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Será o fim do investimento taxa zero?

Bancos digitais e corretoras fisgaram clientes com investimentos de renda fixa simples e sem custo. Só que a alta de juros está acabando com as barbadas.

Por Tássia Kastner
14 out 2022, 05h18
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 (Brenna Oriá/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Todo negócio precisa de uma isca para atrair clientes. No mundo das finanças, corretoras e bancos digitais passaram os últimos cinco anos oferecendo investimentos para reserva de emergência que rendiam mais que a poupança e sem taxa.

Mas isso começa a ficar para trás. A XP decidiu fechar o fundo Trend DI Simples, que tinha taxa zero e servia para reserva de emergência. No lugar, criou o Trend DI FIC FIRF Simples, com taxa de 0,10%. Além disso, cada investidor pode ter no máximo R$ 100 mil aplicados nesse fundo (mais barato que os demais da corretora).

O Nubank também já havia modificado a sua reserva de emergência. Antes, qualquer dinheiro que caía na conta começava a render imediatamente. Agora, só se ele fizer 30 dias parado por lá. O salário que você gasta antes não rende mais. E quem quiser garantir a rentabilidade sem esperar o aniversário precisa escolher outro investimento, com prazo de mais de 30 dias. 

O PicPay também mudou sua conta digital. Ela segue pagando 102% do CDI para investidores, mas com uma condição: que eles aceitem mudar o tipo de investimento. Antes, o dinheiro ficava em títulos públicos, travado no Banco Central. Agora que o PicPay virou banco para valer, vai para CDBs. Isso significa que o PicPay poderá usar a grana de investidores para conceder crédito a clientes.

Um dos motivos da confiança de investidores nas carteiras digitais era justamente o fato de que essas empresas não podiam dar crédito. Para receber o rendimento mais polpudo, agora o investidor precisa correr um pouco mais de risco. Não é tão elevado, vale lembrar. Depósitos de até R$ 250 mil são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos.

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A mudança tem tudo a ver com a alta de juros. Quando a Selic estava na lona, lá nos 2% ao ano, os bancos digitais conseguiam convencer investidores a trabalhar com uma margem de lucro menor para acelerar o crescimento. Em outras palavras, dava para queimar caixa remunerando melhor os clientes porque investidores estavam dispostos a dar mais dinheiro a empresas com potencial de crescimento.

Com a Selic a 13,75% e os juros americanos escalando, o dinheiro barato ficou para trás e grandes investidores ficaram mais criteriosos. É melhor crescer mais devagar, mas ter clientes mais rentáveis. Daí a cobrança de taxa ou de regras mais restritivas nas contas digitais. Sua reserva de emergência está pagando o pato.

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