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Estas são as habilidades mais importantes para os líderes durante a crise

Fundador da Easy Taxi e da Singu, Tallis Gomes explica quais são as competências que ajudarão os líderes a enfrentar a crise do coronavírus e o pós-crise

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 17 out 2024, 11h20 - Publicado em 15 jun 2020, 09h00
 (Divulgação/Divulgação)
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Fundador da Easy Taxi e da Singu, Tallis Gomes agora tem uma nova área de atuação: a educação. Ao lado de Bruno Nardon (fundador da Kanui, responsável por trazer o Rappi ao Brasil e especialista em Growth Marketing) e de Alfredo Soares (fundador da Xtech, VP Institucional da VTEX e expert em vendas), ele criou o Gestão 4.0, que leva treinamento, mentoria e consultoria em inovação e liderança para empreendedores e líderes de todo o país.

Em uma das frentes do projeto, o Gestão 4.0 Imersão & Mentoria, o trio compartilha lições de crescimento e transformação das companhias mais rentáveis e inovadoras do mundo e, ainda, dá mentorias personalizadas para os alunos. A próxima edição do programa acontecerá online nos dias 19, 20 e 21 de junho (inscreva-se aqui) e vai abordar, também, o contexto do coronavírus para os negócios.

Em entrevista para Você S/A, Tallis explica quais são as habilidades essenciais para este momento de crise e dá um conselho para os líderes: empatia e diversidade de opiniões são mais importantes do que nunca.

Tallis, você participou conosco em, 2017, de uma reportagem que dizia que 1/3 das habilidades  importantes naquele momento não seriam importantes em 2020. O estudo, do Manpower Group, afirmava ainda que a agilidade de aprendizado seria uma das competências cruciais para o futuro. O ano de 2020 chegou e trouxe uma crise sem precedentes. Neste contexto, aprender rápido continua em alta? 

Na verdade, aprender rápido é a única coisa que importa nesse momento. Afinal, a gente vive uma pandemia, um momento sem precedentes no último século e há um processo de transformação profundo em absolutamente todos os mercados. Estamos entrando no que temos chamado de “novo normal”. E esse novo normal exige outras habilidades. Além disso, também há o fenômeno do “empreendedorismo de pivô”, ou seja, muitos negócios vão continuar entregando determinado “valor”, mas vão mudar a forma com a qual o entregam. Com os estudos que faço há décadas das empresas que são mais perenes, é possível observar que a mudança na forma de entrega de valor é ponto crucial para a perenidade do negócio.

Quais são outras competências importantes para esse momento que, na sua visão, também serão preciosas para os anos de pós-crise? 

Poderia citar algumas, mas eu vou destacar a principal para mim. O líder só se torna um líder de fato quando considera como sucesso o sucesso de sua equipe. Agora, mais do que nunca, a empatia se tornou muito importante. Há um ano e meio eu já vinha falando sobre soft skills, só que hoje está bem mais clara a importância crucial de trabalhar essas competências, principalmente em posição de liderança. Então eu diria que a empatia (se colocar no lugar do outro) é muito importante e acaba sendo um elo para que a pessoa tenha a capacidade de liderar à distância.

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A empatia está se mostrando uma competência importante mesmo. Segundo uma pesquisa da consultoria Businessolver, que ouviu 1.850 trabalhadores, profissionais de RH e executivos dos Estados Unidos, 80% dos CEOs reconhecem a empatia como chave para o sucesso das companhias. Por que ela é essencial?

A empatia é a chave para o sucesso de qualquer negócio. Por exemplo, não adianta simplesmente mandar todo mundo para o home office. No Brasil a realidade é que muitas pessoas moram em um ambiente apertado e não tem lugar ideal para trabalhar… E estamos falando de gente razoavelmente bem remunerada, mas que trabalha na mesa de jantar, que não tem uma mesa de trabalho, fica em uma cadeira ruim ou não tem tranquilidade para trabalhar. A empatia, em uma posição de liderança, seria, por exemplo, fazer um mapeamento dos funcionários e entender quem precisa de um auxílio para ter uma internet melhor ou um lugar decente para sentar e conseguir performar.

Quais são os seus conselhos para liderar em um cenário de tanta incerteza? 

O processo de liderar em um cenário de incerteza não muda em momento nenhum no mundo. Os grandes líderes se cercam de grandes mentes, aquelas que são complementares. Quando a gente estava no processo de expansão na Easy Taxi, abrindo em um país a cada duas semanas, o que funcionou muito bem foi ter um time com pluralidade de opiniões: pessoas com etnias, gêneros, orientações sexuais, nacionalidades totalmente distintas. Eu copio isso da Google, que talvez seja a empresa mais criativa e que mais se adapta do mundo. E eles atribuem essa capacidade rápida de adaptação à pluralidade de opiniões.

Eu tento montar o meu time de liderança com base nisso e acho que os grandes líderes também fizeram isso. Então, nesse momento de incerteza, precisamos de líderes capazes de ouvir e montar times complementares. É importante porque, assim, podemos pegar os códigos culturais, as vivências de cada um e absorver essas opiniões de modo que seja formada uma estratégia que se encaixe melhor naquele determinado momento. A própria palavra, “incerteza”, mostra que não há uma fórmula para lidar com isso, mas existem caminhos de descobrir, Esses caminhos são os que os líderes conseguem percorrer melhor. Um bom líder não fala o que você tem que fazer, mas ele faz as perguntas certas para as pessoas certas.

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