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Hora extra? Só se o chefe for homem.

Um novo estudo mostrou que funcionários tendem a negar mais pedidos de hora extra de líderes mulheres do que de homens – porque veem nelas menos autoridade.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 18 out 2024, 14h02 - Publicado em 9 dez 2022, 06h46
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images/VOCÊ S/A)
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Um estudo da London Business School chegou a uma conclusão curiosa: funcionários reagem pior a pedidos de trabalho extra feitos por chefes mulheres – e tendem a negá-los com mais frequência do que quando são feitos por líderes homens.

A pesquisa foi feita com dados de mais de 250 mil funcionários de startups fundadas em Portugal entre 2002 e 2012. A ideia era ver se, na prática, os trabalhadores de empresas lideradas por mulheres trabalhavam menos.

Resultado: as jornadas de trabalho normais foram praticamente idênticas entre startups com líderes homens e mulheres, com uma diferença de apenas 1% de labuta a menos nas firmas encabeçadas por elas.

Quando a métrica foi hora extra, porém, as coisas mudaram de figura. Os funcionários faziam, em média, 1,4 hora a menos por mês em empresas chefiadas por mulheres. Corresponde a um total de 7% a menos de oferta de trabalho nas startups delas – um percentual que, argumentam os autores, é suficiente para prejudicar o desempenho da empresa. Um novo estudo mostrou que funcionários tendem a negar mais pedidos de hora extra de líderes mulheres do que de homens – porque veem nelas menos autoridade.

Para tentar entender de onde vinha essa diferença, os cientistas partiram para um experimento prático: criaram uma empresa fictícia e contrataram pessoas para “freelar” nela de forma online. Era uma tarefa simplória, que envolvia contar a quantidade de pessoas em fotos e escrever breves legendas. Não durava mais do que
alguns minutos.

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Quando os participantes terminavam a missão, porém, eram convidados a trabalhar mais um pouquinho nas tarefas, sem pagamento adicional. Quando a empresa fictícia era comandada por mulheres, a taxa de rejeição à hora extra era maior – e, mesmo quando aceitavam, ficavam menos tempo no trabalho extra (em relação às situações em que o pedido era feito por líderes homens).

Depois do experimento, os participantes foram convidados a explicar suas decisões. Com isso, os pesquisadores concluíram: os “funcionários” viam menos autoridade nas mulheres e, portanto, se sentiam mais livres para negar trabalho extra, enquanto com homens se sentem pressionados a cumpri-lo, mesmo que não haja uma pressão de fato.

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