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O crescimento das startups de saúde no Brasil

Conheça as healthtechs, que oferecem soluções para a saúde e conquistam espaço no país, considerado o 8º maior mercado mundial do setor.

Por Karina Fusco
16 nov 2020, 12h00
 (Artur Tumasjan/Unsplash)
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O setor de saúde costuma figurar entre um dos mais promissores quando se fala em futuro no mercado de trabalho. Nesse cenário otimista também embarcam as healthtechs, startups que trazem soluções tecnológicas inovadoras para a área.

Dados da Associação Brasileira de Startups mostram que, das 13 mil empresas mapeadas, 396 são startups que atuam no setor de saúde e bem-estar, fazendo com que este seja o terceiro maior mercado de atuação de startups do Brasil, atrás apenas das focadas em educação (edtechs) e em finanças (fintechs).

O boom vem se sustentando além das fronteiras. O relatório Breakout Year in Tech, da Inside Latin America, apontou que o setor de healthtechs cresceu 250% de 2016 para 2017, sendo o segundo campo da tecnologia que mais teve aumento na América Latina.

Esse potencial fez a Evolutix, que nasceu há cinco anos e tem sedes no Rio de Janeiro e em Miami, lançar um negócio focado apenas em saúde. Ao desenvolver uma plataforma que permite a automação de leitos e a comunicação mais eficiente entre pacientes e profissionais que atuam no hospital, a startup vem experimentando um crescimento efetivo, dobrando o número de clientes por aqui a cada ano.

“Por mais que haja resistência, as instituições de saúde já conseguem ver que a tecnologia melhora a experiência do paciente e beneficia a gestão hospitalar, trazendo ganhos financeiros”, afirma o CEO Pedro Moreira, de 52 anos.

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Segundo o executivo, o uso inteligente do ar condicionado dos leitos gera economia de até 30% na conta de energia elétrica. Outro benefício é aumentar a produtividade da equipe de enfermagem, já que, além de ajustes automáticos na temperatura e na iluminação, o serviço permite que pacientes peçam refeição ou troca de itens, como travesseiro, pelo aplicativo. A Evolutix não revela faturamento, mas garante que o mercado brasileiro é dos mais promissores, juntamente com Estados Unidos e México.

Redirecionamento para o negócio crescer

Ao identificar que os custos com saúde dos funcionários são a principal desafio das companhias depois da folha de pagamento, a engenheira Fabiana Salles, 40 anos, lançou, em 2001, a Gesto, primeira plataforma de saúde corporativa que juntava dados de planos de saúde, medicina do trabalho e folha de pagamento para criar um cenário do risco de saúde das equipes.

Em 2016, a startup se transformou em uma corretora de planos de saúde que atua baseada em dados para gerenciar todo o ciclo de saúde empresarial. As companhias com grande volume de vidas foram as primeiras clientes, mas, há três anos, ao enxergar oportunidade de ganhar escala incluindo em sua base de clientes empresas que tenham a partir de 50 funcionários, o negócio deslanchou.

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Com o redirecionamento, houve um crescimento de 21% na base de vidas atendidas nos últimos anos, e a estimativa é que o faturamento da healthtech em 2019 ultrapasse os 20 milhões reais, volume três vezes maior do que em 2016.

A regulação deu o foco

A falta de regulamentação para a prática de orientação médica à distância foi o que fez a engenheira civil Tatiana Pimenta, 38 anos, criar com um sócio, em 2016, a Vittude, uma plataforma para agendamento de sessões de terapia que usava geolocalização para conectar pacientes a psicólogos.

No primeiro ano de operação, o foco era o atendimento presencial, até que, em setembro de 2017, com a aprovação do Conselho Federal de Psicologia, passou a oferecer também atendimento on-line, que atualmente corresponde a 85% dos agendamentos.

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Brasileiros que vivem no exterior e preferem fazer terapia na língua mãe já representam 25% dos clientes. A maioria deles faz a conexão a partir dos Estados Unidos, Irlanda e Inglaterra. “Temos 14 mil usuários cadastrados e a média de quatro mil consultas ao mês, com preço médio de 76 reais, sendo que 90% do valor vai para o psicólogo e 10% para a empresa”, revela.

A healthtech começou com capital próprio e apenas duas pessoas no escritório, mas passou a buscar investimento para crescer. O time já conta com 12 pessoas e há vagas na área de tecnologia da informação.

Tatiana não divulga o faturamento, mas revela que a empresa já multiplicou seis vezes de tamanho, e o crescimento tem sido de 21% ao mês.

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De acordo com o levantamento feito em 2018 pela Liga Ventures, entre as healthtechs, a maioria oferece soluções em sistemas de gestão (17%), hard science (15%) e bem-estar físico e mental (10%).

Como o Brasil é considerado o 8º maior mercado de saúde do mundo, especialistas acreditam que ainda há um enorme potencial a ser explorado. Problemas para resolver nesse campo, não faltam.

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