h30, EUA: Pedidos de entrada no seguro desemprego na semana passada.
10h00, EUA: Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland, fala num evento em Chicago.*
12h30, EUA: Thomas Barkin, presidente do Fed de Cleveland, discursa na conferência.* Wilmington Biz.
13h00, EUA: Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco, fala em Nova York.*
*o mercado acompanha atento as entrelinhas dos discursos das autoridades do Fed, já que elas podem trazer pistas sobre o caminho dos juros americanos.
- Índice europeu (Euro Stoxx 50): 0,25%
- Londres (FTSE 100): 0,04%
- Frankfurt (Dax): 0,10%
- Paris (CAC): 0,26%
*às 8h36
- Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): fechado por conta do feriado
- Hong Kong (Hang Seng): -0,10%
- Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,80%
- Brent: -1,15%, a US$ 84,82
- Minério de ferro: feriado na China. Em Singapura, -0,22%, a US$ 115,20 por tonelada
*às 7h30
“FTX foi construída sobre mentiras”
Nesta semana, começou o julgamento de Sam Bankman-Fried, fundador e CEO da FTX. Antes a segunda maior corretora cripto do mundo, a companhia perdeu US$ 32 bilhões em valor de mercado em questão de dias após a explosão de suas falcatruas, que usava dinheiro dos clientes inapropriadamente.
Nos argumentos iniciais, promotores alegam que a FTX foi construída sob uma mentira, e o acusam de cometer uma “fraude em grande escala”. Entenda mais sobre os pormenores do caso nesta reportagem da Bloomberg.