Quem cuida do dinheiro nas empresas? Pesquisa da USP responde: 90% são homens

 posição de Chief Financial Officer (CFO) é reconhecida como a segunda mais importante das empresas (para a primeira, basta substituir o F por E). Apesar disso, uma nova pesquisa realizada pela Faculdade de Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) descobriu que as empresas ainda deixam muito a desejar nos altos cargos financeiros quando o assunto é diversidade. 

Em uma análise feita com as 362 empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3) em 2023, os pesquisadores descobriram que impressionantes 89% dos executivos de finanças são homens. Ainda, 55% têm entre 41 e 50 anos, e 29% dos executivos na faixa etária entre 41 a 45 anos.

O estudo traz mais informações: 93% são graduados em administração, engenharia, economia ou contabilidade; 60% possuem MBA, estão no cargo há 4 anos e trabalham há 7 anos na empresa. 

A USP lidera a lista das graduações – 14% dos executivos se formaram por lá. Outras universidades que aparecem no currículo são a Fundação Getúlio Vargas (6%), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (5%), a Universidade Presbiteriana Mackenzie (4%) e a PUC-RJ (4%). Quanto à distribuição geográfica, o estudo revela que 52% dos executivos se formou em São Paulo.

Os dados foram cruzados com a participação das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, que leva em consideração as práticas ESG incorporadas pelas companhias. 21% das 362 empresas analisadas fazem parte do índice – ainda que os dados da FEA corroborem que esse conceito não é amplamente adotado.

O que faz um CFO

Na tradução do inglês, o cargo significa “diretor financeiro”. Isso significa que ele administra e planeja a grana da empresa. Isso envolve gestão de caixa, planejamento financeiro, captação de recursos, gestão de riscos e a manutenção de uma boa relação com os investidores da companhia.

55% têm entre 41 e 50 anos, e 29% dos executivos na faixa etária entre 41 a 45 anos.

A pesquisa constatou que 10,9% dos executivos exercem funções além do cargo de CFO da empresa, acumulando responsabilidades administrativas, de recursos humanos, de planejamento e jurídicas. Informação que sedimenta ainda mais a importância do cargo para o funcionamento da empresa – e a gravidade do perfil tão homogêneo daqueles que o ocupam.

“Essas descobertas ajudam a esclarecer como os CFOs estão navegando em um cenário corporativo em constante mudança e fornecem uma base sólida para futuros estudos que possam explorar mais profundamente as forças que moldam a liderança financeira no país”, escrevem os pesquisadores.

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