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Esta empresa diminuiu em 75% a taxa de lesões no ambiente de trabalho

Essa redução só foi possível com a melhora da comunicação com os funcionários e da criação de uma política global para evitar acidentes

Por Luciana Lima, da VOCÊ RH
Atualizado em 16 out 2024, 18h28 - Publicado em 7 ago 2019, 05h00
Paola Giglioti, diretora da Recursos Humanos e Vitor Correa, diretor de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, ambos da Louis Dreyfus Company no escritório da empresa em São Paulo. (Omar Paixão/VOCÊ RH)
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Presente no Brasil há mais de 30 anos, a Louis Dreyfus Sucos é uma das maiores produtoras de laranja e limão-siciliano do mundo. Por aqui, são 25 000 hectares de pomares espalhados em 38 fazendas, além de quatro fábricas e um terminal no Porto de Santos.

A região em que atua, composta de cidades do interior de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, é tão extensa que foi apelidada de cinturão citrícola. A companhia faz parte do conglomerado Louis Dreyfus Company, que, no Brasil, ainda cultiva arroz, açúcar, milho, soja, café e algodão.

Com um time que chega a 8 000 pessoas durante as colheitas, até pouco tempo a LDC Sucos sofria com problemas relacionados à segurança. Em 2014 o índice de frequência de acidentes da empresa (que mede, em cada 100, quantas lesões com necessidade de atendimento médico ocorreram) era de 2,68%.

Já a taxa de severidade das ocorrências (que indica quantos dias foram perdidos por causa de afastamentos) alcançava 21%. “Eram números altos e, embora soubéssemos os motivos, não conseguíamos melhorar. Foi aí que percebemos que eram necessárias algumas mudanças”, diz Paola Giglioti, diretora de recursos humanos da Louis Dreyfus Company.

A empresa, então, estruturou um departamento de segurança e contratou um diretor dedicado exclusivamente ao tema. “Era preciso um líder que entendesse além da parte técnica, pois muitos acidentes não eram causados por falta de conhecimento, mas devido ao comportamento humano”, afirma a executiva.


A SOLUÇÃO

Depois de criar a nova área, um dos primeiros passos da LDC Sucos foi admitir que a comunicação não chegava a todos os funcionários.

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“O trabalho da gestão anterior não trazia resultados porque não era adaptado à realidade. Por isso, focamos em criar boas relações entre nossos empregados para entender de fato do que eles precisavam”, afirma Vitor Correa, diretor de segurança, saúde e meio ambiente da LDC.

Entre as ações para se conectar com a operação está a criação de práticas como o Café com o Gestor, em que mensalmente funcionários se reúnem com líderes nas unidades industriais e portuárias. Em 2018, a iniciativa contou com a participação de 700 trabalhadores.

Além disso, a empresa fez com que a diretoria, que fica baseada em São Paulo, visitasse localidades afastadas com mais frequência. “Lá, buscamos falar com todos os funcionários e reforçamos os princípios de segurança”, diz Vitor.

Os treinamentos também aumentaram e, só no último ano, foram feitas cerca de 1 600 capacitações com os trabalhadores. Mas, além de focar o lado humano, a LDC Sucos implantou tecnologias e reviu processos.

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A empresa agora conta com um sistema de gestão em que todos podem tirar dúvidas sobre como executar as tarefas diárias.

Outra novidade foi a substituição de papel por tablets durante as visitas de inspeção nas fábricas. “Os problemas são detectados e, no mesmo instante, enviados ao sistema, agilizando a resolução que antes precisava de outros cinco passos”, afirma Paola.

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O RESULTADO

O esforço em ouvir os funcionários tem surtido efeito. Com a abertura de um canal de comunicação com a liderança, os próprios trabalhadores se sentem encorajados a reportar problemas que antes não estavam no radar, além de oferecer formas de solucioná-los.

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Um exemplo disso é o que ocorria nas fazendas de plantação de laranja, onde buracos de tatus causavam inúmeras ocorrências de torções nos pés de colhedores. “Parece bobo, mas acontecia quase diariamente. Conversando com os empregados, eles sugeriram destacar um membro da equipe para inspecionar o pomar antes das atividades e sinalizar onde os buracos estavam localizados. Hoje, a ocorrência de acidentes desse tipo está quase zerada”, afirma Vitor.

Outro exemplo foi a troca de luvas de segurança depois de detectarem, também entre os trabalhadores, que elas não serviam para proteção na colheita de limão, cuja árvore tem grandes espinhos. “Só conversando com os funcionários do campo teríamos insights como esse, que são ajustes simples, mas, quando levados para toda a operação, trazem muito resultado”, afirma Vitor.

Atualmente, o índice de frequência de acidentes na Louis Dreyfus Sucos caiu 75% e está em 0,66%. A taxa de severidade também diminuiu drasticamente (cerca de 74%) e hoje é de apenas 5,35%. “Sabemos que, mesmo com os avanços, o trabalho não terminou. Mas aprendemos que a chave para ter sucesso é envolver 100% do time para que eles deem ideias e se sintam parte”, diz Paola, a diretora de RH.

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