Petrobras (PETR4) anuncia nova política de preços nesta semana
Estatal divulgou fato relevante para confirmar que diretoria tratará do assunto nesta semana. Novo arcabouço fiscal também avança.
Bom dia!
A semana começou no domingo, quando a Petrobras (PETR4) divulgou um fato relevante ao mercado. A companhia confirmou oficialmente que a mudança na política de preços da estatal será decidida pela diretoria no começo desta semana.
Desde o governo Temer, a Petrobras segue uma política de paridade internacional de preços. Para decidir por quanto a companhia venderá gasolina e diesel saídos das suas refinarias, ela leva em consideração o preço do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar. No começo da política, a medida era extrema, com ajustes diários nos preços – algo extremamente ineficiente, do ponto de vista da economia mais tradicional possível.
Ao longo do tempo, isso foi sendo alterado até que novamente a estatal topava represar preços – algo que ficou ainda mais evidente durante a campanha eleitoral, quando o então presidente Jair Bolsonaro fez de tudo para baixar o preço dos combustíveis.
Para além de turbinar o lucro da estatal e a distribuição de dividendos, a política de preços também facilita a atuação de importadores de combustíveis no mercado doméstico. Ainda que o Brasil seja autossuficiente na exploração de petróleo, falta capacidade de refino. Se a Petro vende diesel e gasolina abaixo do preço internacional, menos empresas topam atuar na importação – já que elas vão ter dificuldade de competir com a estatal. O mercado fica em desequilíbrio.
Não significa que a alternativa adotada pela Petrobras – e agora sob revisão – seja a única possível. O que importa é entender se o substituto conseguirá manter o mercado em equilíbrio.
Na sexta, as ações PETR4 dispararam ainda na esteira do anúncio dos dividendos polpudos. Nesta segunda, os recibos das ações em Nova York não conseguem dar muitas pistas. Às 7h45, eles escorregavam 0,08%.
Para a Faria Lima, a semana ainda trará emoções com o andamento do novo arcabouço fiscal, em Brasília. O Congresso tem falado em construir travas mais rígidas para o modelo proposto pelo governo, o que agrada investidores.
Falando em travas, os EUA também andam às voltas com tetos – por lá, é de dívida, não de gastos (veja mais nas dicas de leitura, ao fim dessa newsletter). Apesar do risco de calote, investidores decidiram começar a semana de bom humor, com altas nos futuros americanos. Aproveite – e bons negócios.
Futuros do S&P 500: 0,39%
Futuros do Dow Jones: 0,37%
Futuros do Nasdaq: 0,29%
*às 7h53
Light entra com pedido de RJ
A Light, operadora de energia elétrica do Rio de Janeiro, entrou com pedido de recuperação judicial na última sexta-feira. Com uma dívida de R$ 11 bilhões, a companhia passou o último mês tentando renegociar com seus mais de 30 mil credores. Em entrevista ao Brazil Journal, o CEO da companhia, Octavio Pereira Lopes, disse que o montante da dívida precisaria ser reduzido em no mínimo 30% para ser financeiramente viável – e que o pedido de RJ foi necessário para blindar a companhia de alguns credores que negavam um acordo.
Pela lei, concessionárias de energia não podem entrar em RJ. Por isso, o pedido foi protocolado pela Light S/A, a holding que controla as companhias de distribuição e geração – uma manobra que gerou polêmica. Se aprovada pela Justiça, ela será a oitava maior recuperação judicial da história do país.
Ainda na sexta, a B3 informou que as ações LIGT3 serão excluídas dos nove índices da bolsa em que eram listadas, entre eles o índice de small caps – a Light não estava no Ibovespa. No dia, os papéis despencaram 17,2%, a R$ 3,85.
Sem horário: relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado, entrega proposta aos líderes
8h25: BC divulga Boletim Focus
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,21%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,40%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,14%
Bolsa de Paris (CAC): 0,43%
*às 7h45
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,55%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,81%
Hong Kong (Hang Seng): 1,75%
Brent*: 0,18%, a US$ 74,30
Minério de ferro: 4,17%, a US$ 104,24 por tonelada na bolsa de Dalian
*às 7h45
A crise do setor de saúde na bolsa
A ressaca da pandemia pegou em cheio as operadoras de planos de saúde, que acumulam prejuízos e dívidas. Pior: a crise veio justamente quando o segmento apostava forte em fusões e aquisições. Nesta reportagem da Você S/A, entenda do que padecem as ações do setor de saúde, e como elas buscam a cura.
Teto da dívida americana: republicanos x democratas
Em janeiro, os EUA estouraram o limite da dívida pública do país, fixado em US$ 31,4 trilhões. Desde então, para evitar um calote, o Tesouro Nacional tem utilizado de manobras contábeis que limitam certos investimentos do governo – assim, as contas continuam sendo pagas. Só que essa ferramenta só tem validade até o início de junho. Até lá, o país precisa decidir se aumenta o teto da dívida, suspende completamente esse limite ou abraça a inadimplência.
No Congresso, travou-se uma batalha: os republicanos querem que o aumento do teto seja acompanhado por uma política de austeridade fiscal, com corte de gastos. Os democratas, ao lado do presidente Biden, se opõem às medidas de austeridade. Nesta coluna do NYT, Jeff Sommer explica como a disputa pelo futuro da dívida tem influenciado o valor dos títulos públicos americanos.
Azul, Banco do Brasil, BB Seguridade, BRF, Marfrig, Magazine Luiza, Marisa, Cosan, Eneva, Even, Heringer, Gafisa, Hapvida, IRB, Itaúsa, Localiza, Nubank, Rede D´Or, SLC Agrícola e XP.